Capítulo 5: O dia depois do Happy hour

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Acordei com uma ressaca horrenda, minha cabeça parecia que iria explodir de tanta dor. O despertador gritava no criado mudo e eu sem dor nem piedade o arremessei bem longe.
A cama do lado ainda estava vazia e bem arrumada, presumi que ela teria ido dormir com John no ape dele. Eu ainda estava com a roupa do aniversário, para ser honesta, eu só fiz me jogar na cama com roupa e tudo.
Ouvi umas batidas na porta e eu me levantei para abrir, era Veronica com um sorriso sacana nos lábios e uma camiseta amarela.
- Bom dia flor do dia. - ela entrou e beijou minha bochecha.
- Cadê sua chave, Veronica?
- Eu deixei aqui, fui dormir com o Deaky.
- Percebi, mana.
Me sentei numa cadeira perto de um móvel e ela ainda sorria de uma maneira muito estranha.
- Por que tá rindo tanto ?
- John e eu fizemos. - disse ela ainda rindo e pondo a língua entre os dentes.
- Fizeram o que? - Eu ainda estava boiando, minha dor de cabeça não me deixava raciocinar direito.
- Sexo, sua boba! - ela corou de vergonha e eu arregalei meus olhos de surpresa.
- Mas e aí? Como foi? Conta tudo.
- Chegamos no apê dele e daí fomos se beijando, tiramos a roupa um do outro e daí rolou. - ela ria incontrolávelmente.
- Mas como é? Eu não sei.
- Ah ele tem pêlos no peitoral e ele é muito gostosinho. Iremos juntos viajar.
- Olha, que lindo. - sorri e eu estava feliz por Veronica, eu sabia o quanto ela gostava de John.
- E ele me pediu em namoro e eu aceitei. - ela estava tão radiante que seus olhos brilhavam.
- Aah que lindo, meus parabéns amiga, o John é muito fofinho e vocês formam um casal muito lindo.
Nos abraçamos e aquele momento era muito fofo.
...
Já estava entardecendo e eu fumava um cigarro, estava muito triste pois todos os meus amigos já tinham se mandado e mesmo sabendo que eles iriam voltar no fim do verão, eu odiava despedidas.
- Você não é muito nova para estar fumando? - eu reconhecia aquela voz e era ele, o sr. May.
- Sou, acontece que meus amigos todos já foram e eu praticamente estou sozinha. Disse dando os ombros.
- Posso me sentar ao seu lado?
- Pode ue.
Estava sentada num banco tipo de praça e ele ficava na ala noroeste do campus, era o único lugar que quase não era frequentado, era onde procurava ter paz.
- Como descobriu meu lugar secreto?
- Não é tão secreto assim, eu descobri hoje e agora. - ele começou a rir e apaguei meu cigarro.
- Ah tanto faz, até Freddie viajou nessa merda.
- Seu namorado?
Eu ri da pergunta e ele com a cara de interrogação no rosto.
- Meu amigo, apresentei ele pra você ontem de noite.
- Ah sim, o mariachi de bigode.
- Ele mesmo.
- Achei que fosse, eu vi vocês se beijando no pub. — não acredito que ele tinha visto.
- É complicado, as vezes eu dou uns beijos nele, porém é tudo sem compromisso, sabe?
- Isso para é novidade, mas sem problemas e nem estou julgando.
- Ah qual é, sr May, vai me dizer que quando era novo não gostava de ter coisas sem compromisso.
- Ah, sim, amores de uma noite, as vezes dava certo, só que eu comecei a namorar sério.
- Você namora?
Percebi que ele engoliu um pouco seco e deu uma pigarreada para limpar a garganta.
- Namoro, ela é encantadora. - Ele meteu a mão nos bolsos do casaco tirando uma carteira e na carteira tinha uma foto preto e branco dele com uma moça rindo na imagem. - O nome dela é Mary.
Eu senti um peso no peito como se fosse um tipo de decepção e ele sorriu ao olhar a foto.
- E porque você hesitou em falar que namora?
- Eu não hesitei, é que ela e eu... Bom... - ele coçou a nuca e ele continuou. - Tivemos que dar um tempo, ela precisou viajar para fora do país a trabalho.
- Ah tá, eu nunca namorei e então não sei o que lhe dizer.
- Geralmente ninguém diz nada, até porque eu não gosto de me abrir para ninguém. - Ele me olhava fixo e eu percebi que ele estava abrindo seu coração para mim.
- Olha, vai dar tudo certo no final. - Passei a mão em cima da coxa dele e ele riu um pouco, e que sorriso bonito.
- Ei essa frase é minha. - disse ele rindo e eu acabei rindo junto.
- Sim, eu sei. Por isso mesmo estou falando para você, vai dar tudo certo.
Assistimos o pôr do sol sentados naquele banco. Para um casal, seria a obra perfeita para um beijo apaixonado. Para dois amantes, um inesquecível pedido de namoro, mas para mim naquele momento era apenas só um por do sol como outro qualquer e olhei para lado e ele fazia uma reverência ao sol, juntando as mãos como os hindus fazem para saudar com o seu namastê.
- Você tá bem? - perguntei a ele e ele sorriu.
- Estou agradecendo por mais um dia, mais um dia de energias boas e mais um dia concluído. - Ele falava como se tivesse apaixonado pelo o sol.  Achei a coisa mais fofa do mundo.
- Ah tá, nunca vi alguém reverenciar o sol. - disse rindo e ele me olhou sério.
- O sol é uma estrela magnífica, ele nos dá a energia vital e se ele não estivesse em nosso sistema solar, não iríamos existir. - apontando para o meu queixo.
- Me desculpe, não quis ofender.
- Não ofendeu. - ele disse e deu um belisco em meu queixo e eu senti os pêlos da costa arrepiarem.
Ele me provocava arrepios e eu nem sabia o porque, era até esquisito isso.
- Preciso ir, sr. May, preciso arrumar meu quarto.- Precisava ficar sozinha por uns minutos.
- Você pode me chamar pelo meu nome, ainda não estamos em aula.
- Ok! Tchau, Brian! - Apertei suas mãos e pude notar que a dele estavam frias.
Acenei e fui embora para o alojamento. Eu lembrei de seu riso, meu coração acelerou muito e eu senti que precisava mais de ve-lo sorrir. Mas pera ai um seguinte, ele era meu professor e eu não posso estar passando por essa situação.
Quando cheguei no meu quarto, me deitei na cama e eu que sem querer adormeci

O professor Onde histórias criam vida. Descubra agora