Uma Esposa Para o Hokage.

Lamentaçoes e assombrações

Dizem que o amor costuma trazer as melhores sensações da vida, que trás luz a escuridão e sol aos dias frios, acalentando o coração até do mais sombrio dos homens. Talvez. Ino não entendia muito bem se era assim mesmo quando se amava de verdade, mas podia dizer que até ali, o amor só havia a machucado. Ainda a decepcionava que de todas as músicas de letras doces que sua personalidade romântica a obrigava a escutar, se indentificara apenas com um trecho onde as coisas não pareciam se sair tão bem assim.

—Talvez exista um Deus lá encima, mas tudo que sei sobre o amor, é como atirar em quem sacou a arma primeiro — recitou novamente, sentada em sua cama desfeita que parecia muito fria e grande nos últimos dias. Não era a melhor pessoa em interpretação e secretamente acreditava que cada pessoa interpreta algo devido ao momento em que está vivendo, mas se sentia pra baixo toda vez que a dizia a si mesma. De certa forma, nao queria ter se identificado logo com aquela parte.

Nunca diria em voz alta que pensava em Naruto. Nunca, jamais. Porque se falasse, seria uma verdade, algo que com suas próprias palavras admitiu. Não podia escorregar daquela forma.

Embora teimasse em se manter firme, estava muito consciente sobre o quanto se sentia culpada em relação a ele. Era como se " Tivesse atirado, quando fora ele quem sacou a arma primeiro". Era difícil admitir que enquanto crescia e conhecia como amar podia doer, ao menor sinal de que iria se ferir, procurava machucar antes que alguém a machucasse.

E esse era o melhor resumo! Claro que era. Ele que havia vindo com aquele assunto de que queria sim "algo serio". Sabia bem que não podiam, pior, não deviam, porque não queria experimentar a dor do fracasso de uma relação incompatível. Mas sentia sua falta. Como sentia! Pior do que te lo longe, era te lo ali perto, inalcançável por uma parede de orgulho. Pensou novamente como sua cama parecia fria e o percurso até a casa dele curto.

A Ino de antes não teria se importado. Não muito, pelo menos. Procuraria alguém acessível com um belo par de olhos e se entregaria a uma noite de paixão desenfreada. Mas quando pensava em alguém, em qualquer outro, seu corpo enchia se de desânimo e em sua mente ouvia aquela voz que a lembrava com muita vaidade que ninguem teria os azuis dos olhos dele.

Maldita a hora que havia aberto a boca e exposto um de seus pensamentos mais secretos para aquele cabeça de ovo. Talvez se não fosse tão linguaruda ele estaria ali, dividindo com ela suas idiotices, seus sonhos e seu corpo. Tivera que usar de seu veneno para se defender das intenções dele e dolorosamente sabia que aquilo ia custar lhe caro.

Recordava vividamente as palavras dele e sua promessa. Ele não estava brincando. Se havia uma pessoa naquela vila que sempre cumpria com sua palavra, esse era Naruto. Não conseguia encontrar uma brecha para se aproximar novamente sem ter que aceitar as condições dele.

Julgava se uma tola por manter constantemente os pensamentos sobre aquilo tudo. Nao era dada a lamentações. nao dava certo, seguia em frente feliz e ávida, pouco se importando com oque ficara para trás. A vida era curta e tinha pressa para ser feliz.

Pensou nas amigas, que mais cedo havia expulsado de sua casa. Elas riam contentes, reluzindo uma felicidade que Ino não experimentava no momento. Talvez fosse aquela a causa de seu mal humor. Tinha certeza que Sakura estava naquele momento nos braços de Kakashi, Tenten nos de Gaara, e nao sentia vergonha ao se auto confessar de que as invejava.

Deitou se sobre os travesseiros macios, fechando os olhos com força enquanto rosnava mentalmente para si mesma que nao era do seu feitio se abater daquela forma, nao quando sempre tivera a convicçao de que nao precisava de ninguem ao seu lado para ser feliz. Era forte, independente e linda. Nao necessitava de mais nada.

Como se para contradize la, os momentos com Naruto começaram a invadir seus pensamentos sem chance de defesa. Deixou se ser pega pelas lembranças, quentes ou não, onde o loiro maluco da equipe de Sakura se fazia mais presente em sua vida como nunca antes. Sua saudade a fez viajar para o dia que, com riquezas de detalhes, guardou na memoria; quando havia o beijado pela primeira vez.