Fidelidade

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Bakugou chegou e foi diretamente para o quarto, parecia estar com o humor ruim. Tamaki chegou pouco depois, Nejire já vestida como herói.

— Vai levar o Kirishima e o Izuku? — Mirio tomou um gole de seu café, observando o recém chegado e a menina pronta para sair.

— O Midoriya parece meio depressivo, acho melhor não. — Nejire sorriu, um pouco preocupada — Quanto ao Kirishima, ele esta me esperando do lado de fora.

— Bom trabalho. — Tamaki bocejou e caminhou em direção ao quarto, Mirio o parou com um puxão pela cintura.

— Está tão cansado que esqueceu de me dar um oi? Eu fiquei dias fora... — Mirio sorriu, esfregando o rosto nos cabelos negros do parceiro.

— Oi. — Tamaki ficou corado e lhe deu um leve selinho antes de se soltar e sair.

— Nem parece a mesma pessoa que me abraçou a noite toda reclamando que sem o Mirio a cama fica vazia e fria. — Nejire provocou em voz alta.

— Cale a boca!!! — Tamaki resmungou timidamente fechando a porta com força. Mirio gargalhou divertido.

Algum tempo depois, ao perceber que realmente Kirishima saiu, Bakugou correu ao quarto de Midoriya. Ao bater, foi puxado para dentro com um certo desespero e prensado na parede.

— Ficou doido? — Midoriya murmurou.

— Kirishima saiu. — Sorriu largo, cheio de saudades e feliz por ficarem cara-a-cara.

Midoriya parou para pensar, mesmo que fique com Bakugou ninguém pode reclamar. Caso machuquem os reféns, pode escolher não revelar as informações que obteve aos vilões. Era a primeira vez que tinha uma moeda de troca, e não desperdiçaria isso.

— Certo. — Midoriya ofereceu um sorriso — Mas caso algo de errado, a culpa é toda sua. — se virou e saiu em direção a sua cama.

— Sim, sim. Minha culpa. — Bakugou murmurou em concordância, agarrando o outro por trás — Merda, você cheira tão bem.

— Kacchan... isso é vergonhoso. — Midoriya se contorceu, um pouco arrepiado pela respiração em seu pescoço.

— Você me parecia triste, o que aconteceu lá? — Bakugou murmurou, enchendo o pescoço de Midoriya com pequenos e gentis beijos.

— Nada. — Midoriya murmurou, relaxando nos braços de Bakugou e curtindo os toques.

— Você está mentindo. — Bakugou mordeu o ombro de Midoriya de leve, sem deixar uma marca profunda — se mentir novamente vou morder pra valer.

— Eu... só... — Midoriya de contorceu e empurrou Bakugou de maneira rude, as bochechas do garoto estavam vermelhas — se quer conversar pare de fazer isso.

— Conversar? — Bakugou sorriu de largo — Não quero.

...

— Droga! Você esta falando serio?! — Endeavor se levantou rapidamente, correndo com o celular na orelha.

— Estou, senhor! Midoriya Izuku está ajudando o inimigo! — A pessoa do outro lado da linha relatou, sua voz mostrando a urgência do caso.

— Eu demorarei muito para chegar na cidade em que ele esta! Maldição! Por que diabos mandaram ele para aquele fim de mundo? — O herói xingou, saindo da agência com pressa. Se as informações estiverem corretas, é possível que alguém tente matar Uraraka e se livrar de Shoto ainda hoje.

— Senhor, estamos relatando a todos os heróis mais próximos. Amanhã alguém prendera esse menino, se tudo der certo. — A pessoa tranquilizou, mas sua voz agitada traia suas palavras — A maior prioridade é os alunos, querem se livrar deles antes de começarem a matar os heróis.

— Já entendi, estou indo ao hospital. Me liguem com informações, o quanto antes! — Endeavor ordenou antes de desligar.

...

Hawks também recebeu a ligação, mas ignorou. Já sabia que Midoriya estava sendo manipulado, e além de si mesmo apenas o ministro da paz, e a alta sociedade sabiam disso. Poderia chegar rapidamente no local, voando, mas não queriam revelar sua identidade ainda. O trabalho do garoto realmente o surpreendeu, parecia que os vilões não confiavam nele o suficiente. Quando perguntou o motivo de devolverem garoto a escola de heróis, lhe disseram que era para receber novidades e encontrar o paradeiro de All Might.

— Hawks. — a escuta em seu ouvido o assustou, a voz falava com um tom divertido — Parece que Jirou está viva e acordada, além de ter dado com a língua nos dentes.

— É, parece que sim. — Hawks cochichou, seu tom tão divertido quanto ao do fone.

— Não saia do seu local, invente alguma desculpa caso os heróis solicitem seus serviços. — a voz riu de leve, despreocupada.

— Eu entendo. — Hawks murmurou em resposta.

— Logo você voltará também, antes disso, mate os garotos que estão com você. — A voz ficou seria de repente, ordenando.

— Isso não faz parte do plano. — o sorriso de Hawks desapareceu, não poderia matar os estudantes.

— Se não trouxer a cabeça deles, nem volte. — a voz riu e cortou a conexão.

Hawks tirou a escuta e destruiu entre seus dedos. Aparentemente, esse era seu último teste de fidelidade.

...

Os dois dormiram abraçados, depois da exaustão. Foi um bela noite, Midoriya se sentia leve pela primeira vez em anos. Enquanto aproveitava o som calmo do coração de Bakugou, viu seu celular se iluminar. Imediatamente sentiu como se um balde de água fria fosse despejado em sua cabeça, esfriando seus sentimentos.


Demônio.

3:24 A.M

Ei, querido.

Está acordado? Venha me ver!

Agora!

Não me deixeOnde histórias criam vida. Descubra agora