Midoriya mostrou a mensagem a Bakugou antes de abrir o vídeo. Nele não tinha nada demais, só mostrava o pai de Bakugou comendo e assistindo. Depois do vídeo acabar, Izuku se levantou para sair. Antes que se afastasse, seu pulso foi segurado com força.
— Você foi liberado para falar comigo. Fique, por favor. — Pediu Bakugou, olhando para baixo.
— As ordens são para eu voltar depois de ver o vídeo. — O garoto sussurrou, olhando ao redor.
— Eu não acho que, seja lá o que estiver nos monitorando, possa nos ouvir ou olhar o que estamos fazendo. — Comentou Bakugou, apertando o pulso de Midoriya.
— E você quer arriscar? É a vida do seu pai! — brigou Midoriya, puxando seu braço com força.
Bakugou cerrou os dentes em ódio, queria só explodir o mundo. Sabia que o pai queria morrer nesse momento, e ele também. Se não matassem o velho, ele se mataria em algum momento. De qualquer maneira, não existe mais nenhum final feliz para a família Bakugou.
— Não importa mais. — Confessou, sentindo seu peito apertar.
— Kacchan... isso... eu... sinto muito. — Midoriya abaixou a cabeça triste.
— Kacchan. — Repetiu ele, agora com um pequeno sorriso nos lábios. Fazia algum tempo que Midoriya só o chamava pelo sobrenome, e isso era infernal para ele.
Seguindo o mais simples desejo, Bakugou se levantou da cama, segurou Midoriya pelo colarinho, puxando ao seu encontro e juntando seus lábios. Queria sentir algo bom, algo que cobrisse toda a dor. E a única coisa boa no momento era Midoriya, apenas ele ainda conseguia lhe fazer sorrir, mesmo que por poucos segundos.
A distração funcionou, a respiração quente e os lábios macios, que tinham um gosto suave de hortelã, fizeram sua mente ficar em branco. Fazia tanto tempo que queria provar dessa boca, desde o sumiço a quase dois anos atrás. Sentia saudades daquela época, quando tudo era bom e feliz. Se pudesse voltar no tempo, mudaria sua atitude, corresponderia os sentimentos do amigo e o beijaria. Talvez as coisas fossem diferentes, os dois juntos, seu pai bem, sua mãe viva...
Não resistiu, seus olhos escorreram lágrimas. O gosto salgado se juntou ao beijo, que era triste e melancólico. Por um momento, Bakugou pensou que essa seria a despedida deles. Como se amanhã os dois, ou um deles, fosse morrer. Ao se afastar, Bakugou aproveitou para falar algo que nesses anos ficou o tempo todo rodeando sua cabeça.
— Eu amo você. Sinto muito por não ter falado antes. Sinto muito por ter te tratado daquela maneira. Eu era... eu sou um babaca.
...
Em uma agência de heróis, depois de um longo dia de papeladas, mina e Sero estavam descansando em uma pequena sala.
— Vocês tem conversado com Kiri? — Mina perguntou, olhando seu celular pela décima vez.
— Não... faz uns seis dias que ele não responde. — Sero suspirou, preocupado.
— E os outros? — Mina insistiu.
— Mesma coisa. No momento todo mundo tá preocupado com o grupo da Jirou, sem tempo para nada. — Sero respondeu sério.
— A Jirou tá bem? — Denki se aproximou e se jogou no sofá.
— Sim. Quer dizer, fisicamente ela está. Momo foi rápida em fazer os primeiros socorros, ela vai sobreviver. Mas... a Tsuyu falecer... — Mina fez uma expressão triste.
— Ainda não parece real. — Comentou Sero.
— Quando Jirou acordar, ela pode explicar o que aconteceu. — Comentou Kaminari, também com uma expressão séria.
— E o grupo de Bakugou ainda não deu notícias, estou com medo que todos... — mina começou, mas foi interrompida por Sero.
— Falei com alguns da turma, parece que o local que estão tem interferência. E Aizawa disse que se pegaram reféns significa que ou não querem matar eles, ou não podem.
— Crianças, voltem por hoje. Cuidado com rua. — Uma das assistentes do lugar se aproximou e pediu com um sorriso. Ela parecia cansada, assim como toda a equipe da agência.— Claro, senhora. — Sero sorriu e foi o primeiro a se levantar para sair. Mina e Kaminari seguiram atrás.
Assim que pisaram fora do prédio, os três sentiram a pressão do ar e foram arremessados longe. O ouvido dos três ficaram zumbindo, por causa do barulho alto. Erguendo a cabeça confuso, Kaminari viu o prédio que estavam em chamas. Ao seu lado mina estava desmaiada com uma poça de sangue embaixo dela. Sero tossia e olhava ao redor confuso, uma de suas pernas virada de maneira estranha, estava quebrada.
A primeira coisa que kami fez, foi se aproximar para ver o que mina machucou. Ele ergueu delicadamente seu rosto, encontrando um de seus olhos saltados para fora. Ele não sabia exatamente o que fazer, olhou para Sero suplicante. Assim que seus olhos se encontraram, ele viu o amigo sorrir e vomitar uma bocado de sangue. Então apenas o som de um corpo caindo duro no chão.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Não me deixe
FanfictionDepois de se declarar a bakugou, midoriya sumiu, ninguem sabia nada sobre seu paradeiro. Dois anos depois, ele aparece. Volta a estudar com seus colegas, tudo de volta ao normal. Mas... aquele sorriso não parece um pouco diferente? Bakudeku