Capítulo Oito

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O guia de sobrevivência de JJK adverte: todo cuidado é pouco.

Entreabri a boca, querendo dizer algo, mas não sabia exatamente o quê. Aquilo chocou a todos, mas não Yoongi. Ele já sabia.

Vi Hoseok desviar o olhar, como se aquilo não tivesse importância. Mas, ah, eu sabia que tinha, e como tinha. Era nítido que ele amava o namorado, e eu jurava que se chegasse perto dele poderia sentir o som do seu coração despedaçando. Foi então que ele se levantou, e Taehyung apenas abaixou a cabeça, sem tentar sustentar o olhar decepcionado dirigido a si.

O moreno o encarou de cima, e engoliu em seco, vendo que o mesmo não iria atrás dele caso ele saísse por aquela porta, o que não demorou a fazer.

— Divirta-se jogando. — Disse, ríspido, e em seguida dirigiu seu olhar para Yoongi, que enfim pareceu perceber a gravidade da situação em que os tinha colocado e franziu os lábios.

— Hoseok...

Jung bateu a porta da frente, deixando todos ali com um ponto de interrogação enorme no meio da cara e um Taehyung fingindo estar despreocupado, enquanto enchia seu copo outra vez.

— Quem é o próximo? — Sorriu amarelo — Qual é, pessoal, a festa tem que continuar, não é?

Sua pergunta atraiu olhares do restante, e quando percebeu que não iria ter uma resposta, deu de ombros.

— Ok, talvez não para vocês. — Murmurou para si mesmo.

— Você fez mesmo isso? — Jimin perguntou, parecia tão decepcionado quanto o que havia acabado de sair.

— Jimin, dê um tempo a ele... — Seokjin pousou sua mão sobre o ombro do ruivo.

Taehyung parou de encher o copo e suspirou, bebendo tudo em um gole só, mas calado.

— Eu vou atrás dele. — Levantei.

Peguei meu casaco, sentindo o olhar de todos sobre mim, até mesmo cheguei a achar que estavam surpresos. Me sentia o próprio Homem de Ferro indo salvar o mundo, e aquilo seria engraçado se eu estivesse em uma armadura e a situação não fosse tão degradante.

Por dentro eu ria de nervoso mesmo.

— Melhor irmos para casa. — Namjoon disse, e tirou a garrafa da mão do pobre coitado. — Tae, é bom parar por hoje.

Mas é claro que o Kim mais novo estava tão bêbado que nem reparou nisso, apenas resmungou algo sem sentindo como "malditas abelhas" e fechou os olhos, se jogando no chão de forma dramática e inflando as bochechas.

— Tá.

Não consegui evitar olhar para ele com um pouco de pena. As coisas entre ele e Hoseok sempre aparentavam ser perfeitas, e o carinho de ambos era algo a ser apreciado, mas pelo visto, existia algo muito mais profundo debaixo daquela superfície. Sempre existia.

Talvez, eu tivesse me enganado a respeito do universo e seus mistérios. Quando digo isso, me refiro a minha percepção das coisas ao meu redor. Sempre fui muito observador, mas nunca cheguei a reparar que as pessoas eram como livros de física: as capas são simples, mas o conteúdo é fodidamente complexo. E, vendo aquele casal tendo algumas de suas fendas expostas, tive vontade de entende-los.

Mas não só eles, todos ali.

Também tive vontade de entender qual era o lance de Taehyung e bebida alcoólica, porque sério, aquilo me intrigava.

Me despedi dos meninos — e do bêbado —, mas antes que saísse da casa, o acastanhado cutucou minha canela e abraçou minha perna.

— Kook, diga a ele que sinto muito...

366 Universos | jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora