cap 26

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Já faz três semana que estou fazendo a terapia para controlar a minha "raiva" e ao que parece está funcionando, na primeira semana foi difícil pois o psicólogo ficou falando de coisas que me irritavam para ver qual seria a minha reacção. Debochou de mim dizendo que meu namorado não estaria comigo se não sentisse medo e um monte de outras coisas. Bati nele, não deu para evitar, se ele queria medir a dimensão da minha irritação conseguiu pois sentiu na própria pele, um nariz quebrado dele é uma prova viva disso.

Ele chegou a conclusão que o que eu preciso fazer é quando sentir raiva direccionar noutra coisa, tipo no box, ficar descontando minha raiva no saco de box o que não seria uma má ideia mas aqui na escola não tem isso, então optamos pela piscina o que não resultou muito bem pois mesmo depois do mergulho eu ainda estava com raiva.

O director teve que colocar um saco de box na quadra e isso realmente está funcionando por mais surpreendente que seja.

Estou mais controlada e não saio por aí espancando quem me irrita mas isso não significa que eu estou deixando a vida desses inúteis mais mansa, não perdi minha autoridade nesse colégio.

Jhosh voltou para casa o que deixou meus pais extremamente felizes, minha mãe está mais radiante que nunca pois seu bebezinho voltou para casa. Ela queria trazê-lo e buscá-lo mas Jhosh ameaçou sair de casa novamente se mamãe fosse demasiado grudenta kkkk

Estou indo ao meu cacifo preciso trocar de livros para a aula a seguir e... Mas que merda é essa? Aquela inútil está mesmo beijando meu namorado e ele não a afastou? De novo? Ela não tem medo do perigo eu vou... Não eu não vou fazer nada. Respira Rebeca, respira. Perguntar depois agir... Perguntar depois agir... Perguntar depois agir... Fiquei repassando isso na minha mente.

Limpei a garganta assim que o beijo foi sessado chamando atenção de ambos. Bruna abre um imenso sorriso debochado, eu respiro fundo tentado me controlar o que não está nada fácil. Serei meus punhos com tanta força que sinto que minhas unhas estão perguntando a palma da minha mão mas não ligou a mínima

- Eu posso explicar.- Cris se adianta

- Estou esperando.- olho para ele

- O que você vai explicar? Que nós nos beijamos? Isso já está bem claro sem contar que você retribuiu ao beijo na mesma intensidade, eu amei ter seus dedos entre os meus cabelos, podemos repetir mais vezes.- fecho meus olhos perante as declarações de Bruna e pressiono mais ainda minhas unhas contra minha pele, dessa vez sentindo minhas unhas atravessarem minha pele e um líquido quente escorrer de minhas mãos e cerro meus dentes pressionando uns contra os outros fortemente

- Cris estou esperando.- tento a todo o custo manter minha firme porém suave mas falho miseravelmente pois sai mais rude do que eu pude controlar

- Ela chegou aqui e tentou me beijar mas a parei e falei para ela não me incomodar e ela disse que só faria isso se eu a beijasse e provasse que não sinto nada. Foi por isso que retribui ao beijo.- forço um sorriso e direcciono meu olhar para Bruna que ainda contém aquele sorriso irritante nos lábios exageradamente pintados de vermelho que agora estão inchados e com o batom espalhado o que faz meu sangue ferver ainda mais pois Cris está da mesma maneira

- Bem Cris você sentiu alguma coisa por ela?- não olho para nenhum deles, isso faria minha raiva crescer

- Não, nadinha.

- Certo, viu Bruna? Ele não sente nada, agora desaparece.- falo ainda sem olha-los

- Aah! Você estragou a diversão, com certeza ele continuaria me beijando, né bebê?.- consigo ver que ela ainda sorri e se aproxima de Cris mas antes que o toque novamente eu interfiro

- Não encoste nele novamente Bruna, saia, desapareça da minha frente se não quiser ficar com o rosto desfigurado. Você é só uma putinha que nunca será assumida por garoto algum, seu lugar é atrás dos panos, nunca estará no topo, só serve para ser usada então saia da minha frente antes que nem isso te sobre.- sorrio de forma diabólica e olho para ela que parece ferver de raiva

- Você vai me pagar.- ameaça

- Você que vai se continuar mexendo com o que é meu tome cuidado.- aviso

- Está me ameaçando?

