Dê me um pouco de si.

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Kakashi sabia que havia espalhado uma onda de insatisfaçao por seus Anbus quando ordenou que não torturassem o garoto prisioneiro. Notava os olhares quase ressentidos dos poucos que tiravam suas máscaras enquanto estavam dentro de um dos quartéis, quando ordenou que cuidassem do garoto e enviou dois dos que fariam sua proteção de volta pra casa, como se precisasse disso, para Kankuro e Shikamaru, convocando uma reunião para o dia seguinte. Sabia que seu conselheiro nao ia gostar daquilo, ja que teoricamente estava em lua de mel e seria no minimo estranho aparecer pra trabalhar pelo menos naquele dia onde todos deviam supor que estava muito ocupado com sua noiva, mas nao era como se fosse verdade e nao adiaria aquele assunto por causa de aparências. Se era o Hokage, seria natural aquele tipo de sacrifício. Nao precisou dar nem dois passos para a saída da torre de vigilância anbu para um deles aparecer ajoelhado em sua frente, o rosto máscarado erguido em sua direção.

- Senhor, o anbu ferido é do meu esquadrão - Marco. Sabia que era ele pela postura sempre orgulhosa, mesmo que se ajoelhasse - Quero vingança.

Kakashi suspirou. Estava cansado.

- Vingança nunca levou ninguém a nada - Era um discurso antigo. A mesma coisa que falava para si mesmo, quando acordava a noite, odiando o mundo e tudo que lhe aconteceu - O garoto ali dentro é um peão, mal tem dezesseis anos. Já cometeu erros em sua vida, Marco?

- Nunca me dei ao luxo - sua voz soou arrogante, quase como se não lembrasse com quem estava falando - Hokage sama.

- Talvez só não se deu ao luxo de reconhece -los - Kakashi gostava dele. Era firme, direto e não havia bajulação em seu tratamento. Era apenas frio demais, mais até do que o normal para um Anbu - Eu entendo, e sabe que é verdade. Mas minha ordem foi dada - passou pelo homem ajoelhado. Não iria e não podia prolongar aquilo. Nunca questionou ordens, entao não podia permitir que fosse questionado - É a minha decisão final. Deixe o garoto preso, mas não voltem a tocar nele; verei oque será do seu futuro.

- Sim, senhor - Marco respondeu com os dentes trincados. Já lidara com as ordens diretas de Kakashi, sabia que seria inútil argumentar.

Kakashi parou frente a porta de saída, voltando se em sua direção como se no meio do caminho recordasse de algo.

- É sua equipe que está responsável pela proteção a minha esposa? - perguntou, lembrando se do que conversara com Shikamaru horas mais cedo.

- Sim - Marco virou se ajoelhado em sua frente - estávamos hoje com ela quando se preparava para o casamento.

- Bela demais para que se possa descrever? - Kakashi reproduziu oque um deles havia dito. Viu a confiança de Marco vacilar, e soube que seu palpite sobre quem dissera aquilo estava certo. Ja o vira admirar Sakura, quando ambos levavam relatórios em sua sala.

- Foi só um pensamento, eu não sabia que Nara estava ouvindo - Justificou, mas sua postura voltou a firmeza natural - Não foi desrespeitoso.

- Eu sei que não. Ela realmente estava bela demais para que houvesse descrição possível - Kakashi abriu finalmente as portas da torre, sentindo o ar gélido da madrugada fria e chuvosa - Estão dispensados da proteçao a ela. Quero os nos portoes, outros ataques possivelmente acontecerão e seu esquadrão é um dos melhores. Boa noite.

Saiu para a noite escura sem esperar alguma resposta; deveria dizer a Shikamaru para não colocar Marco novamente na proteção a Sakura, e estranhava dar tanta atenção a isso; talvez estivesse mesmo precisando de uma boa noite de sono. Pôs os dedos em frente ao rosto e sumiu no meio da fumaça; tava na hora de ir para casa.

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Sakura estava agradecida por Tenten te la ajudado a se livrar do vestido pesado de noiva que usava, mas começava a se preocupar com o cansaço da amiga quando fitava seus olhos profundos e apagados. Deixou o vestido de lado no sofá do quarto, vestiu um conjunto leve as pressas e a levou até a porta, onde Houdine esperava pela mulher, de pé e silencioso. Tenten protestou, dizendo que podia ficar mais, mas Sakura a dispensou dizendo que ja estava tudo bem e que a amiga precisava descansar, já que a partir dali ela conseguia lidar com o resto sozinha, tomaria banho e cairia morta na cama. A ninja aceitou mesmo contrariada e saiu a passos lentos para o corredor junto ao segurança calado e atento. Sakura os acompanhou com o olhar até que sumissem em uma curva, dando um pulo assustada quando um Anbu apareceu ao seu lado em meio a um estalo, alguns segundos depois que Houdine e Tenten saíram de seu campo de visão.

Uma Esposa Para o Hokage.Onde histórias criam vida. Descubra agora