Maria Eduarda

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Fui direto ao meu quarto. Estava uma bagunça de coisas então comecei a arrumar. Tomei um banho e vesti um short de malha e uma regata. Não usava pijamas porque caso Alice precisasse de mim, eu não precisaria me trocar.

Depois de me vestir, estava mexendo no celular e lembrei-me de enviar a foto de Ali pro Gabriel.
Duda: ficou uma graça <3 – e enviei a foto. Minutos depois ele respondeu.
Gabriel: coisa mais linda *-* mereço uma foto sua também? Rs – eu ri e acabei tirando uma foto pra mandar. Resolvi provar o chocolate que ele havia me dado e que estava na cabeceira da minha cama.

O chocolate era ótimo. De uma loja chamada Beth Chocolates, chocolate belga.

- cheguei. – Luan falou entrando. Estava enrolado em um cobertor com um balde de pipocas.
- chegou pra que? – perguntei rindo.
- vim assistir um filme com você. – se sentou ao meu lado. – hum, eu quero. – falou pegando um bombom. – nossa, que delicia. – falou arregalando os olhos e eu ri da careta. – sério mesmo, onde você comprou?
- eu não comprei, ganhei. – falei comendo mais um.
- ah... – disse ligando a tevê.
Duda: adorei o chocolate, sério. Obrigada <3
Gabriel: por nada meu anjo. Te pego que horas amanhã?
Duda: a gente se encontra no parque, pode ser? – perguntei, vendo que seria desagradável ele dar de cara com Luan.
Gabriel: pode ser, eu levo os lanches!
Duda: e eu?
Gabriel: leva a princesa <3 <3 – ri ao ler.
- Duda, o filme. – Luan falou sério.
- desculpa. – bloqueei o celular e prestei atenção no filme. Acabei caindo no sono sem que percebesse. Mas acordei algumas horas depois. Luan dormia tão próximo a mim que eu sentia sua respiração no meu pescoço. Suas mãos em volta da minha cintura, mas não me seguravam. Virei-me com calma e sai de seus braços. Levantei prendendo o cabelo com o elástico que mantinha no pulso.
- Duda? – ouvi a voz rouca de Luan e virei. Ele tinha a cabeça erguida e uma brecha dos olhos aberta tentando me ver. – ta indo aonde?
- vou ver a Alice. – ele deitou a cabeça novamente no travesseiro.

Eu parei um pouco no corredor. O que tinha sido aquilo? Havia muito tempo que a gente não ficava tão próximos.

Perdi as contas de quantas vezes tínhamos dividido a mesma cama. Ele extremamente cansado da rotina, fugia pra conseguir dormir na minha casa. Porque não estava acostumado a morar com Bianca, Bruna dividia um apê com três amigas e seus pais moram no interior agora, então ele não tinha pra onde fugir. E nunca nos tocamos com maldade. Isso me entristecia de certa forma.

Assim que Alice nasceu e eu me mudei para sua casa, ele ainda tinha o costume de dormir comigo. Mas quando as coisas começaram a esquentar entre ele e Bianca, ele se afastou. Nós tínhamos uma amizade ainda, mas aos poucos ele parou de passar noites no meu quarto. Eu não o criticava, era em respeito à esposa. Mas sentia falta. E nesse momento não entendia o porque de ele voltar a fazer isso. Uma vez que estava tudo bem entre eles dois.

Tudo já estava escuro, considerando que Joana já tinha ido dormir e não havia mais ninguém além dos seguranças em volta da casa.
Fui até o quarto da minha princesa e ela dormia tranquilamente. Olhei o relógio, meia-noite. Ela provavelmente dormiria a noite toda. Voltei então para o meu quarto, pronta pra mandar Luan pra cama dele.
Mas quando cheguei, ele já dormia novamente. Acendi a luz e, gentilmente, o chacoalhei.
- Luan...
- oi?
- você não vai pra sua cama? – ele negou. – é sério.
- deixa eu dormir com você, poxa. – resmungou.
- Bianca me coloca pra fora dessa casa no momento em que ela descobrir. Vaza logo.
- eu não deixo ela te colocar pra fora, agora deita ai vai. – bufei e apaguei a luz me deitando.
- vai mais pra lá então. – ele foi e eu me deitei. Não demorou um minuto pra ele chegar mais perto. Agora, frente a frente comigo. Ele parecia uma anjo, olhos fechados e respiração calma.
- saudades de dormir assim com você. – me surpreendeu dizendo e eu fiquei quieta. Não sabia como reagir. Ele não disse mais nada e logo percebi que sua respiração pesou, ele tinha dormido. Passei tempos tentando dormir. Aquilo estava bem longe de ser estranho. Era reconfortante. Mas ele não deveria sentir mais nada por mim. Enquanto eu não pregava os olhos o observando e morrendo de amores.

Mesmo sem estarOnde histórias criam vida. Descubra agora