•Capítulo 24•

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"Eu tenho observado você por algum tempoNão posso parar de olhar para seus olhos de oceanoCidades queimadas e céus de napalmQuinze chamas dentro daqueles olhos de oceanoSeus olhos de oceano"

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"Eu tenho observado você por algum tempo
Não posso parar de olhar para seus olhos de oceano
Cidades queimadas e céus de napalm
Quinze chamas dentro daqueles olhos de oceano
Seus olhos de oceano"

Ocean Eyes

•Emília Evans

Já faz uns quinze minutos que estou encarando o meu novo quarto. Assim que João, motorista de Dominic , me deixou aqui, e me apresentou o apartamento inteiro, tive a certeza de que nada disso combinava comigo.

O apartamento em si era lindo, muito bem cuidado e estava limpíssimo quando entrei. Jane tinha abastecido a dispensa. Tudo era tão lindo... mas eu não me encaixava. Faltava alguma peça. Meu coração faltava uma peça. E eu tinha certeza onde havia deixado.

Olho o relógio na parede e já passavam das dez.

Entro no quarto e me deparo com algumas roupas masculinas dobradas em um canto. O nome de Dominic surge em minha cabeça. Ele morava aqui. E provavelmente, esse era o quarto dele.

Resolvo tomar um banho.

Tiro minhas roupas e me permito sentir a água caindo pelo meu corpo.

Foi ali que me permiti chorar. Colocar para fora tudo que estava segurando desde o hospital. Se pra mim essa foi a decisão certa, porque parece que foi tão errada?

Me ajoelho no chão do box e choro. Choro por tudo. Por Dominic, pelas crianças, pelas mulheres que ainda estão presas naquele prostíbulo, por toda dor que sinto e que um dia senti e choro por esse sentimento. Esse sentimento que eu sei que existe, porém, tenho medo de falar e me machucar ainda mais. Me sinto fraca e prestes a afundar em um Mar Negro de insegurança, dor, perdas e solidão.

No fundo, eu sei porque eu fui embora da mansão. Porque eu não aguentaria perder eles também. Não aguentaria ver eles partirem. Então, quem partiu foi eu.

Em pouco tempo, aquelas pessoas me deram mais amor e mais proteção que eu nunca, jamais, recebi dos meus pais.

Fui embora porque não aguentaria vê-los machucados, como eu vi Kia.

Lógico que coisas assim acontecem, e que nem sempre as coisas iram ser felizes, mas o quanto eu conseguir poupar eles de toda essa dor, eu vou poupar.

Sou tirada dos meus pensamentos com dois braços ao meu redor.

Levanto a cabeça e me deparo com Kia.

-O que faz aqui?

-Não poderia te deixar ir embora.

-Como entrou?

-Qual é? Sou uma mafiosa! Sei arrombar algumas portas!_Ela abaixa a cabeça_Bati algumas vezes e você não atendeu. Pensei que tinha acontecido algo.

DOMINIC SANTORO - Trilogia irmãos da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora