Beautiful Enchantres.

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Draco Lucius Malfoy, filho de Lucius Malfoy e neto de Abraxas Malfoy pertencia a uma das famílias mais nobre dos Sagrados Vinte e Oito; família essa que possuía uma rica e ininterrupta linhagem de grandes bruxos e bruxas de sangue puro, e ele como sempre fora ensinado se orgulhava profundamente de seu nome. Entretanto, esse orgulho caminhava junto com o desprezo por todos aqueles que ele aprendeu a considerar como impuros ou inferiores e isso escurecia seu coração.

O jovem e belo bruxo, Lorde de um dos mais esplendidos castelos do interior da Inglaterra, era alto e tudo a respeito dele irradiava graça sensual e natural. Os cabelos loiros quase prateados combinavam com os olhos cinzas tempestuosos. Seu porte atlético e esguio eram ressaltados pelas vestes justas e devidamente cortadas no tom verde-escuro com ricos bordados dourado. Ele terminava de aprontar suas vestes para descer ao baile que sediava em seus salões quando escutou o chamado de um de seus velhos amigos.

- Draco, está na hora. - Falou Theodore Nott, outro belo jovem bruxo de cabelos escuros que diferente do loiro a sua frente possuía feições muito mais serias e solicitas que amadureciam seus olhos azuis, enquanto conferia seu ornamentado relógio de bolso.

- Não fique tão mal humorado, Theo. É uma festa! Divirta-se, dance, beba e quem sabe até arranje uma noiva para esquecer aquela ruiva. - Falou o loiro, enquanto se levantava e conduzido o amigo para fora de seus aposentos com um dos braços no ombro do outro e um sorriso boêmio nos lábios.

- Você sabe que não tenho a mesma... Disposição e prazer que você e Blaise compartilham nesses eventos.

- Sim, sim, sim, um eterno rabugento. - Revirou os olhos enquanto soltava o amigo e desciam as escadas lado a lado. - Deveria cortar o cabelo. Estão quase passando dos ombros e a aparência de um bruxo respeitável como você é essencial.

- Oh naturalmente! Devo ficar feliz também em avisar minha mãe que você e ela compartilham da mesma opinião quanto meus cabelos? - Disse sarcástico.

- Adoro seu humor ácido Nott! - Riu o Loiro adentrando o salão.

Ricamente ornamentado, o salão de bailes era magnífico. Enfeitado com tecidos brancos bordados com fios de ouro e prata o salão transbordava de requinte e sofisticação, junto com inúmeros lustres de cristal cujas velas acesas jamais se apagariam enquanto houvesse alguém disposto a apreciar a beleza da festa.

Assim que o Bruxo mais aguardado da noite adentrou o espaço do baile, a música ambiente diminuiu e a atenção de todos se voltou para o anfitrião da festa que com um sorriso presunçoso e um estalar de dedos autorizou que o dueto das irmãs Greengrass iniciassem sua performasse.

A voz graciosa da loira preencheu o salão enquanto era acompanhada da impecável melodia que a morena tocava ao piano. No que Daphne possuía de classe, elegância e alegria contagiante; sua irmã mais nova complementava com graça, delicadeza e singeleza discreta. Assim, a mais velha, em seu vestido azul-celeste que realçava seus cabelos loiros, cantava sobre como o glamour e a magia da festa se combinavam e como cada donzela estava ansiosa para brilhar e talvez ser aquela escolhida dentre muitas como a especial.

Draco, deixando seu amigo, dançava com cada dama disponível. Enquanto bailava pelo salão suas ricas vestes verdes bordadas com ouro se destacavam entre os claros vestidos das jovens.

- Vejo que você se superou senhor Malfoy! - Disse seu mais novo par de dança. Uma bela dama de cabelos negros como a noite que contrastavam com a pele clara e seu deslumbrante vestido creme adornado de pequenas pérolas.

- E eu devo dizer que está magnífica esta noite, Senhorita Parkinsin. Ou devo dizer Senhora agora?

- Ora não me irrite, Draco. - Riu Pansy. - Sabe que não se deve irritar uma mulher na minha condição.

- Nunca ousaria! - Brincou o loiro enquanto a girava. - Principalmente com uma amiga tão querida. Mas devo perguntar, onde está seu irritante marido?

- Ele não gosta de eventos como esses, então ficou em casa. Você o conhece.

- Ele devia ter vindo para fazer companhia ao Nott. Dois enfadados homens que não sabem apreciar a beleza de uma boa festa!

- Não seja cruel! Principalmente porque vim com uma companhia muito mais divertida e arteira. Seu afilhado deve estar correndo por ai roubando docinhos das mesas sem que ninguém perceba. Quem será que o ensinou esses truques? - Perguntou divertida, apesar de não receber nada além de uma piscadela marota como resposta, enquanto seu amigo trocava mais uma vez de par.

Foi enquanto Astória executava um magnífico solo de piano que as fortes e assustadoras batidas no vidro de uma das portas que levavam aos jardins interrompeu toda a festa. Quando elas se abriram num estrondo o vento frio da noite tempestuosa correu pelo salão uivando e apagando grande parte das velas mágicas dos lustres e candelabros.

Naquela noite uma intrusa inesperada chegou ao castelo. Uma velha, buscando abrigo da tempestade e do friu, como presente de agradecimento, ofereceria uma rosa ao bruxo que ali habitava. Draco por sua vez riu e desdenhou do presente, repugnado pela feiura daquela que ele acreditava que não possuía magia alguma, ele a mandou embora.

- Você não deveria ser tão facilmente enganado pelas aparências... Pois a beleza se encontra no interior. - Disse a senhora.

Quando ele a dispensou pela segunda vez a velha mudou de aparência. A pele enrugada e manchada deu lugar a jovem que reluzia luminosa, os cabelos antes ralos se tornaram grossas madeixas loiras tão claras quanto o brilho do luar, as vestes sujas e puídas foram trocadas pela mais fina seda e os olhos antes leitosos agora eram de um azul gelo que brilhava em ira.

A frágil senhora se revelou uma poderosa feiticeira cuja magia se assemelhava as labaredas da mais brilhante das estrelas, ela era como o próprio sol vivo e pulsante. Horrorizado o bruxo implorou por perdão, mas já era tarde.

- Não há amor em seu coração. Apenas orgulho e preconceito! - Disse a Feiticeira com a voz fria e cortante. - Como punição pelo seu egoísmo tomarei aquilo que você mais valoriza em sua existência fútil. Você será aquilo que sempre desprezou, uma criatura sem sangue puro, uma fera cuja beleza será sua maldição.

Assim, ela o transformou numa criatura horrenda com hediondas patas cheias de garras negas e de suas costas rasgaram-se asas de grossas penas negras, penas que também cobriam grande parte de seu corpo. Draco, o herdeiro dos Malfoy, agora era tudo menos o que sempre se orgulhou de ser, era uma besta semi-humana, uma criatura magica que possuía um terrível e cruel destino.

A Feiticeira lançou um poderoso feitiço no castelo e em todos que ali viviam ou não conseguiram escapar a tempo. Então dias se tornaram anos e os bruxos naquele castelo foram esquecidos pelo mundo, pois a feiticeira os havia apagados da memória de todos. Ela os apagou um a um da memória daqueles que eles mais amavam.

A rosa que ela tinha presenteado ao jovem bruxo era, desde do princípio, uma rosa encantada. Se ele pudesse aprender a amar alguém e merecer o amor correspondido antes que a última pétala caísse, o feitiço seria quebrado. Caso contrário ele seria condenado a morrer como fera e ser esquecido por toda a eternidade.

Com o passar dos anos, ele se entregou ao desespero e perdeu toda esperança. Afinal, quem poderia aprender a amar uma fera?


The CurseOnde histórias criam vida. Descubra agora