Capítulo 30: Mudanças

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Pela primeira vez acordei sem correr para vomitar, porém eu estava com muita dor no meu estômago e que saco, sinceramente. Que vontade de simplesmente não existir.
Minha barriga estava até um pouco inchada e eu senti algo molhado em baixo de mim, quando tiro os lençóis era sangue, muito sangue.
— VERONICA!! AMIGA!!
Veronica que estava na cama ao lado mexeu na cama e abriu os olhos um pouco irritada.
— AMIGA, SOCORRO!
Ela levantou-se e viu aquela quantidade anormal de sangue em baixo de minhas pernas.
— Sua menstruação... Desceu?
— Não sei, Ronnie!
Comecei a chorar desesperada e me sentia também um pouco sem forças.
— Iremos na enfermaria, Melina!
— Vamos!
Tomei rápido um banho e aquele sangue foi escorrendo de minhas pernas e eu me senti um pouco fraca, se era a minha menstruação ou não, aquilo estava estranho e eu torcia muito para não ser nada grave.
...
Na enfermaria com a Ronnie e ela parecia mais nervosa que eu, parecia que era com ela aquelas coisas.
— Vocês deveriam ir no médico mesmo, pois se ela ainda está sangrando, lá eles tem suporte o suficiente. — Disse a enfermeira e a Ronnie não parava de roer suas unhas.
— Ok, vamos amiga.
Peguei a Veronica pelo braço e fomos embora para apanharmos um táxi. Foi um silêncio a trajetória e eu me sentia incomodada, mas eu deveria me preocupar? Talvez sim, mas eu bem sabia que não tinha muito que fazer se eu fosse me descabelar.
— Veronica, se acalme!
— Amiga, sangramentos nunca são normais, ok? Nunca. Você deveria estar preocupada e se você tiver mesmo grávida amiga? Pode ser arriscado.
— Eu não estou, Ronnie!
Ela deu uma bufada e eu não estava nenhum um pouco a vontade de querer brigar e ainda mais agora nesse momento de estresse.
...
Eu odiava esperar, porém tinha que esperar a minha vez para ser atendida. Tinha algumas pessoas e eu juro que a vontade era me mandar dali, mas pela Veronica eu iria ficar ali até o final.
— Já quero ir, Ronnie!
— Negativo, vamos ficar aqui e ver o que você tem e depois iremos, ok?
— Ok!
— MELINA SUSAN STEWART!
— Aqui! - Ergui meu braço esquerdo e o rapaz indicou que eu pudesse entrar.
Ronnie foi junto comigo e agora que o nervosismo estava batendo de frente com o meu corpo.
— Bom dia, quem é a Melina?
— Eu.
Me sentei na cadeira e Ronnie ficou em pé ao meu lado apenas para me dar um suporte.
— O que eu houve?
— Bom doutora, eu acordei essa manhã com um sangramento horrível e eu não sei que pode ser... Eu ainda acho que é a minha menstruação, mas a amiga aqui disse que eu devesse me preocupar.
— Ainda está com a hemorragia?
— Sim, tive que colocar dois tampões para segurar, mas foi horrível.
— Você é sexualmente ativa?
— Sou... Vai fazer uns quatro meses eu acho que estou namorando. Não gosto de contar.
— Sua menstruação está em dia?
— Bom... Não está, mas acontece que meu ciclo sempre foi uma confusão, tinha mês que vinha e tinha mês que atrasava.
— Vamos colher seu sangue, ok? Juntamente com um exame de urina para descartar uma gravidez.
— Ok!
Ela me deu vários papéis e eu quis me enterrar de tanta vergonha.
— E se der positivo, doutora?
— Ora, você será mãe.
Engoli seco e eu quis me enterrar de vergonha dessa pergunta tão tosca.
— Doutora eu acho que irá positivo pois ela está sempre enjoada e vomitando muito por aí. - disse Veronica e eu quis socar o braço dela de raiva.
— Nem sempre vômitos e náuseas é sinal de gravidez, pode ser estresse, ansiedade e até mesmo crises de gastrites.
— Viu só, Veronica.
A médica riu e me deu um copinho transparente da tampa azul.
— Você vai urinar aqui e vai entregar para o pessoal do laboratório, ok? O resultado sai em 1 hora. E o de sangue você vai fazer agora que também sairá em 1 hora.
— Ok!
Saímos do consultório e eu fui direto para o laboratório coletar sangue. Eu odiava coletar sangue porque parece que os enfermeiros só sabem estourar minha veia.
— Viu só o que você está me fazendo passar, Ronnie? Além de estar sangrando que nem uma desvairada tenho que tirar por cima também.
Ronnie revirou os olhos e me mostrou o dedo do meio.
— E se der positivo?
— Se der positivo preciso que você guarde este segredo, ok?
— Mas e o John e os meninos?
— O Freddie irá querer matar o Brian, sem dúvidas. - O enfermeiro segurou o riso e a Ronnie passava a mão na testa um pouco nervosa.
— Freddie parece cachorro, só ladra e nunca morde.
— Eu não quero contar para os meninos, okay? Freddie está muito feliz com a Mary, Dom muito plena com o Roger e o John... Acho que o John podemos contar.
— E mesmo porque eu não sei esconder nada dele, mas e Brian, como acha que ele pode reagir?
— Tivemos essa conversa e ele disse com a maior naturalidade que iria criar, como se eu tivesse cabeça para ser mãe, né?
Sangue coletado agora era só esperar a vontade de fazer xixi para colocar naquele copinho.
— Ele é mais velho, tem mais cabeça que você e que nós.
— Se bem que estou com saudades dele, ontem a noite foi tão lindo.
Abaixei a cabeça e as lágrimas se formaram em meus olhos. Senti o calor dela me puxando para um abraço e eu quis chorar por dentro e por fora estava muito, mais muito assustada com tudo isso.
... Algumas horas depois...
Ronnie foi buscar meu resultado e agora quem estava nervosa era eu pois meu corpo estava trêmulo e eu quis por um breve momento fugir e veio na lembrança no dia que levei Brian para conhecer minha família.
# FLASH BACK ON#
Tocamos a campainha e rapidamente vieram abrir e era meu pai, que surpresa.
— Meu Deus, Melina! - Ele me abraçou forte e eu sentia sua respiração pesada em meu pescoço e fazia muito tempo que não via.
— Oi, pai! Tudo bem?
Se separamos do abraço e ele olhou para o lado e viu Brian que o cumprimentou.
— Pai, esse é o Brian... Meu namorado. - menti, porém era um mal necessário.
— Entrem, por favor!
Entramos e aquele cheiro de madeira nova remetia tanta a minha infância.
— Wanda está no trabalho e o Henrique está na escola e o que trás você aqui?
— Queria visitar e queria que você conhecesse o Brian e eu queria saber da vovó.
— Brian, você bebe ou algo do tipo?
— Uma gin tônica seria perfeito. - sentia a insegurança de Brian ao falar com meu pai.
— Eu sou o Olavo e eu vou lá pegar seu gin.
Meu pai encarou a adega mesmo que sentado e depois levantou bruscamente. De longe vi o piano e corri para tocar, quanta saudade. Comecei a tocar uma música suave e serena e vi que meu pai serviu Brian que o mesmo agradeceu sorrindo.
— Melina venha para cá, não nos deixe sozinhos. - ordenou meu pai e eu voltei a me sentar ao lado de Brian que agora estava com um copo em mãos.
— Pois bem, onde vocês se conheceram?
— Na Imperial, sua filha é muito inteligente. - meu pai deu um sorriso meio sem graça e parecia que ele estava mesmo prestando atenção no que Brian dizia.
— Você é aluno de la ?
— Eu sou chanceler e eu em parte ainda estudo um pouco pois estou  terminando meu doutorado. - meu pai deu um gole na bebida marrom que estava em seu copo e eu senti minhas pernas ficarem dormentes.
— Olha que chique, Melina é a minha única filha mulher e eu fico contente dela ter arranjado alguém inteligente e de boa personalidade. - Brian apertou meu joelho e ele estava um pouco suado.
— Bom Sr. Stewart fico agradecido pelo elogio.
Eles brindaram e eu até que fiquei contente com as palavras de meu pai e eu sei que não iria esquecer.

