Capítulo Cinco

1.2K 270 70
                                    


Tão inalcançável quanto as estrelas, e tão real quanto a existência delas.

​Na segunda-feira, não vi Jimin em lugar nenhum. Na terça também não, na quarta ele estava distante demais para que eu pudesse alcança-lo. Na quinta, o vi discutindo com Hyemin, e na sexta, quando trocamos olhares, ele simplesmente passou reto por mim. Não enviou mensagens, não ligou, nem me chamou para mais uma aventura. Pensei que tivesse desistido totalmente de fazer aquelas coisas comigo, pensei ter estragado tudo quando disse que tive uma visão de nós dois, então me arrependi amargamente de tê-lo dito isso. Por que eu simplesmente não podia ficar de boca fechada?

De fato, o ruivo estava me evitando, e eu me sentia um merda.

Se ele pretendia me ignorar depois de termos passado um tempo juntos, por que me escolheu, então? Por que não escolheu Hoseok? Ou Taehyung? Ou qualquer outro?

— O que você está fazendo? — Yoongi perguntou assim que entrou no meu quarto, me vendo pendurado de cabeça para baixo na cama.

— Pensando.

— E precisa ficar de ponta-cabeça para pensar? — O vi sentar na cama, parecendo que estava sentando no teto, e dei risada — Parece que você está sob efeito de drogas.

— Não estou, e respondendo sua pergunta: eu penso melhor quando estou virado ao contrário.

Faziam três dias que eu não tinha nenhum contato com Park Jimin, quando a um tempo atrás estávamos num grau de amizade até que agradável dado o tempo em que nos conhecíamos, estávamos nos conhecendo bem e eu diria que viramos amigos, mas era provável que ele não visse as coisas da mesma maneira.

Fiquei um tanto apreensivo, desejei diversas vezes não ter voltado para cá e conhecido Jimin, o garoto que me virou do avesso, assim como eu ficava quando precisava pensar direito.

Não sei o que acontecia comigo, mas talvez aquele não fosse o meu lugar. Talvez eu combinasse mais com o grupo de Nerds e Geeks. Eu não era como eles.

— Levanta daí, vamos fazer alguma coisa. — Yoongi chutou minha perna, me fazendo desequilibrar e dar uma cambalhota no chão.

— Ai, filho da puta... — Massageei a cabeça e joguei uma almofada no garoto, que riu e saiu andando, deixando a porta do quarto aberta.

Me levantei para fechar, mas ele voltou, puxou meu braço e me levou consigo.

— Onde vamos?

— Tenho um encontro.

— Tá me zoando? — Minha boca formou um perfeito "O".

Em todos esses anos nessa indústria vital, aquela era a primeira vez que Yoongi me dizia isso.

— Não, não estou. — Entrou no Impala, arrumando o cabelo no espelho.

Só então notei que ele havia pendurado o pequeno alienígena verde que eu lhe dei de presente de 18° aniversário no retrovisor.

Fofo.

Me sentei no banco de passageiros e coloquei o cinto, que fez um estalo estranho ao ser puxado, o que me fez imaginar que talvez Yoongi tivesse colocado uma bomba embaixo do meu banco. Era a cara dele fazer isso.

Chequei o banco só para ver se estava tudo em ordem, e o peguei me encarando.

— Que porra você 'tá fazendo?

— Me certificando de que não tem nenhuma armadilha ou câmera escondida, porque toda essa história parece uma pegadinha — respondi.

Ele revirou os olhos, batendo os dedos no volante, tão nervoso quanto quando deu o seu primeiro beijo, e o suficiente para dar ré e bater no carro que estava estacionado atrás.

366 Universos | jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora