O jantar foi feito por Tamaki, o resto do pessoal já ocupava o lugar de costume. Bakugou continuava impaciente, Kirishima simplesmente não quis desgrudar. A alguns dias perguntou sobre os horários dele e recebeu como resposta apenas um riso. Desde que soube da possibilidade da traição não suporta nem a voz do amigo, sempre evitando contato. Ainda não encontrou uma boa maneira de fazer perguntas, então, evitou isso, por enquanto.
— Podemos sair amanhã, Izuku. — Mirio disse de repente, chamando a atenção de todos ao redor.
— Sair? — Questionou Tamaki.
— Sim. — Mirio sorriu — Vou levar meu garoto para matar saudades da Eri.
— Oh? — Kirishima levantou uma sobrancelha surpreso — Posso ir junto?
— Melhor não. — Mirio sorriu — Apenas algumas pessoas sabem onde ela está, já estou forçando a barra ao leva-lo.
Bakugou percebeu que Midoriya parecia triste. Queria perguntar diretamente, mas o desgraçado do ruivo estava por perto.
— Vão dormir fora? — Nejire forçou um sorriso.
— Acho que sim. — Midoriya respondeu fingindo estar animado.
— Mirio. — Tamaki falou, o que deixou todos esperando por um continuação.
— Vocês dois são ridículos. — Suspirou colocando os talheres na mesa — Eu e o Izuku somos quase irmãos, parem com isso.
— Eu sei sobre vocês três. — Midoriya corou — Mirio fala muito do quanto ama os dois...
Nejire colocou as mãos no rosto, envergonhada.
— Nenhuma surpresa — Bakugou murmurou e Kirishima riu.
— Você é muito inseguro, Tamaki. — Mirio riu e continuou a comer tranquilamente.
— Eu só ia pedir para me passar o suco. — Murmurou, sentia o rosto arder e, nesse momento, a ideia de se jogar de um prédio parecia razoável.
— Ah. — Mirio gargalhou constrangido e passou o que lhe foi pedido.
...
Na U.A, Aizawa se jogou na cadeira derrotado. Nos últimos dias tudo estava dando errado, parecia que os heróis eram todos bobos inúteis. A ideia de serem apenas uns adultos vestidos com fantasias posando para revistas como palhaços o irritava, e estava cada vez mais comprovado que eram só isso mesmo. Ninguém fazia nada de útil, não conseguiam pegar nenhum vilão e não tinham nenhuma notícia.
Os pais de seus alunos foram todos retirados pessoalmente por ele e escondidos, já que All Might e Inko desapareceram. Era ridículo pensar que realmente perderam o antigo herói número um e a mãe de alguém que tentaram usar como agente dublo. A verdade era que só foderam a vida de seu aluno e, por ser um herói pequeno, não pode fazer nada para impedir. Tudo estava dando errado.
— Encontrou a Recovery girl? — Nezu entrou na sala e perguntou com a voz meio falha.
— Ainda não. — respondeu massageando o centro da testa — Creio que foi morta, nem me surpreenderia.
— Vamos torcer para que esteja errado. — Nezu suspirou — A garota Uraraka ainda precisa dela, sem falar da outra que perdeu o olho.
— Aceite, diretor. — Aizawa bufou meio impaciente — uma ficará para sempre meio cega e a outra nunca vai voltar a andar.
— Encontre-a, precisamos dela. — disse meio triste antes de sair, deixando o professor para trás.
...
No hospital, Denki chegou para outra visita. Até o momento mina não acordou, isso por culpa da pancada gigante que levou na cabeça. Sero estava em um quarto de recuperação, passou por uma cirurgia por causa de uma hemorragia interna. Mas, ao que parece, ele está bem.
Ao entrar no quarto da amiga, se surpreendeu ao ver Sero sentado em uma cadeira de rodas ao lado da cama dela.
— O que faz aqui?
— A médica disse que é para ela acordar hoje ou amanhã. — falou observando a amiga dormir — Quero estar aqui quando acontecer.
— Como você acha que ela vai reagir? — perguntou se sentando em uma poltrona ali perto.
— Sobre o que? O olho ou da amada Uraraka? — Sero suspirou meio cansado — Nunca pensei que chegaria a me arrepender de escolher ser herói, mas... o mundo tá uma loucura.
— É — concordou — Espero que Bakugou e o bro estejam em uma situação melhor, não suporto mais isso tudo. — admitiu. Era raro ver Kaminari tão deprimido.
— Eles ainda não deram notícias? — A voz rouca e arrastada de Mina surpreendeu os dois, que olharam alegres para a cama ao mesmo tempo.
A garota ainda mantinha os olhos fechados, ela tossiu um pouco antes de começar a piscar para se acostumar com a luz.
— Ei, princesa alien. — Sero sorriu, aliviado dela estar acordando.
— Cara, um dos meus olhos está um breu. — riu olhando ao redor — Serio, parece que estou cega. — disse meio brincando.
— ... — Kaminari segurou a respiração, sua alegria foi jogada ao espaço.
— Gente? — Ela olhou de um ao outro um pouco confusa, o rosto dos amigos estava pálido. Como se percebesse, levou uma das mãos ao rosto.
Imediatamente começou a inspirar com força, nervosa — Kami, cadê meu olho? — perguntou tentado se acalmar — Sero, cadê o meu olho?! — ela fez uma expressão dolorida e começou a chorar, algo que os dois nunca presenciaram na vida.— Calma, não chore — Kaminari ficou nervoso ao ver aquilo, ela fazia tanta força que começou a sair sangue do olho cego — Não chore, vai sangrar! — Pediu meio desesperado. Ele avançou na cama para segurar os braços dela, que parecia a ponto de enfiar o dedo no próprio olho para ver se realmente não tinha nada ali.
Sero apertou um botão ao lado da cama para alertar as enfermeiras e olhou a cena de mina chorando com uma expressão variando de pena a tristeza. Era por isso que queria estar aqui, para que ela pelo menos soubesse que os dois estavam ao seu lado.
— Kami! — Ela gritou meio desesperada e sem ar — Eu estou cega! Me devolva meu olho, eu quero meu olho! — gritava como se tivessem roubado aquilo dela.
Uma enfermeira entrou correndo pela porta e aplicou algum sedativo no fio que ligava o soro as veias da paciente, logo ela caiu no sono ainda com o rosto molhado de lágrimas e sangue.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Não me deixe
FanfictionDepois de se declarar a bakugou, midoriya sumiu, ninguem sabia nada sobre seu paradeiro. Dois anos depois, ele aparece. Volta a estudar com seus colegas, tudo de volta ao normal. Mas... aquele sorriso não parece um pouco diferente? Bakudeku