FLASH BACK OFF
Veronica me deu o envelope azul e eu tremia um pouco de puro nervosismo.
— Ei, Melina... Calma.
— Eu tô... Eu tô... Mas, eu não consigo abrir o envelope.
— Posso ler? - perguntou ela e eu assenti com a cabeça.
A paciente Melina Susan Stewart, idade 23 anos e...
— Tem como você ir logo no principal?
— Queria fazer um suspense, Mel!
— Eu sei, mas acontece que eu não aguento mais esperar.
O exame realizado foi o Beta HCG com o resultado... Amiga, aí meu Deus. - lágrimas nós olhos de Ronnie e ela deu um sorriso e depois continuou — Vale muito mais a pena se você ler.
Peguei o papel de sua mão e em letras garrafais estava escrito:

BETA HCG: QUALITATIVO BOM COM O RESULTADO POSITIVO.

Entrei em estado de choque e eu me senti tonta até que a Veronica me abraçou pulado de felicidade, não conseguia sentir toda essa animação e eu senti meu mundo desabar e acabando por completo.
— Amiga, fica feliz, por favor! Uma filho é uma benção.
A palavra filho fez a minha ficha cair e eu desabei de tanto chorar, não queria e não quero ser mãe. Minha vida acabou.

Notas da autora: Sei que prometi capítulos mais longos, ok? Mas agora vai começar uma nova fase na fic e eu espero que vocês gostem, ok?

O professor Onde histórias criam vida. Descubra agora