Frio

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Cuidado! Contém conteúdo sensível.
[...]


O som dos passos pesados de gigantomachia eram como trovões, onde passava os prédios seriam esmagados e a poeira subia. Esse gigante vilão ia em direção a fábrica de aço, lugar onde estava escondido os reféns e AFO.

Presente Mic, no topo de um prédio, inspirou fundo. A individualidade foi ativada, o som de "AAAAHHH!” atordoou o gigante, que se virou em direção da pequena figura.

O sangue escorreu pelos ouvidos de gigantomachia, que parecia levemente tonto. Com raiva por estar ferido, avançou em direção ao prédio.

Mt. Lady esperava por isso, sem hesitar ficou enorme e avançou para lutar. A força física que tinha não chegava nem aos pés dessa coisa enorme, mas sua intensão era segurar, não derrotar. Enquanto estava distraído, o vilão gigante não percebeu que atrás dele um enorme corvo apareceu. As garras de dark shadow descerram com uma potência monstruosa, as costas de gigantomachia se abriram e sangue fresco surgiu.

O gigante soltou um grito alto do dor e raiva, antes de conseguir se virar para enfrentar Tokoyami, outro grito alto veio de Mic, que ainda estava a distância esperando por brechas. Gigantomachia vacilou, sangue escorreu dos ouvidos, outro ataque de Mt. Lady e Tokoyami vieram ao mesmo tempo.

Observando de longe, Hawks soltou um suspiro de alívio e se distanciou indo em direção a fabrica, onde o ataque já tinha se iniciado sem sua presença.

...

Shinsou correu em direção a cidade, Kirishima logo atrás. O surgimento de MR. Compress comprometeu o plano, esse vilão pegou aleatoriamente vários reféns, além de alguns heróis. O homem gargalhava sentado no topo do hospital, parecia tentar atrasar os heróis para que seus parceiros chegassem.

Os nomus atacavam, as explosões dificultavam a vista. Kirishima defendeu um ataque que por pouco não pegou Shinsou de surpresa, o garoto avançou a passos rápidos, sua intenção era parar o manipulador dos nomus, para sessar o ataque.

Entrar no hospital foi difícil, mas Shinsou soltou um suspiro de alívio. Usando as fitas ao redor do ombro, lançou o mais alto possível nas escadas e puxou, subindo agilmente. As lutas ao redor não afetaram sua mobilidade, em pouco tempo estava no topo do hospital.

— Bem agitado aqui, não acha? — a voz programada de Dabi soou alta.

— Certamente. — Atsuhiro se virou para Shinsou, mas parou de repente. Os olhos desfocaram, parecia ter entrado em transe.

Shinsou sorriu aliviado, mas ao seu redor os ataques não pararam. Olhando para baixo, pessoas ainda lutavam com nomus. Atrás dele Kirishima apareceu, ao ver a cena, franziu as sobrancelhas, sem que seu parceiro percebesse sua presença, avançou ate Mr. Compress e lhe deu um peteleco.

Shinsou se virou bem na hora de ver isso, sua expressão se tornou feia.

— Traidor! — Gritou de raiva.

— Como se não soubesse. — Kirishima balançou a cabeça desamparado — Eu sei que Bakugou te falou, percebi a mudança de sua atitude comigo.

— Por que? — Shinsou perguntou, os olhos brilhando em desconfiança.

— Acha que ele vai te responder? Que garoto inocente. — Mr. Compress sorriu — Não se preocupe, queremos sua individualidade, por isso você está a salvo. Pelo menos, por enquanto.

— Deixarei os nomus cuidarem disso, vou descer e avisar que Shinsou foi pego. — Kirishima sorriu de leve, saindo sem olhar para trás.

Shinsou entendeu. Quem estava controlando os nomus era Kirishima, e no momento ninguém desconfiava dele, seria impossível parar o avanço se não fizesse algo.

— O que está fazendo, Kiri? — usando a voz de Mina, perguntou suavemente.
Os passos do garoto pararam, sua boca se abriu instintivamente, como se quisesse se explicar. Atsuhiro esperava por isso, então gargalhou alto.

— Vá criança, sua amiguinha de infância não está aqui. — A voz cortou a resposta que daria — O chefe vai nos convocar em algumas horas, por enquanto volte ao trabalho.

Kirishima parecia ter relaxado, sem olhar para trás voltou a andar para frente. Shinsou tentou avançar para atacar, mas um nomu se colocou em sua frente. Mr. Compress aproveitou de sua instabilidade e usou sua individualidade, aprisionando o garoto em uma moeda.

Antes de descer as escadas, Kirishima olhou para trás. Um risinho escapou de seus lábios, os olhos pareciam brilhar com emoção e frieza.

...

Sero ficou cada vez mais preocupado. Mina deveria estar com eles, ajudando na evacuação, ou apenas em algum lugar seguro. Mas, não foi encontrado sinal dela em lugar nenhum. Kaminari teve que sair para ajudar os heróis, então era sua responsabilidade cuidar da amiga. Principalmente depois de vários surtos de choro e raiva que aconteceram, uma inferneira chegou a se machucar por causa da individualidade da garota.

Pelo menos depois de conversar com Uraraka, que perdeu totalmente o movimento das pernas, começou a se acalmar. Mesmo que, as vezes, um silêncio deprimente fosse sua única reação, já era uma melhoria. Quando o assunto guerra foi colocado em pauta, mina parecia determinada em se vingar. Até Uraraka resolveu participar do céu, mesmo que precisasse de ajuda com a cadeira de rodas depois de pousar no chão.

O estranho foi o sumiço, Uraraka já estava trabalhando, com assistência de Aoyama. Mina deveria estar com eles, recebendo ajuda de Ojiro, foi desesperador receber uma mensagem relatando sua ausência. Todos deveriam ir ao local marcado, pegar um comunicador e se separarem. Mina não apareceu nem nisso.

Não podendo esperar mais, Sero se separou dos amigos e foi em direção ao apartamento em que mina estava hospedada para se recuperar. Ficava perto do hospital, para caso de emergência. Não é o mesmo local em que os vilões se escondiam, o hospital que mina foi atendida era um geral, para doenças e emergências, o dos vilões são para desastres com individualidades. A maioria dos pacientes são crianças que despertaram a individualidade, ou adultos que não tem controle.

No prédio, o porteiro liberou sua entrada ao ver a licença de herói. Pelo que ouviu do senhor, mina não saiu, e ninguém entrou. Aliviado por ela ainda estar lá, pegou elevador. Na porta, bateu suavemente. Nenhuma resposta. Bateu novamente, dessa vez um pouco mais forte. Nenhuma resposta.

— Mina, sou eu. — Sero chamou, batendo novamente — Fiquei preocupado, então vim te buscar.
Nenhuma resposta.

— Eu vou entrar. — Anunciou, os nervos tensos por medo de um rapto ter acontecido.

A porta não estava trancada, então o garoto entrou diretamente. O quarto estava escuro e arrumado, mina não estava em lugar nenhum. Pensando que talvez estivesse na banheira, bateu na porta. Nenhuma resposta. Com medo da menina ter desmaiado, arrombou a porta do banheiro e entrou.

O som de pingar se espalhou, o cheiro de sangue invadiu suas narinas. O corpo de mina suspenso no ar parecia frágil e tranquilo, a cadeira perto de seus pés estava caída de lado, uma faca, que foi usada para abrir seus pulsos, pousava perto dela. O sangue escoria pelos dedos da menina e se juntavam na enorme poça do chão, remédios perto da pia mostravam que além de se esforçar e cortar suas veias, a menina se envenenou.

Sero encarou essa cena sem expressão. Todo o sangue em seu rosto foi sugado, o coração parecia ter parado de bater, involuntariamente seu corpo começou a tremer. Todo e qualquer pensamento que tinha, sumiu. Agindo por instinto, avançou para ajudar a garota a descer no chão. A individualidade de fita foi usada para tapar os ferimentos no braço, mas, mesmo depois de muito tempo, mina continuava imóvel. A respiração a muito tempo tinha se extinguido, talvez sua morte tivesse acontecido na noite anterior, mas quem pensava logicamente nesse momento? Sero continuo tentando ajudar, tentando esquentar o corpo frio e sem vida.

— Eu estou aqui, princesa pink, você vai ficar bem. — A voz calma soou doce e tranquila — Não vou a lugar nenhum, então descanse.

A falta de resposta vez Sero tremer ainda mais, os braços ao redor de mina se apertaram. O som baixo de choro quebrou o silêncio daquele banheiro frio, escuro e úmido.

Não me deixeOnde histórias criam vida. Descubra agora