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EVIE RODWELL

O salão está coberto por shadowhunters vestidos de branco — alguns até seguravam as lágrimas diante dos falecidos a frente dos irmãos do silêncio — conversavam uns com os outros enquanto esperavam Aldertree chegar para começarmos o rito de passagem.
No fundo, estou preocupada com Alec e sua presença aqui. Eu sei que ele ainda se culpa pela morte de Jocelyn, e estar no rito de passagem dela vendo a filha sofrer com isso não é nada bom para ele.

— Jace e Alec foram buscar Clary no quarto dela — Isabelle comentou — Você sabe, apoio emocional de irmão da parte do Jace.

— Pra mim eles são tudo menos irmãos — dei de ombros. Os olhares foram pra entrada e me virei vendo Aldertree entrar. Não evitei uma revirada de olhos, e Isabelle foi correndo falar com ele. Continuei quieta no meu lugar, até que Jace e Alec apareceram ao lado de Clary. Alec ficou ao meu lado, e Clary e Jace foram para frente ficar ao lado do corpo de Jocelyn.
Começamos a recitar as palavras de despedida assim que percebemos que é a hora de começar. Até que chegou o momento dos parentes dizerem o nome dos falecidos.

— Jocelyn — Clary disse se segurando para não chorar — Mamãe — Ela desabou no choro e foi amparada por Jace.

— Jocelyn Fairchild —  disse Jace a abraçando, e saíram dali ficando ao nosso lado.

Os irmãos do silêncio e Aldertree fizeram o rito de passagem. Eu até senti uma certa emoção ao ver a luz branca sair daqueles corpos, a luz que todos acreditam ser a alma dos mortos.
Clary chorava feito uma criança, e Jace sussurrava algumas coisas no ouvido dela que não compreendi. Obviamente, palavras de conforto.

Assim que acabou o rito, eu sai dali. Não queria ficar no meio de todo aquele clima de luto.Até que senti um aperto forte na minha cintura.

— Aldertree acabou de dizer que achou um método de reforçar a segurança do Instituto, sinceramente, eu tenho medo — Alec disse me puxando pra mais perto dele, e passei meu braço ao redor dele também.

— Ele é um maluco, vai inventar alguma coisa idiota. Não vamos nos preocupar atoa — o tranquilizei.

— Podemos passar um tempo juntos enquanto estamos tendo alguns minutos de descanso —  sugeriu e sorri.

— Com certeza, meu amor.

Ele me encarou por alguns segundos e um sorriso enorme nasceu nos lábios dele.

— Meu amor? —  questionou arqueando uma sobrancelha.

— É o que você é pra mim — pisquei. 

Ele me fez parar, e segurou na minha cintura me levantando um pouco pra cima, e selou nossos lábios em um beijo. Eu me senti a própria princesa de desenhos mundanos que já ouvi falar. Alec segurou na minha mão e fomos pro nosso quarto, peguei meu caderno de desenho e seguimos para a estufa do Instituto.

— Nos somos casados, mas eu não sei nada sobre você — comentou.

— Consequências de pular a fase do namoro direto para o casamento - brinquei e ele riu — Bom, eu gosto de desenhar. É isso que você precisa saber.

— Isso é uma coisa que sei desde que você chegou no Instituto, me refiro a coisas mais óbvias — explicou.

— Minhas cores preferidas são laranja e dourado, eu gosto de música clássica por influência do Magnus.

— Você e o Magnus são bem próximos, nem parece que se conheceram a tão pouco tempo, é como se vocês se conhecessem há anos.

— Ele é como um pai que eu nunca tive — desconversei.

𝐴𝑠𝒉𝑒𝑠 𝑜𝑓 𝑡𝒉𝑒 𝒉𝑒𝑎𝑟𝑡 ○ 𝐛𝐨𝐨𝐤 2Onde histórias criam vida. Descubra agora