Heróis

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— MIRIO. — Gritou Midoriya, alegre. Ele se jogou nos braços do loiro, os dois se abraçaram forte.

— Que saudades de você, sumido. — Falou o alto com a voz potente. Estava mais bonito, mais forte. Isso chamou atenção de Bakugou, que assistiu de lado sentindo coisas diferente, como raiva, inveja e um pouco de ciúme.

— Eu queria que fosse surpresa, então pedi para não revelar que estávamos aqui. — Nejire sorriu e explicou para o garoto mal humorado. Que só assentiu com a cabeça, sem intenção de falar.

— Vocês já estão trabalhando como heróis? —perguntou Kirishima, com um sorriso.

— Sim. Eu, Mirio e o Tamaki ficaremos responsáveis por vocês. Ah, Tamaki não quis vir, ele odeia reencontros. — Explicou a mulher, sorridente.

Bakugou se sentia em um concurso de quem sorri mais, ate sentia falta do cara estranho que se esconde. Como estava ficando impaciente com a conversa alegre de Mirio e Midoriya, ele avançou e andou para uma direção aleatória. Nejire viu isso e interrompeu o papo feliz dos amigos, precisavam deixar os aspirantes a heróis descansarem.

Mirio foi alegremente apresentar seu carro, os três amigos sentaram atrás e Nejire na frente. Durante a viajem eles conversaram sobre coisas aleatórias, para matar o tempo. Bakugou ficou quieto o tempo todo, estava chateado. Já que Mirio esta aqui, Midoriya ficaria o tempo todo com ele. Como diabos iria se aproximar assim?

Kirishima parecia ter percebido o humor de Bakugou, então resolveu dar outra ajudinha.

— Estava pensando, Mirio poderia me dar uma ajuda. O senhor sempre foi muito bom em combate corpo a corpo. — A voz de Kirishima parecia cantos de pássaros aos ouvidos de Bakugou, ele olhou emocionado para o amigo.

— Sem problemas, cara. Eu fico sempre com as papeladas, vai ser bom me movimentar. — Respondeu o sempre prestativo Mirio, que parecia um pouco deprimido agora.

— Ainda não conseguiu recuperar seu poder? — perguntou Midoriya, preocupado.

— Não, mas em breve vou conseguir. Eri está treinando duro para controlar seu poder, tenho certeza que ela vai conseguir. Falando nela, você não tem noção do quanto ela sente sua falta. — Contou Mirio, que sorriu como se estivesse orgulhoso da própria filha.

— Eu preciso ver ela, pelo menos uma vez... — pronunciou Midoriya, tristemente. Ninguém além de Bakugou achou aquilo estranho, eles pensaram que era saudade. Mas Bakugou sabia que tinha algo a mais ali, algo sútil.

Midoriya percebeu seu olhar interrogador, fingiu demência e voltou a puxar assuntos aleatórios. Bakugou suspirou deprimido, vai ser muito difícil fazer esse cabeça dura abrir a boca.

O lugar onde pararam era uma casa típica japonesa, o local era enorme. Bakugou assoviou admirado, isso arrancou um riso do grupo, incluindo Midoriya. Isso melhorou automaticamente seu humor, foi como mágica.

— É enorme, né? Tamaki ganhou de presente dos pais dele, esse burguês safado. — Falou Mirio, com um sorriso convidativo, mostrando a entrada.

O trio foi guiado ate seus quartos, cada um tinha o seu. Depois de tomar um banho, Bakugou saiu na intenção de comer algo. Ao chegar na cozinha viu Tamaki, que esquentava água.

— Eai, cara. — Cumprimentou, não tinha visto o emo depressivo ate agora.

— Oi... — respondeu Tamaki baixo, parecia um pouco desconfortável.

Bakugou foi mexer na geladeira, como não encontrou nada salgado decidiu fazer macarrão para comer. Enquanto cozinhava, Tamaki furtivamente saiu do local, mas um pouco depois voltou ao sentir o cheiro gostoso da comida.

— Tem para dois? — perguntou, assustando o concentrado Bakugou.

— Estou fazendo para todos. — Respondeu, sem olhar para trás. A verdade era que ele queria que Midoriya desfrutasse de sua comida, se fizesse só para os dois ele seria recusado.

Tamaki sorriu e saiu, provavelmente anunciar que tem jantar feito. Pouco tempo depois Kirishima apareceu, trazendo uns limões.

— Vou fazer limonada, você gosta? — Kirishima perguntou, sorrindo de lado.

Bakugou assentiu com a cabeça e respondeu com “uhm.”

Nesse momento, Midoriya, que apareceu para dar uma olhada, franziu as sobrancelhas parecendo incomodado. Ele sabia que a bebida preferida de Bakugou era limonada, e já tinha contado isso a Kirishima a muito tempo atrás. Sentiu uma forte vontade de interromper, mas se limitou a sair sem chamar atenção.

Nejire, que viu isso de longe, deu uma risadinha. Midoriya parecia enciumado, ela achou isso fofo, adorava um romance. Decidiu que aproximaria os dois, só para passar o tempo.

O jantar foi servido, Nejire estava sentada ao lado de Midoriya. Quando viu que Bakugou se sentou ao lado de Kirishima e Mirio ela pediu de maneira melosa.

— Troque de lugar comigo Bakugou, eu quero ficar perto do meu loiro cheiroso. — Mirio estranhou o ato, mas riu mesmo assim. Bakugou resmungou, mas ainda trocou de lugar.

Nejire observou os dois animada, ficou deprimida ao ver o clima frio entre eles. Nenhum deles começou uma conversa, nem se olhavam. Kirishima ao seu lado cutucou seu braço e disse baixo, em um cochicho.

— Eu também queria ver mais. Bakugou esta tentando, é Midoriya que não colabora.

Um brilho de compreensão brilhou em seus olhos, ela sorriu diabolicamente. Se o problema fosse Bakugou ela estava perdida, já que o garoto sequer responde ela. Já Midoriya, é moleza, só precisava de um tempo a sós com o garoto.

Não me deixeOnde histórias criam vida. Descubra agora