As festas de final de ano passaram tão rápidas quanto eu me apaixonei por Eddie Kaspbrak e, depois do nosso primeiro beijo na noite de Natal, foi como se estivéssemos vivendo um clichê adolescente.
Íamos para a escola juntos e voltávamos juntos, é claro que nenhum de nós ainda havia se assumido para ninguém além de nossos amigos e os pais de Bill.
Óbvio que tínhamos medo do que aconteceria caso nos assumíssemos, mas mesmo assim era impossível eu não querer passar cada minuto ali, com Eddie. Aliás, logo as aulas acabariam, eu iria fazer faculdade em Nova Iorque e ele ainda não sabia o que iria fazer. Então eu tinha que aproveitar cada segundo na presença do meu namorado... Meu namorado! Uau, que palavras mágicas.
Já haviam se passando quase um mês desde que eu beijei Eddie pela primeira vez, acho que eu me lembrava disso porque foi uma data inesquecível. Nosso primeiro beijo, meu primeiro beijo.
- Bom dia - Eddie me prende contra a porta do armário da escola.
- Eddie! - exclamo surpreso - Bom dia!
- Eu estava pensando comigo e queria perguntar se você quer fazer alguma coisa depois da escola - ele dá uma pausa - Minha mãe terá que fazer uma breve viagem para fora de Derry e me deixou sozinho por dois dias.
- Você está querendo... - arregalo os olhos de espanto - Eu pensei que eu que era o safado da relação.
- Só confirma, Richie. Eu preciso saber pra preparar.
- Preparar o que?
- Só responde, Richie!
- Ok, eu vou.
- Ótimo! - ele me dá um selinho rápido e sai em direção à sua sala.
~•~
O EDDIE QUE FAZER MAIS QUE BEIJAR!
Jogo o bilhete na mesa de Bev que havia se sentado à minha frente. Ela xinga baixinho por eu estar a desconcentrando, mas abre o bilhete.
- O quê?! - ela grita fazendo toda a sala olhar para ela.
- Algum problema, senhorita Marsh? - pergunta a professora de história.
- Nenhum, apenas intrigada com toda essa matéria - ela diz me fazendo rir.
Logo todos voltam a atenção na aula. Ela escreve uma resposta e me joga o bilhetinho de volta.
E VOCÊ QUER TAMBÉM?
- Claro que quero - sussurro.
- Hmm - ela sussurra de volta - Richie Tozier vai perder o gabaço.
- Bervely! - exclamo sentindo meu rosto ficar vermelho.
- Não se preocupem, Chee - ela se vira para mim - Isso é a coisa mais normal do mundo.
- Senhorita Marsh, se eu te ver conversando novamente com o senhor Tozier nas minhas aulas você ficará de detenção após as aulas.
Bev revira os olhos e faz uma careta.
- Não se preocupe, aí dar tudo certo - ela sussurra se virando para frente.
~•~
As aulas já haviam acabado, eu estava guardando meus livros no armários quando o baixinho veio me cumprimentar. A presença dele me deixava nervoso mesmo que já haviam se passado algumas semanas desde nosso primeiro beijo.
- Está pronto? - Eddie me pergunta.
- Eu... Estou - respondo com um sorriso.
- Então vamos!
Ele me puxa pelo braço me levando para fora da escola. Minhas mãos suavam mas ele parecia estar tão empolgado que não iria deixar transparecer meu nervosismo.
~•~
"Fique a vontade", foi o que Eddie disse antes de entrar no quarto e não sair mais. Já faziam quase quinze minutos desde que Eddie disse que iria trocar de roupa mas até então ele não havia dado mais sinal de vida.
Começo a andar pela casa impaciente. Observo a decoração exagerada e segura da senhora Kaspbrak. Fotos de quando Eddie era apenas uma criança sem graça até ele se tornar um grande gostoso.
- Richie? - Eddie me chama depois de todos esses longos minutos.
- Eu.
- Pode vir.
Suspiro de nervoso e me ponho de frente para a porta. Minhas mãos suavam ainda mais, será que eu não estava pronto para aquilo?
A maçaneta fria gritava para mim "Volte! Você não precisa entrar aqui!". Que imaginação a minha, maçanetas não falam. Minha própria mente queria me pregar uma peça, eu estava sentindo.
Viro a maçaneta com cuidado e abro a porta. Meus olhos não acreditavam no que eu via. O quarto estaria escuro se não fosse pelas luzes azuis que Eddie haviam prendido na parede. A cama estava arrumada e ele com o famoso shorts vermelho com pequenas listras dos lados.
- O que achou? - ele pergunta com um sorriso no rosto.
- Está... Lindo, Eddie - respondo observando girassóis que haviam em cima de uma cômoda - Eu amei.
- Richie - ele me chama - Sente-se aqui, por favor.
Me dirijo ao seu lado na cama.
- O quê?
- Eu... Eu sei que só fazem poucas semanas que estamos juntos, porém nos conhecemos a quase um ano e, embora as coisas tenham acontecido tão rápido, eu acho que tem um porquê disso. Você... Você é tão incrível e desde sempre eu soube que eu sentia algo por você. Naquele dia, na pedreira, na primeira vez que sai com vocês, Bervely me disse algo, que você nunca tinha enfrentado o Henry Bowers como naquele dia, por mim. Desde aquele momento eu sabia que você sentia algo por mim e eu sabia que eu estava começando a sentir algo também, foi como amor à primeira vista, e... Depois dos meus país, eu jamais acreditei em amor.
- Uau, Eddie, isso é...
- Eu ainda não terminei - ele me interrompe com um sorriso - Eu... Eu só queria dizer que nesse tempo você tem se tornado alguém muito importante para mim, ainda mais porque gente como nós não nos damos muito bem em cidades como essa. Os losers eles realmente me acolheram, e eu amo isso. Mas eu... Eu só queria dizer que... Eu... - ele respira fundo - Eu te amo, Richie Tozier.
Ah.
- Eddie, eu...
- Eu não espero que você diga de volta, Richie. Eu não quero que você se sinta forçado a isso.
- Não, Eddie, eu... - passo meus dedos pelo rosto delicado do garoto - Eu também te amo.
Ele sorri então dela nossos lábios com um beijo. Por algum motivo aquela decoração deixou tudo com um ar mais especial para nós. E depois das palavras de Eddie eu pude ter certeza que eu estava pronto para qualquer coisa com ele, independente se aquilo era apenas um amor de colegial, eu não ligava. Eu só queria passar o resto daquela tarde com aquele garoto. E se posso dizer, embora tenha sido um pouco atrapalhado, foi a melhor tarde da minha vida.
- Eddie, cheguei!
Oh. Não! Era a mais de Eddie. A senhora Kaspbrak havia chegado, e estamos ambos nus na cama do garoto.
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Give Me One Second | Reddie (CONCLUÍDO)
Romance"Quando o passado se torna presente, é porque algo ficou pendente" Richard Tozier é um jornalista do The Boston News, sua vida era monótona o suficiente para se sentir sufocado pela cidade em que vivia mesmo que sendo uma grande. Como se o destino s...