○ EVIE RODWELL ○
Minha mente vagava na imagem de meu pai entrando naquela cabana no meu do rio, e se repetia em um ciclo vicioso como em filmes mundanos. Eu tentava me concentrar naquela correria do Instituto a procura de Jace, mas minha própria consciência dizia que eu deveria ir até Magnus e descobrir o que estava acontecendo.
Ele e Imogen haviam mentido pra mim, de novo? E qual seria a desculpa dos dois dessa vez? Foi para me proteger novamente do meu próprio caos?
Eu entendo que Asmodeus fez aquilo na minha cabeça para causar intriga, e não entendo o porque ele sempre sussurra feitiços no meu ouvido. O que ele quer comigo? Mas ainda sim ele me fez a ver a verdade que não teriam coragem de me contar.
— Já acabou a interrogação com Hodge? — questionei a Lydia que ainda está comandando o Instituto.
— Sim, ele insiste que não sabe para onde Valentim pode ter levado Jace. O que me surpreendeu foi vê-lo sem a mão.
Arquei a sobrancelha para loira como se pedisse para que me explicasse.
— Jace arrancou a mão do Hodge
Arregalei os olhos e a encarei desacreditada. Jace nunca me pareceu o tipo que fazia uma crueldade dessas com raiva, isso é coisa de Valentim.
— Alec não me disse nada disso
— Mas Hodge disse e ele confirmou
Lydia se afastou a passos rápidos.
— Notícias da Clave? — Alec perguntou enquanto descia as escadas.
— Até agora nenhuma — respondi soltando um suspiro.
— A clave não ajudando em nada, alguém está surpreso? — Magnus disse de forma irônica, e recebeu um olhar irritado de Alec.
— Não é hora pra suas ironias, Magnus — O repreendi de forma séria — Conseguiu encontrar Jace?
— Não, é como se algo estivesse impedindo.
Alec não ficou nenhum um pouco contente com aquela resposta, e vi a raiva estampada na sua face.
— ATENÇÃO TODOS AQUI — Ele gritou chamando atenção dos shadowhunters que estavam trabalhando — Eu quero monitoramento 24 horas por dia, e se tiverem alguma notícia, falem diretamente comigo.
Eles assentiram meio confusos e voltaram pro trabalho, e veio uma Lydia como um furacão.
— Esse é o meu trabalho, Alec — falou de forma chateada.
— E por que ainda não o encontrou? — rebateu.
— Alec, fica calmo. Valentim é esperto, não vai nos deixar encontrá-lo de forma tão fácil — me meti.
— Evie tem razão, e eu também acho que você está transtornado demais pra essa missão. Pode se retirar por favor — Lydia fez um sinal para que saísse da sala de operações, e eu vi que ele parecia que ia soltar fogo pela boca.
— Eu vou, mas não quero nenhum de vocês — passou o dedo por todos nós — Me perturbando, quero ficar sozinho — E saiu a passos firmes.
— Você tem que dar um calmante pro seu marido — ouvi Magnus dizer e o ignorei, até que sua mão agarrou meu braço — Você pode me dizer o que está acontecendo? Desde que eu cheguei você tem me ignorado, nem fala comigo. Sei que sou um feiticeiro poderoso, mas não posso adivinhar o seu problema.
— Eu acho Magnus, que você tem que rever as mentiras que você conta pras pessoas que julga serem importantes na sua vida — falei de forma alta e ríspida, e me soltei do seu aperto. Ele pareceu chateado, e me afastei e peguei o tablet ali para checar novamente todas as rotas viáveis pelos quais Valentim pode ter passado.
— Deixa isso pra lá, você precisa falar com o Alec — Isabelle disse pegando o tablet das minhas mãos — Você é a esposa dele, por favor, conversa com ele.
Assenti e deixei a sala de operações. Eu sei a onde Alec está, ele está sentado no balanço da estufa, observava uma das flores ali com um olhar vago.
— O que você quer? — perguntou de forma grossa e aquilo me chateou um pouco.
— Eu vim falar com você — me sentei ao seu lado e balancei nos dois no banquinho — Você não devia tratar as pessoas daquela...
— Você não entende — me interrompeu — Jace é meu parabatai, tem uma runa que me liga há ele, não é como só um parente, é muito mais que isso.
— Você tem razão, Alec. Eu não entendo isso, mas eu compreendo, e de qualquer forma não pode tratar ninguém dessa forma grosseira. Todos estamos trabalhando noite e dia para encontrá-lo, nem sequer dormimos.
— Se estivessem sendo o suficiente, já estaríamos com Jace aqui.
— Não fala assim, Alec. Todos estamos nos esforçando.
— E não o encontraram — Ele se levantou — Sinal de que não teremos sucesso, e terei que fazer da minha forma.
— Do que tá falando?
— Não importa — Ele tentou se afastar, mas segurei seu braço.
— Alec, por favor.
Ele me encarou por um momento, e soltou seu braço de forma brusca e saiu. Suspirei.
Eu entendo completamente que seja horrível a sensação de não ter Jace por perto, ainda mais pela ligação parabatai, mas as atitudes de Alec estão ficando infantis.Me levantei e voltei para a sala de operações, para tentar ocupar a cabeça. Magnus não estava mais ali, e agradeci por isso. Toda vez que eu o via, só lembrava da cena que chorei feito criança nos braços dele e depois a cena do meu pai vivo, isso está acabando comigo.
Assim que voltei, encontrei todos os shadowhunters reunidos no centro.
— O que tá acontecendo? — indaguei.
— É o que vamos descobrir — Isabelle respondeu. Logo, a abelha rainha, Maryse Lightwood apareceu.
— Estamos todos reunidos aqui porque a clave mandou um novo diretor, pois acreditam que a atual direção não está sendo de eficiência — Eu senti que ela estava ofendendo Lydia mesmo de forma indireta.
— Maryse agiu pelas minhas costas — ouvi Lydia dizer.
— Agora o nosso novo diretor é Victor Aldertree.
Arregalei os olhos e vi o homem aparecer acenando. Victor Aldertree é o demônio vestido de shadowhunter. Eu nunca gostei desse homem, sempre posou de boa pessoa, mas é ao contrário. Ele faz de tudo pra queimar qualquer um pra clave.
— Eu me sinto honrado por estar assumindo o cargo como diretor temporariamente nesse instituto tão grande, que um dia foi um dos melhores. Quero dizer que estaremos trabalhando dia e noite para encontrarmos Jace Morgenstern, e que interrogarei cada um próximo dele e de alguém dele. Estão dispensados, voltem ao trabalho.
Aos poucos a multidão foi se dispersando e eu fui junto com eles.
Valentim conseguiu nos enlouquecer, o inferno nesse instituto só está começando.
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𝐴𝑠𝒉𝑒𝑠 𝑜𝑓 𝑡𝒉𝑒 𝒉𝑒𝑎𝑟𝑡 ○ 𝐛𝐨𝐨𝐤 2
FanfictionNeste segundo livro de 𝗛𝘆𝗯𝗿𝗶𝗱, o Instituto está um caos depois que Jace Wayland foi levado por Valentim Morgenstern, e Evie vê cada vez mais dificuldade em esconder seu segredo, tendo que lidar com a verdade que seu pai nunca esteve morto, Asm...