Quando amanheceu, o clima entre os amigos estava estranho. Kirishima estava sorrindo para o vendo, de bom humor. Bakugou envergonhado, sempre evitando os olhares do ruivo. Já Midoriya, parecia inquieto, olhando ao redor, como se procurasse um inimigo invisível. Os três heróis repararam isso, como os ajudantes não parecia focados Nejire anunciou.
— Vou fazer a patrulha sozinha hoje. Nunca tem nada acontecendo, não precisam me acompanhar.
— Tem certeza? — Perguntou Kirishima, ainda mais animado.
A garota piscou para ele, sorrindo. Os dois simultaneamente entenderam, era para manter o casalzinho junto. Quando estão patrulhando eles se separam, cada um cobre um local.
Como Mirio não sai para patrulhar, ele fica em casa, cuidando da papelada ou recebendo avisos. Geralmente, Nejire cobre o turno dia e Tamaki a noite. Os meninos acompanham a garota, já que a noite ele preferiam descansar.
Não havia nada para fazer, Tamaki estava dormindo e Mirio se exercitando, já que o lugar estava parado recentemente. Midoriya tomou a liberdade para cuidar da limpeza da casa, queria retribuir a hospitalidade. Bakugou não sabia ao certo o que fazer com seu tempo livre, aproveitou para lavar suas roupas e se exercitar.
Ao se aproximar do entardecer, Midoriya correu e se trancou no quarto, estava claramente fugindo do interrogatório. Kirishima percebeu esse clima entre os dois, e resolveu ignorar. Ele estava testando a paciência de Bakugou e Midoriya, para ver qual cederia primeiro. Achava graça daquilo, como uma série extremamente interessante.
Como não queria se meter no meio dos dois, Kirishima ficou o resto da tarde no celular, parecia muito ocupado conversando com os milhares de amigo que tinha. Entediado, Bakugou resolveu que iria questionar Midoriya.
Na frente do quarto do garoto, Bakugou bateu na porta. Esperou alguns segundos, e bateu novamente. Esperou por mais um tempo, sem resposta. Levemente irritado, ele bateu novamente, agora de maneira grosseira.
— Se não abrir eu vou falar com Tamaki e Mirio. — Ameaçou, perdendo a paciência.
Depois de um pequeno tempo, relutante, a porta finalmente abriu. Bakugou escorregou para dentro, agilmente.
— Qual parte do "não fale comigo" você não entendeu? — perguntou Midoriya, ríspido.
— Me diga o motivo, então eu penso no próximo passo. — Bakugou disse, se sentando no chão.
Um suspiro de derrota saiu dos seus lábios, sabia que o loiro não desistiria. Se realmente tivesse uma individualidade que conseguisse espionar ele, já estaria ferrado de qualquer maneira. Uma ou duas punições não faria diferença a essa altura, era quase uma rotina. Se sentou na sua frente, encarando os olhos vermelhos que tanto ama.
— Eu não posso ficar próximo de você. — Anunciou, parecendo triste.
Bakugou o encarou, esperando por uma explicação. Como se tivesse ligado Midoriya a uma tomada, ele começou a tremer. Estava visivelmente assustado, e deprimido.
— Eu reencontrei meu pai. — Ele falou, fazendo Bakugou ficar confuso. Izuku olhava ao redor, como se estivesse sendo vigiado.
— E qual relação isso tem com seu comportamento estranho? — Perguntou o loiro, franzindo as sobrancelhas.
— Eu estava com ele, nesses dois anos. — Continuou, sem explicar. Parecia querer só dar algumas dicas, nunca falando claramente.
— Os roxos são punições por desobedecer. — Acrescentou, respondendo todas as perguntas da noite passada. Ele começou a esfregar a blusa, na região dos braços, como se estivesse se confortando.
— A maioria foi feita pelo meu irmão. Ele é gentil sabe? Sim, gentil. Ele me ajuda a curar as vezes, quando está doendo demais. — Agora um sorriso psicótico apareceu em seu rosto, isso fez todos os pelos de Bakugou ficarem em pé. Era como se tivessem colocado aquela frase em sua mente, não era algo que seu Deku pensaria.
— Mas as punições são merecidas, pessoas desobedientes morrem cedo. — Continuou, como se fosse programado para falar aquilo.
— A voz, a voz. Ele usa a voz que me trás conforto para me deixar triste, esse é o pior castigo. Esse eu odeio, sim, eu odeio. Ele não faz, não quando eu imploro. Ele gosta de me ver chorar, é, ele gosta. — Midoriya começou a se balançar para trás e para frente, enquanto esfregava fortemente seus braços. Ele estava com lágrimas nos olhos e um sorriso no rosto. Era uma cena arrepiante, de dar medo.
— Ele se diverte, sim, se diverte. Eu nunca consigo falar nada, ele não deixa. Papai gosta de assistir, sim, ele ama assistir. Eu fico com medo, ele não gosta quando eu fico com medo. — Midoriya sorria, olhando fixamente para o chão. Parecia ter entrado em uma conversa com ele mesmo, sempre se respondendo.
— Papai gosta de ser chamado de papai, ele também gosta de sorrisos. Sim, papai gosta do Midoriya, ele gosta. Papai não machuca fisicamente, não, ele tem nojo do sangue, do sangue da minha mãe. — Acrescentou, rindo feito um doido. Ele olhava para o chão com um sorriso grande no rosto, seus olhos cheios de lágrimas.
— Deku...? — Bakugou recuou um pouco, depois de pensar por um segundo ele esfregou seus cabelos. O carinho e mãos quentes do loiro fez Midoriya se acalmar um pouco. Ele voltou a encarar seus olhos, fez uma pausa e continuou.
— Meu pai não quer que eu fale com você, nem o filho adotivo dele. — Acrescentou, ele respirou fundo para se acalmar. Tinha medo de estar falando demais, então se abraçava para se confortar. Já não balançava, ou sorria feito um psicótico.
O loiro tentava fazer relações no que ele falava, assim que ouviu a última frase ele não pode deixar de perguntar:
— A pessoa ontem, era o filho adotivo? — Midoriya acenou com a cabeça, dando uma resposta afirmativa.
— E-eu não posso falar muito, não sei como ma- — antes que conseguisse terminar, seu celular se iluminou, o som de mensagem o vez olhar por reflexo.
DemônioHoje às 18:45 PM
Querido? Que decepcionante, pensei que você fosse mais inteligente.Você já sabe como funciona, não é?
Dessa vez não haverá troca, pois estou muito bravo com você.
Não se esqueça nunca, meu amor. Nenhuma de minhas palavras são vazias, eu falo e faço.
[Vídeo (2:13)]
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Não me deixe
FanfictionDepois de se declarar a bakugou, midoriya sumiu, ninguem sabia nada sobre seu paradeiro. Dois anos depois, ele aparece. Volta a estudar com seus colegas, tudo de volta ao normal. Mas... aquele sorriso não parece um pouco diferente? Bakudeku