Final

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EVIE RODWELL

Na noite anterior, Alec pegou todas suas coisas e voltou para seu antigo quarto. Eu queria conversar com ele, mas entendo que ele precisa desse espaço. Eu tento esconder a minha tristeza, mas ela está bem visível. No Instituto rola a fofoca que iremos nos separar, e eu ignorei isso. Estou tentando focar em Jonathan.
Ele matou o verdadeiro Sebastian Verlac, o meu verdadeiro melhor amigo foi morto. Encontramos seu corpo no quartinho que eu havia ouvido aqueles barulhos de algo. Se Jonathan não tivesse aparecido, eu poderia tê-lo salvado e isso está martelando na minha cabeça.
Para piorar ainda mais toda a situação, o espelho mortal desapareceu. Clary tentou usar a runa que desativaria seu poder, e ele simplesmente desapareceu de suas mãos. Isso é algo que nenhum feiticeiro consegue fazer, mas não temos certeza se realmente foi um, ainda não. Eu sinto que eles me escondem alguma coisa, mas se não fazem questão de me contar, não faço questão de saber.

— As coisas estão piorando por aqui — disse meu pai se sentando ao meu lado no telhado — A rainha Seelie agora representa todo o submundo. Ela esteve aqui agora pouco.

— Esse Instituto está o verdadeiro inferno — suspirei e encostei a cabeça no seu ombro — Não consigo tirar da cabeça que se tivesse conseguido entrar no quartinho do Jonathan, eu teria conseguido encontrar o meu melhor amigo vivo.

— Pois trate de tirar — apertou meu nariz e fiz uma careta — Não tem "e se", já aconteceu. Jonathan chegou na hora e ele não poderia desconfiar de você. Mesmo que você voltasse lá depois, ninguém saberia se ele já teria o tirado de lá para que não desconfiassem.

— Você tem razão.

Murmurei baixinho ao sentir o carinho dele no meu cabelo. Eu sempre gostei que fizessem isso.

— Você sabe que por sermos representados pela classe dos feiticeiros não somos obrigados a trabalhar em um Instituto?! — meu pai começou já querendo dizer algo.

— O que quer dizer? — me virei para ele com a sobrancelha arqueada, e vi ele travar a mandíbula, pensativo – Fala, pai.

— Eu queria ir embora, afastar de toda essa loucura, mas não iria sem você. Só que você agora é casada, sei que independe de tudo que esteja acontecendo com o Lightwood, você não o deixaria — disse.

— E você está certo. Sei que Alec e eu estamos passando por problemas agora, só que eu o amo. Eu não sei quantos anos ainda estarei viva, se chegarei até mil ou mais, mas sei que de Alec está limitada, eu quero ficar ao lado dele cada segundo.

— Eu respeito sua decisão, eu faria o mesmo — sorriu de lado com um olhar vago. Com certeza estava se lembrando da minha mãe.

— Se quiser ir...

— Eu não vou embora e te deixar aqui, não enquanto Valentim está solto com seu filho por aí — Me interrompeu e assenti.

Eu sei que apesar de que não demonstre tanto, mas meu pai se preocupa muito comigo. Ele ainda sente muito a morte da minha mãe, e sei que tem medo que o mesmo aconteça comigo.

— O senhor contou que a rainha Seelie agora representa o submundo — mudei de assunto.

— Magnus se juntou a ela, deu apoio dos feiticeiros, o que fez todo submundo ir junto mesmo com receio — seus dedos brincavam com os fios do meu cabelo.

— Se somos representados pelos feiticeiros, então ela fala pela gente — falei com incerteza.

— Somos híbridos, mesmo que escolhemos representantes, sempre vamos viver em cima do muro. Por isso, use disso, minha filha. Use para sempre manipular suas escolhas — aconselhou.

𝐴𝑠𝒉𝑒𝑠 𝑜𝑓 𝑡𝒉𝑒 𝒉𝑒𝑎𝑟𝑡 ○ 𝐛𝐨𝐨𝐤 2Onde histórias criam vida. Descubra agora