Nas profundezas do oceano

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Passou exatamente um mês que eu fiz aniversário, e eu estava me sentindo enjoado do ambiente aonde eu estava, era ótimo estar em casa com minha mulher e meu cachorro, mas eu sentia que a gente precisava sair, passear, não se preocupar tanto, com tantas coisas, afinal nós tínhamos condições para viajar, então...porque não?
Pensei em convidar o Theo e a namorada dele também, um passeio coletivo, acho que seria bom para nós todos, todos concordamos em passar um tempo na praia, eu realmente gostava muito do mar, era algo que me inspirava.
Arrumei as malas, comprei tudo o que precisava, e eu e minha esposa fomos buscar Theodore e Thiffy na casa deles, logo de manhã, porque a viagem seria longa.
Pois bem, durante a viagem, eu estava dirigindo, e prestando atenção na estrada, mas ao mesmo tempo, eu admirava tudo, tantas pessoas, tantos carros, passamos por tantas cidades, até vimos uma cachoeira, Theodore não ficava quieto, parecia o burro do Shrek, toda hora perguntando se já estávamos perto, até que adormeceu, viajamos quilômetros e mais quilômetros, quando finalmente consegui sentir a brisa gelada do mar em meus cabelos, era porque tínhamos finalmente chegado, já era de noite, então ficamos em uma pousada, e descansamos até amanhecer o dia.
No dia seguinte, todos acordamos de manhã e tomamos café, ansiosos para ir até a praia, com um calor de exatamente 35°, era o que eu precisava, esperamos a comida abaixar e nos vestimos, e nem preciso dizer como Elizabeth ficava adorável de biquíni, todos fomos até a praia e o Theodore foi o primeiro a correr até o mar, fui andando devagar até me aproximar das ondas rasas, a brisa do mar era algo incrível, passamos protetor solar e tomamos sorvete, entramos no mar e estava ótimo, até brincamos de jogar água um no outro, eu estava nadando distraído, quando então vi algo azul muito brilhante no meio do mar, eu, curioso como sou, fui tentar pega-lo, mas a cada passo que eu dava, ele ficava mais longe, ele me atraía, e eu não conseguia resistir, quando notei, já estava longe demais, não conseguia ver os outros e nem ao menos voltar, eu estava em alto mar, fiquei tanto tempo tentando voltar que foi ficando tarde, era um mar sem fim, as ondas foram ficando violentas, e me empurraram para o fundo do mar, enquanto eu afundava, eu me perguntava:

-E agora, o que eu faço?

Os outros deviam estar tão preocupados, mas eu tentei manter a calma, subi até a superfície e olhei as estrelas, com meus conhecimentos em astronomia, eu poderia dizer que a praia aonde eu estava fica no sul, sendo assim eu tenho que encontrar a espada de Orion, uma estrela moderadamente brilhante, uma escura e uma distorcida para baixo Alnilam, a estrela do meio do cinturão de Orion, elas representam a espada de Orion, que aponta para o sul, a estrela "distorcida" é na verdade a grande nebulosa de Orion, um berçário interestelar onde novas estrelas estão sendo formadas.
Ou eu tinha que tentar procurar a constelação brilhante do cruzeiro do Sul, que consiste em quatro estrelas que formam as extremidades da cruz na posição vertical e transversal.
Então eu segui as estrelas, por dias, sozinho no meio do oceano, eu já estava ficando sem esperanças, mas eu não poderia desistir, porque eu sei que eu ia conseguir sair dessa, eu tinha que voltar, mas como...se fosse você no meu lugar, o que faria?
No meio do oceano, sem celular, sem comida, sem ninguém, o que eu estava torcendo mesmo, era para achar uma ilha, aí pelo menos eu poderia tentar fazer um sinal para algum avião que passar, dificilmente daria certo, mas pelo menos eu teria uma chance.
Mesmo perdido no meio do oceano, eu não vou desistir.
Por sorte, quando entrei no mar, entrei com uma prancha, e posso me apoiar nela para passar a noite, eu iria dar um jeito, eu tinha que tentar, eu vou seguir as estrelas a noite toda, e logo eu estarei na praia de volta, eu tenho que ter fé.
Meu pai sempre me dizia:

-Filho, se forme em astronomia, e quando se perder, siga as estrelas.

Eu fiz o que o senhor pediu pai, e eu vou voltar para casa.
Obrigado pai.

ᵁᵐᵃ ˡᵘᶻ ⁿᵒ ᵐᵉⁱᵒ ᵈᵒ ᵛᵃᶻⁱᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora