Momo abriu os olhos com dificuldade. Nunca, em toda sua vida, tinha se sentido tão cansada e quebrada. Aguentar tudo sozinha era algo muito duro e difícil. Após a morte de Tsuyu, sua parceira, sentiu que nada poderia ficar pior. Isso até a uns três dias atrás. Alguém aproveitou sua ausência e encontrou no quarto de Jirou para mata-la. Foi muita sorte ter voltado ao hospital depois de tomar banho. Se tivesse deitado para dormir, sua amiga não estaria respirando hoje. O assassino conseguiu fugir. Era por isso que se sentia tão furiosa, culpada e preocupada.
Ao saber que não era seguro, se recusou a deixar a amiga sozinha. Não dormia a dias, usava uma poltrona ao lado da cama para tirar uma soneca as vezes. Não tomava banho também, seu cabelo estava grudento e conseguia sentia o odor horrível que emanava do seu corpo. Mesmo assim, se recusava a sair. Não confiava em ninguém ali, nos policiais, nos médicos. Até quando trocavam a roupa de Jirou ela ficava ao lado, preparada para matar a pessoa que ousasse tocar demais. Sequer se importava se tinha alguém doente no local, faria bombas com sua individualidade e explodiria tudo caso a amiga morresse. Estava paranoica, completamente doida.
Compreendia a gravidade desse problema, e foi por isso que recorreu a um pedido de ajuda. Mas não a agência de heróis da cidade, repleto de desconhecidos. Foi atrás da sua turma, que enfrentava os mesmos problemas. Até piores.
Por exemplo, o grupo de Kaminari. As últimas notícias eram chocantes. Uma explosão matou vários funcionários da agência em que estavam, por pouco eles não morreram junto. Nesse acidente Sero ficou extremamente ferido e mina perdeu um olho, Kami foi o único sortudo em sair ileso apenas com alguns arranhões.
As investigações nem começaram direito, mas Momo sabia que a turma da U.A estava claramente sendo o foco dos vilões. A explosão não tinha a intensão de matar aqueles heróis menores e os funcionários comuns, e sim o grupo de Kaminari. De alguma maneira sabiam que eles não estavam agindo na rua como todos, e armaram algo para matar os três.
Alguém sabia tudo, e contava aos vilões.
Depois de varias mensagens implorando por ajuda, Iida se voluntariou. Todoroki parecia querer ajudar também, mas estava com a cabeça ocupada com Midoriya e a falta de informação do grupo deles. Além de não poderem deixar Uraraka sozinha. Por mais que ainda não tivessem sofrido nenhum ataque, todos sabiam da importância da união.
Deixando isso de lado, o foco agora era que Momo não precisaria continuar sozinha. Iida estava a caminho. Logo tudo melhoraria. Animada, ela esperou. E esperou. E esperou. Mas ninguém apareceu por um longo tempo. Quando perguntou a um dos policias por notícias, recebeu olhares de pena. Ninguém disse nada. Até um dos assistentes da agência chegar com um relatório.
Uraraka sofreu um acidente.
...
Em um lugar extremamente bem protegido e escondido. Inko andava de um lado para o outro, ansiosa.
— Não entendo. Vocês vão me mudar de local? Qual o motivo? Izuku está bem? — a mulher jogou varias perguntas para um funcionário que sorria nervosamente.
— Seu filho está bem. Apenas um procedimento para sua segurança. Não tem nada de errado. Aliás, o aposentado herói All Might estará lá com a senhora. — O homem sorria. Não parecia feliz, mas sorria.
Inko suspirou tranquila. Não se importava muito com ela, estava aliviada do filho estar bem. Depois de tanto tempo ele finalmente apareceu. E se o destino ajudasse, logo se encontrariam.
...
— Vocês estão se evitando... — Kirishima riu seguindo atrás de Bakugou. Os dois estavam patrulhando juntos.
— Eu desisti. — Retrucou Bakugou. Aparentemente desconfortável com a conversa.
— Você o que? Como isso é possível?! Eu não ouvi dois anos de choro e pesadelos pra isso! — Reclamou Kirishima.
— Kiri. Eu respeito você, sou seu amigo. Mas meu foco no momento são meus pais. Você entende? — Bakugou parou de andar e olhou nos olhos do amigo. Kirishima assentiu com a cabeça.
— Tudo bem. — Resmungou em protesto.
— E os sinais telefônicos? O seu voltou? — Perguntou olhando o aparelho, que não demostravam sinais.
— Não. Mas deve ser normal. Somos os únicos que foram jogados em uma cidade pequena e isolada. — Kirishima sorriu despreocupado.
— Isso é um saco. — Reclamou baixou.
Kirishima ficou quieto por alguns segundos, como se pensasse profundamente em algo. Hesitou por um tempo, mas ainda continuo a puxar assunto.— Mas, Midoriya e você, o que conversaram no quarto a noite? — Perguntou curioso.
— Eu... — Bakugou estava pronto para responder com outra desculpa esfarrapada, mas parou. Ele nunca disse a Kirishima que Midoriya foi ao seu quarto. E tinha certeza que ele estava dormindo.
— Eu já não te disse? Você anda muito esquecido! — Reclamou falsamente. Kirishima pareceu confuso por um tempo, então Bakugou resolveu ajudar.
— Ele queria chorar, reclamar. Mirio passou a dormir sozinho novamente. — Disse com voz monótona, como se fosse a decima fez que repetia.
— Claro. Faz tanto tempo que esqueci. — Riu Kirishima, claramente desconfortável.
Bakugou não falou mais. Algo estava errado. Muito errado.
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Não me deixe
Fiksi PenggemarDepois de se declarar a bakugou, midoriya sumiu, ninguem sabia nada sobre seu paradeiro. Dois anos depois, ele aparece. Volta a estudar com seus colegas, tudo de volta ao normal. Mas... aquele sorriso não parece um pouco diferente? Bakudeku