- Não, estou apenas te avisando, você sabe que deve tomar cuidado comigo, agora VAZA.- grito na última parte

- Você ainda vai ouvir falar de mim.- suspiro pesadamente assim que ela sai, só aí percebo que tem um monte de gente nos observando

- VOLTEM A CUIDAR DAS VOSSAS VIDAS AGORA.- grito e todos saem correndo enquanto murmuram entre si provavelmente falando sobre o que aconteceu

- Amor, obrigada por acreditar em mim eu...- o interrompo, tanto a fala quanto a aproximação

- Não quero falar com você agora.- olho para ele

- Mas Beca eu... O que houve? Tuas mãos estão sangrando.- olho para ambas e vejo o sangue escorrendo, ele tenta tocar-me mas eu me afasto

- Não Cris, me deixa.- saio andando até a quadra, eu ainda estou fervendo de ódio. Passo as ligaduras nas minhas mãos e uso as luvas fico socando e socando o saco sem parar.


[...]

Perdi a conta de quanto tempo fiquei aqui, como estava indo para a última aula não perdi muita coisa hoje mas já está escurecendo, provavelmente já não deve ter ninguém aqui.

Pego minhas coisas e vou para casa mas não falo com ninguém, vou direto para o meu quarto, tomei um banho rápido. Usei minhas calças jeans pretas rasgadas na coxa e no joelho, blusa preta e jaqueta, calcei minhas botas pretas, cabelo num rabo de cavalo como sempre, batom preto, lápis preto, na verdade voltei a me maquiar como não faço já a algumas semanas só que dessa vez bem mais carregado, chaves da moto e óculos escuros, não me interessa se está quase tudo negro, não importa se a noite vai se fazer presente, peguei meu maço de cigarros escondido no meu armário e desci as escadas, passei por minha família e não disse nada minha mãe tentou interferir mas não permiti mas Jhosh me seguiu até a garagem

- Onde você vai?- ele parece preocupado, provavelmente sabe o que ouve

- Espairecer.- monto na minha moto e ligo mas meu irmão também sobe- desce Jhosh

- Não- se recusa

- Agora Jhosh, eu não estou bem. Então facilita.- olho para trás

- Promete que não vai fazer nenhuma besteira e vai voltar bem?

- Prometo, agora desce.- assim que ele o faz acelero saindo da garagem rumo a qualquer lugar

Dirigi até a praia e fiquei vendo o pôr do sol enquanto pensava na porra da minha vida.

Desde que aceitei esse namoro só tem acontecido coisas ruins parece que tudo e todos conspiram contra nós. Eu sou uma garota com temperamento forte e essa coisa de sentir ciúmes e tudo mais é complicado eu não consigo me controlar. É horrível sentir que se pode perder alguém que a gente ama e se sentir insuficiente.

Eu sou má e ele é bom de mais para mim, acho que seria melhor para ele se nós terminassimos mas eu sou demasiado egoísta para liberta-lo. Ter meu irmãozinho em casa novamente me faz sentir bem, uma amiga como Carol é incrível para alguém como eu, tenho muito o que agradecer e por isso vou me esforçar ao máximo para ser para ser uma pessoa melhor.

Mas... Tem esse meu outro lado, essa sede de machucar alguém, de descontar minha raiva em alguém, ver a dor o sofrimento de alguém. Eu sei que é meio medonho mas eu adoro ver a dor nos olhos dos outros, adoro vê-los me temer. E é isso que eu preciso mudar. Mas não vou simplesmente deixar minha liderança e muito menos abandonar meus esportes. Serei alguém melhor pelas pessoas que querem o melhor para mim.

Essa Rebelde Sou EuOnde histórias criam vida. Descubra agora