Jirou acordou assustada.
O cheiro forte de coisa podre fez com que tampasse o nariz automaticamente, apenas para perceber que estava com uma máscara de respiração. O lugar escuro indicava que estava em um latão de lixo, confusa se sentou e abriu a tampa.
Olhando ao redor, percebeu que estava próxima ao hospital. A fumaça estava sendo contida, o barulho de ambulâncias e polícia irritavam seus ouvidos. Percebeu que não muito longe, uma ambulância estava parada, os enfermeiros cobriam um corpo. Desesperada, se levantou e cambaleou ate eles a procura de ajuda.
Um herói que estava ali para proteção deles, se surpreendeu ao ver a menina, ele correu e a pegou no braços. Jirou queria falar, perguntar quem era a pessoa morta, mas sua boca seca não deixou que ela pronunciasse nenhuma palavra.
O herói colocou a menina sentada na ambulância, os enfermeiros correram para analisar seu estado. O corpo na maca estava bem na sua frente, tremula e com medo, puxou levemente o pano. O rosto de momo, mesmo severamente queimado, era difícil de confundir.
Com o coração apertado, Jirou chorou em silêncio.
...
Midoriya se despediu aos choros da Eri, durante a volta Mirio observou o menino ficar cada vez mais depressivo ao se aproximar da cidade.
— Você vai ver ela logo, não fique desanimado. — sorriu e bateu gentilmente nas costas do garoto, que apenas assentiu em silêncio.
Ao chegar na cidade, os cidadãos estavam pelas ruas indo para seus trabalhos. Tudo parecia bem calmo, mesmo sem sinal de telefone e internet, todos mantiveram a calma e continuaram suas vidas.
O únicos tensos eram os heróis, que despacharam algumas pessoas para as outras cidades e eles nunca voltaram, isso era um pouco preocupante. Tamaki pretendia sair pessoalmente se nenhuma notícia chegasse nessa semana.
Ao chegarem em casa, Kirishima se apressou para recebe-los.
— Nejire está dormindo na sala, Bakugou saiu com Tamaki para fazer dar uma volta na cidade. — sorriu explicando com a voz baixa.
— Durante o dia? O Tamaki? — Mirio levantou um sobrancelha.
— Sim. Nejire parecia muito cansada, então ele trocou com ela. — Explicou dando olhadas em Midoriya vez ou outra.
— Ah, que anjo. — Mirio sorriu orgulhoso, entrou na sala e deu um leve beijo na testa da garota antes de sair para se banhar.
Ao não enxergar mais ele, Kirishima puxou Midoriya para fora.
— Bakugou estava muito triste. — comentou — Você pretende falar com ele?
— Não. — Midoriya deu de ombros — Ele teve oportunidade no passado, agora eu não quero. — sua voz soava enojada, se Bakugou ouvisse, bateria palmas pela sua performance teatral impecável.
— Ah, isso é tão triste. — Kirishima fez biquinho — Não vou mais te incomodar com isso.
— Obrigado, Kiri. — Midoriya sorriu e se preparou para sair — Ah, você se lembra do que Aizawa nos disse?
— Hã? — Kirishima levantou uma sobrancelha confuso — Que nem todos de nós voltaríamos vivos?
— Isso mesmo. — Midoriya concordou triste, para disfarçar ele acrescentou — Eu espero que todos fiquem bem.
— Eu também. — Kirishima abaixou a cabeça.
...
O doutor acordou All For One com um sorriso no rosto.
— Boas notícias? — falou ao analisar a expressão do médico.
— Sim e não. — o médico riu — A encomenda foi localizada, Izuku realizou seu serviço com excelência.
— Ótimo. — O homem comentou indiferente — O que mais?
— Dabi matou a menina Momo, mas não pode dar certeza que Jirou morreu. — O doutor deu um passo para trás, pronto para se proteger dos surtos do chefe.
— Deixe assim. — o homem deu de ombros — Pelo menos umas das mentes mais inteligentes dessa geração morreu, mas ainda precisa puni-lo. 2hrs de tortura devem ser o suficiente.
— Sim, senhor. — o médico abaixou a cabeça.
— E a Inko? — perguntou de repente.
— Em um dos nossos esconderijos. — o médico murmurou, com tato para não irrita-lo.
— Izuku vai querer vê-la, traga essa vagabunda aqui. — ordenou exausto — Coloque ela em uma sala exclusiva, de tudo que ela pedir.
— Como quiser. — O doutor se surpreendeu, aparentemente o AFO ainda gostava um pouco da mulher.
— Me coloque para dormir. — O homem massageou a testa, cansado — Só me acorde quando a encomenda chegar.
O doutor assentiu e aplicou remédio nas veias do homem, que pouco depois apagou. Um suspiro cansado escapou de seus lábios, era complicado lidar com alguém que esta constantemente mudando de temperamento.
...
Jirou estava sentada na cama de hospital, quieta e um pouco perdida. Aizawa entrou correndo no quarto e se ajoelhou em sua frente.
— Você está bem? — perguntou suavemente.
— Por que você esta aqui? — Jirou franziu a testa, confusa.
— Eu estava passando pela cidade, pretendia visitar Uraraka, que vai fazer cirurgia em alguns dias — explicou segurando as mãos da menina — Eu não esperava que Momo morresse, e nem que você acordasse.
— Ela morreu para me proteger, as duas fizeram isso. — comentou sem expressão.
— Momo e Tsuyu foram ótimas heroínas e amigas. — O professor confortou.
Interrompendo o momento aluno e professor, um grupo de policiais entraram na sala. Aizawa automaticamente ficou irritado, a garota acabou de acordar e já queriam fazer perguntas.
— Antes que me mande embora... — O homem tirou um papel do bolso interno do paletó — o governador da segurança me deu por escrito um mandato, só sairei quando Jirou nos contar tudo que sabe.
— A garota ainda está confusa, voltem depois! — o professor ficou em pé, pronto para colocar os homens para correr.
— Está tudo bem, professor. — Jirou olhou para os policias — É melhor falar logo, talvez amanhã alguém venha me matar outra vez.
Com isso, um dos policias tirou o herói do quarto.
— Bom. — o policial sorriu — Por que não começamos com o dia da morte de Tsuyu? O que exatamente você ouviu?

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Não me deixe
FanfictionDepois de se declarar a bakugou, midoriya sumiu, ninguem sabia nada sobre seu paradeiro. Dois anos depois, ele aparece. Volta a estudar com seus colegas, tudo de volta ao normal. Mas... aquele sorriso não parece um pouco diferente? Bakudeku