— Eu sinto muito.Sakura estava no cemitério principal de Konoha, ao lado de Marco Tadashi, o filho do homem ao qual colocava flores amarelas encima do tumulo. Seus olhos ardiam chorosos ao pensar no amigo enterrado ali, perdido para sempre; nunca mais o veria, nunca mais ouviria sua voz e seus conselhos. Aqueles olhos azuis intensos jamais poderiam fita lá alegremente novamente quando entrava em seu quarto no início da manhã, mesmo sabendo que Sakura estava ali para lhe aplicar medicamentos dolorosos e cansativos.
— Obrigado por vir, senhora Hatake — Marco murmurrou, rouco. A frieza em sua voz não a ofendia; sabia que era o costume entre os Anbus o tom sombrio que ostentavam. Quando chegará ao cemitério, atrasada demais para o enterro de seu amigo já que fora solicitava para cirurgias de emergência, só encontrará Marco ali; vestido em seu uniforme Anbu, o rosto livre da máscara que sempre usava e desde que parou ao seu lado, de pé diante do túmulo de Yahiko, não o vira se mexer nenhum centímetro sequer — Sei que fez oque pôde e agradeço. Ele sempre falava da senhora.
— Pode me chamar de Sakura — aquele tratamento pomposo não lhe era agradável. Desde que se casará com Kakashi se tornara comum ser chamada de senhora o tempo todo — Ele também falava muito de voce; o filho prodígio que infelizmente virou Anbu.
— Ele nunca concordou — Marco respondeu, indiferente. Seus dedos apertaram a máscara da organização que segurava na mão esquerda — Ele não entendia.
— Os Anbus podem ser sombrios as vezes — Ela queria dizer sempre mas não pretendia soar ofensiva — Ele só queria seu bem.
— Eu sei.
Sakura aproveitou o silêncio que se seguiu para ver Yahiko em Marco. Olhando pelo canto do olho, a semelhança era clara; os olhos azuis intensos e escuros, os cabelos negros, a pele pálida. Imaginou que o velho amigo fora tão bonito quanto o filho era. Se Marco tivesse a simpatia do pai, poderia ser sua cópia perfeita, mas parado ali, como uma estátua inexpressiva de gelo, somente fisicamente se assemelhava a Yahiko.
— Meu marido me contou que você se recusa a dar um tempo do esquadrão — Sabia que podia estar sendo muito invasiva, mas queria tanto ajuda lo... Yahiko aprovaria aquilo, lembrava se de como o amigo temia que o filho ficasse sozinho — Porque? Voce precisa de descanso. Perder alguém tão importante não é fácil.
— Ficar em casa pensando no que se passou não irá me ajudar em nada — Sakura percebeu o quanto mesmo com o tom gélido, ele era educado — Preciso continuar, tenho um esquadrão para comandar. Obrigado pela preocupação, mas prefiro lidar com isso sozinho.
— Em Konoha ninguém está sozinho — Essa era uma frase de Yahiko. Ela admirava o quanto ele era positivo sobre tudo naquela vila — Seu pai dizia isso para mim o tempo todo.
— Ele dizia o mesmo para mim — Sakura viu a sombra de um sorriso atravessar o rosto do Anbu alguns segundos depois, como se uma memória nostálgica o assaltasse.
— Ele tinha bons conselhos a dar — comentou, saudosa.
— Ele tinha.
Uma densa tristeza caiu sobre eles e Sakura a sentiu dolorosamente. Leu as palavras minuciosamente escritas no túmulo de Yahiko e imaginou se ele as aprovaria. Ele vivia dizendo que queria uma homenagem como " aqui jaz um homem que foi feliz"
— Você escolheu essa frase? — Perguntou a Marco, curiosa. Ele afirmou com a cabeça em silencio — É bonita.
" Você é tudo que procura lá fora"
A ninja médica retirou do rosto os cabelos que se revoltaram com o vento, tentando se recordar se em algum momento ouvira Yahiko dizer aquilo. Ele era o tipo de homem que pensaria daquela forma. Não era uma homenagem comum mas acabou por achar que aquela simples frase significasse algo interno na família Tadashi.
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Uma Esposa Para o Hokage.
FanfictionA guerra havia acabado a um ano, E Hatake Kakashi assumira o posto de Rokudaime Hokage como se tivesse em uma missão por Konoha. Oque o ninja de Elite não esperava era que devido a sua característica seriedade e seu pulso firme para tomar decisões q...