Torcendo por vocês

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Eu prestei muita atenção em cada detalhe da receita. Eu queria mesmo aprender a fazer. Enquanto Alice ficava no cadeirão comendo fruta e vendo desenho no iPad.

Quando já estava tudo quase pronto, eu subi pra tomar um banho. Não demorei muito pois sabia que Mari estava cuidando da janta e de Alice sozinha.

[...]

Já era noite. Hoje, Luan não tinha vindo se deitar comigo. Eu estava estranhando ele desde mais cedo quando disse que estava cansado. Deu o horário que ele geralmente vinha e nada. Decidi que eu iria até o seu quarto então.

Fui em passos lentos, com medo de ser pega por alguém. Abri a porta dele lentamente. Ele não estava deitado. Estava de pé, parado na frente da janela.
- ei... - o chamei da porta. Ele me olhou. - posso entrar? - assentiu. Eu entrei e fechei a porta. O abracei por trás e tentei ver o que ele olhava pela janela. - você tá bem? - ele se virou pra mim e me abraçou. Não falou nada por uns minutos. Depois, se sentou na cama e me puxou pra ficar na sua frente.
- O meu pai me falou umas coisas que me fez ficar pensativo. - ele fez uma pausa demorada.
- Me fala...
- Eu prefiro não, tá bom? - eu assenti.
- Mas você tá pensando em que, exatamente? - fiz carinho no seu rosto. - eu entendo se você não quiser continuar com... a gente. - falei, mas foi 100% da boca pra fora. Eu ficaria muito puta se depois daquele show todo, ele desistisse assim. Do nada.
- Não, nada disso! Eu só acho melhor... melhor a gente levar as coisas com mais calma, entende?
- Tipo...?
- Quando a Bianca chegar terça-feira, eu vou conversar com ela e pedir o divórcio. E queria que a gente esperasse pra ficar junto depois que eu já estiver separado. - meu coração se acalmou. Era só isso? E eu morta de medo de Amarildo ter dito algo que fizesse ele acreditar nesse casamento furado que ele vive. - você tá chateada comigo? - eu ri.
- Claro que não. Você tá mais que certo. Eu também não iria estar confortável com isso dentro da sua casa com a sua mulher lá.
- É...
- Eu vou te esperar, tá bom? - ele riu.
- Vai mesmo? - concordei. - jura? - eu ri.
- Juro, Luan Rafael. - o abracei e ele deitou, me levando junto. Ficamos nos olhando alguns segundos até que nos beijamos. Um beijo lento, carinhoso. Que na mesma hora me fez pensar algumas besteiras.

Eu estava tomada pela dopamina quando subi em cima dele. Sentada no seu colo, continuava o beijando. Ele passou às mãos pelas minhas coxas e isso me arrepiou todinha. Desci meus beijos pelo seu pescoço e coloquei minhas mãos por baixo da sua camiseta.
- Duda... - ele arfou. Eu, com meu short de pijama fino, senti seu membro enrijecer. O shorts dele de tecido da nike não ajudava muito também. Eu dei uma leve rebolada quando senti ele pulsar. - Duda! - me afastei e olhei pra ele, culpada!
- Desculpa. - fiz bico e levei as mãos para as bochechas, com vergonha.
- Por que ce faz isso? - passou às mãos no cabelo enquanto olhava na direção das nossas partes íntimas se tocando. - logo hoje, ai meu Deus! - eu ri e ia saindo do seu colo, quando ele me segurou firme pela cintura.
- O que foi? - perguntei. Ele lambeu os lábios de forma muito sedutora enquanto ainda olhava na mesma direção. Subiu o olhar bem devagar, parando nos meus seios. Beijou-os por cima da blusa e nessa hora eu já estava sentindo meu clítoris enlouquecer lá embaixo. Subiu as mãos lentamente, tirando minha blusa.
- Que saudade! - sussurrou dando vários beijos no colo dos meus seios, até chegar no bico. Ele se deliciava com meus seios e isso me dava muito tesao.   Chupava, dava leves mordidas e brincava com a ponta da língua. Eu ia sussurrando o quanto aquilo estava gostoso e o quanto me deixava excitada. Ele sempre soube que era meu ponto fraco.

Esse que era o problema. A gente se conhecia muito bem. Sabia os pontos certinhos um no corpo do outro. E em anos, isso não tinha mudado. A nossa química na cama era a mesma.

Eu perdi as contas naquela noite de quantas vezes eu gozei. O Luan então, o coito interrompido que me proteja!

No fim, estávamos de conchinha debaixo da coberta. De minutos em minutos ele beijava meu ombro, meu pescoço. Alisava meu braço, minha cintura, minha perna. Eu estava quase dormindo, quando ele falou
- Tá acordada amor? - a princípio eu gelei. Ele tinha mesmo me chamado de amor? Na hora do sexo eu ate entendia, no calor do momento a gente tinha trocado algumas palavras carinhosas.
- Hum... - o sono estava me consumindo.
- Eu senti sua falta. - acabei dormindo sem responder.

Acordei no susto no dia seguinte. Percebi que tinha amanhecido e eu ainda estava no quarto de Luan. E quando ele dormia no meu quarto, sempre saía no meio da noite. Levantei apressada da cama e a movimentação fez ele acordar.
- Ei, o que tá fazendo?
- Procurando minhas roupas.
- Ainda é cinco da manhã, Dudinha. 
- Sério? - ele concordou. - mas é melhor eu já ir assim mesmo. - disse me vestindo.
- Vem cá. - levantou a coberta indicando que era pra eu deitar do seu lado. Deitei novamente. - deixa eu te aproveitar só mais um pouquinho... não sei quando vou poder deitar com você de novo. - deitei o rosto no seu peitoral  e nos abraçamos. Acabei pegando no sono.

[...]

Luan colocava as mala no carro enquanto eu me despedia dos seus pais. Era hora da soneca de Alice então ela já dormia na sua cadeirinha no carro.
- ai droga, esqueci o doce de leite lá na cozinha! - Marizete falou me olhando.
- Pode deixar que eu pego! - me ofereci e entrei. Não encontrei o doce em lugar nenhum. Logo a vi entrando. - eu não estou encontrando...- falei olhando na geladeira.
- Eu sei do que se passa. - se encostou bem perto de mim e falou num tom baixo. - Eu tô torcendo por vocês, só não encontrei momento pra te falar isso. - ela sorriu e eu fiquei sem reação.
- Marizete, eu...
- Eu sempre soube que você gostava dele. E além disso eu dizia pra ele. Ele não acreditava. Te observava de longe, cuidando da filha dele com outra pessoa, e achava que não tinha mais jeito. Mas tem. Então não deixa nada atrapalhar vocês tá? - eu concordei com os olhos cheios de lágrimas e ela me abraçou. As lágrimas escorreram, não pude controlar.

Fui pra casa pensativa. Luan o caminho todo perguntava o que eu tinha, mas eu não queria conversar. Queria usar aquele momento pra pensar em como. Como iria me despedir de Gab, como iria ser com Bianca, como isso iria afetar Alice...

Mesmo sem estarOnde histórias criam vida. Descubra agora