Olá pessoas incríveis! Como vocês estão? Feliz que estou conseguindo postar hoje, estive/estou meio adoentada essa semana, mas não queria deixar de vim aqui! Então sem mais delongas, ao capítulo que já estamos próximo do fim! Boa semana a todos!
Solar St. Davids, Junho de 1878.
Sentada em uma poltrona posicionada próxima à janela, Emmaline podia ver e sentir o sol atravessando pelas cortinas do quarto, já era manhã. Olhando sua cama ainda perfeitamente arrumada, pensava como julgou apenas dias antes que suas noites insones tinham acabado, mas ali estava ela, totalmente acordada, de olhos bem abertos pelo que parecia ser a primeira vez na vida.
Sua mente ainda fervilhava com os fragmentos do que tinha escutado na noite anterior e mesmo depois de ter repassado por diversas vezes ainda não conseguia fazer sentido de tudo, mas uma coisa era certa, mesmo no meio de toda a confusão que eram seus pensamentos, e por mais que parecesse improvável, acreditava em James. Tinha todos os motivos para duvidar de quaisquer palavras que saísse dos lábios de seu marido, mas nenhuma só vez enquanto ele recontava uma história tão sinistra que a fazia sentir calafrios pelo corpo ela duvidou, pois presenciou o olhar distante de angústia que adotava quando ele relembrava cada detalhe do passado, como se estivesse revivendo a dor de um menino que suportou o peso do mundo sobre os seus ombros cedo demais. Um dia se perguntou quais os mistérios que rondavam seu marido, só não sabia que seus passados estariam tão intrinsecamente ligados e que os fantasmas dele iriam assombrá-la também.
Quando Emmaline saíra de Clifford House alguns meses atrás já tinha se reconciliado de que aquela provavelmente seria a última vez que estaria na presença do pai, mas os novos fatos que dispunha jogavam luz à completa falta de afeto ou qualquer tipo de relação parental que um dia possa ter ansiado, era simplesmente impossível pois sabia naquele momento que seu pai não tinha coração. Perguntava-se como ele podia ter feito aquelas coisas vis, destruído uma família por um simples capricho, por um sentimento de rejeição egoístico e vaidoso, só de pensar na viscondessa, em sua humilhação e desonra embrulhava-lhe o estômago.
Quanto mais ela pensava mais ela entendia James, sua raiva, sua demanda de justiça, seu desejo de vingança, tão facilmente poderia perdoá-lo... se apenas ele não tivesse mentido, mentido que a queria, fazendo-a acreditar que poderia amá-la, nutrido seus sonhos e esperanças somente para depois transformá-los em cinzas.
Não sabia o que pensar ou que fazer, era filha de um mostro e tinha sido considerada culpada pelos atos de outrem sem chance de defesa. Quando olhava para trás, para os momentos que guardava no canto mais protegido de sua mente, a primeira vez que James a tinha beijado, que a tinha tocado com o calor de suas mãos, que a tinha feito se sentir como a mulher mais bela do mundo, agora todos estavam manchados, estampados com as marcas da trapaça e armadilhas que ele tinha usado para enganá-la.
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Cartas para um Visconde | LIVRO 1 | COMPLETO
Historical FictionLivro 1 - Série Laços e Lutas James Weston, o Visconde de St. Davids tem contas a acertar com o Conde de Clifford, e vê a oportunidade perfeita quando encontra a filha do Conde em Londres. James consegue enganar a jovem Emmaline e quando eles são pe...