𝖼𝗁𝖺𝗉𝗍𝖾𝗋 𝖵𝖨

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14/09/2020

Millie Bobby Brown

Estava encontrando um jeito de levantar da cama, o despertador já havia tocado a dez minutos, não estava afim de me atrasar, então conto até três e levanto. Tática que minha mãe me ensinou, parece ridículo, mas funciona.
Já de pé, olho pela janela, o clima estava nublado, iria chover a qualquer momento. Vou ao banheiro, tomo um banho quente e rápido e vou até o guarda-roupas. Opto por uma calça jeans preta, uma bota da mesma cor, uma blusa branca e por cima dela um casaco vermelho. Não passo maquiagem e deixo meu cabelo solto.
Desço para tomar café e na mesa encontro Eric, minha mãe e Finn. Finn... ele estava bem menos idiota, e conseguia ser bem legal quando queria acho que depois daquele dia que eu cuidei dele, ele passou a ter mais confiança em mim. Assim como eu nele.
Desejo bom dia para todos ali e me sento. O café foi rápido, logo estávamos eu e Finn dentro de seu carro. Ele estava com um moletom cinza com a serpente da Sonserina.
— Ew. Tire esse moletom. — Disse brincando.
— Quer tirar pra mim? — Finn retruca malicioso, com um sorrisinho. Reviro os olhos.
— Ha-ha. — Forço uma risada totalmente sem ânimo mas acabo rindo com ele. Era bom ter ele assim, óbvio que as piadinhas e provocações continuavam, mas o clima era muito mais leve.
Chegamos na escola, estávamos meio atrasados, então fui direto pra sala, assim como ele. Quase não cheguei a tempo, mas conseguir assistir a aula.
O intervalo chegou e eu fui me sentar com Sadie, que já estava sozinha em uma mesa.
— Oi, Sads. — Disse, me sentando.
— Hey, Mills! Tenho novidades!
— Fala. — Ela olha pra mim, segurando um sorriso. — Fala, Sink! — Aumento o tom um pouco, brincando. Ela ri.
— Okay, okay. Bom... Eu e o Caleb transamos. — Arregalo os olhos pela total falta de filtro e ela ri.
— Wow, Sadie! E como foi? Você gostou?
— Se eu gostei? Se eu gostei?! — Rimos. — É o Caleb, Millie. — Ergo as mãos em sinal de rendição, ainda com o tom de brincadeira.
Avisto Noah praticamente correndo para se sentar ao meu lado.
— Do que as vadias riem tanto?
— Bom dia também, Noah. — Sadie diz e nós três rimos. Eu amo tanto esses dois, eles significam o mundo pra mim.
— Bom dia, flores. — Caleb chega, parando ao lado da nossa mesa com Finn ao seu lado. Nem reparamos neles se aproximando. — Bom dia. — Sadie fala, olhando na direção de Caleb. Olho pra ela com um olhar sugestivo. Rimos baixinho.
— Podemos nos sentar? — Caleb pergunta. novamente, Finn ainda não tinha se pronunciado. O encaro e percebo que ele já me encarava.
— Claro! — A ruiva o responde, feliz demais.
Wolfhard se senta do meu lado e Mclaughlin no da Sadie, passando seu braço ao redor de seus ombros. Sadie cora e ri. Eu tinha Noah de um lado e Finn de outro, ele estava de frente para Caleb.
Vejo Finn colocando a boca no meu canudo, bebendo um gole do meu refrigerante.
Não o impeço, apenas nego com a cabeça, fingindo uma raiva que não existia. Onde chegamos no nível de intimidade de bebermos no mesmo canudo? E por quê eu amei isso?!
Ele sorri pra mim e eu acabo de descobrir que amo aquele sorriso.

Logo o fim da última aula acaba e eu me despeço de Sadie mas não encontro Noah. Ignoro e vou em direção ao estacionamento, Finn não está lá, então encosto em seu carro, o esperando. O vejo saindo da escola com uma menina, ela tem cabelos loiros um pouco acima do peito e os olhos extremamente azuis, era bonita, até demais. Vestia roupas pretas e tinha um estilo mais badass, por isso, concluí que tinha o mesmo estilo de Finn. Não sei por qual razão meu coração apertou um pouco, mas ignorei. Ele se despede da menina e vem em minha direção, abre o carro e eu entro nele, logo depois ele o faz e dá partida, saindo do estacionamento.
— Vou só te deixar em casa. — Ele quebra o silêncio.
— Vai sair? — A pergunta sai antes que eu possa segurar. Ele assente e o caminho volta a ser silencioso. Chegamos em casa e eu abro a porta e saio. Ele dá partida novamente e vai em direção ao destino que eu não fazia ideia de onde era.

Estava ajudando minha mãe com as roupas, ela as secava e eu entregava aos devidos quartos. Começo com as minhas. Ajeito meu guarda roupa adicionando as roupas recém-lavadas e faço o mesmo no quarto de Ava. No dos adultos eu apenas deixo em cima da cama. Chego ao quarto de Finn e faço o mesmo, porém quando vou sair, sinto que esbarro em algo e logo depois um barulho de vidro quebrando me gela. Eu quebrei algo no quarto do Finn. Fodeu. Me viro lentamente e vejo um porta-retratos no chão, virado de cabeça pra baixo com alguns cacos de vidro ao seu redor, merda.
Pego o objeto com cuidado e vejo a foto. É uma criança que eu imagino ser Finn pela semelhança e uma moça, que eu imagino ser a mãe dele pela semelhança também. Os traços eram iguais.
— O que porra você está fazendo aqui?! — Ouço a voz dele, que costumava ser rouca e calma mas agora está carregada. Ele está com raiva. Merda, ele está com muita raiva.
— Eu... eu... — Tento dizer mas nada sai.
Ele olha pra minhas mãos e vê o porta-retratos. O pega imediatamente de minhas mãos e o olha. Logo depois olha para o vidro no chão. E volta a encarar a foto. Seu olhar poderia facilmente me matar mesmo que ele nem esteja olhando pra mim no momento. Sua expressão era de ódio.
— F-foi um acidente... Eu estava colocando as roupas aqui e esbarrei...
— Cala a boca. — Ele diz, entredentes.
— O quê? — Digo, pasma.
— Cala a porra da boca!! Você só sabe falar e falar!! — Ele grita, me assustando e finalmente me encarando. Achei que ele fosse me bater.
Não digo nada, apenas o encaro, em choque.
— Agora olha a merda que você fez! Tudo por ser uma intrometida desastrada! — Ele explode, apontando para a foto quebrada. Não sei como, mas raiva cresce dentro de mim.
— Ei! Você não tem o direito de falar comigo assim!! — Grito de volta.
— Ou o quê!? Hein? Vai correr para a mamãe como você sempre faz?
— Eu não sou assim! Você não tem que ser tão babaca, foi a porra de um acidente! Por que está dando tanto show por causa de uma merda de um porta-retratos?! — Ele passa a mão pelo rosto e depois pelo cabelo, buscando paciência.
— Porque sim!! É a minha vida, você devia cuidar da sua e eu não gosto que mexam nas minhas coisas! Não dá. Eu tento ficar de boa contigo e até ser legal mas não dá. Você é insuportável! — Era pra isso mexer comigo da forma que mexeu? Doeu.
— Essa é minha casa, seu filho da puta! Se te incomodo tanto pode ir embora pra puta que pariu que é de onde você vem. — Explodo.
— Você acha o que? Que eu estou aqui por que eu quero?! Mais fácil você se mudar pra casa do papai. — Congelo. Meu sangue sobe. Eu odeio quando citam meu pai com a intenção de me magoar e foi exatamente o que ele fez. Quero bater nele, socar a cara dele até ele desmaiar. Meus olhos se enchem d'água mas eu me seguro o máximo pra não derramar uma lágrima sequer. Continuo o encarando, ainda perplexa pelo que ele disse. Ele também me encara sem nenhum remorso, mas quando vê que estou prestes a chorar, sua expressão de raiva diminui um pouco, ele fica apenas sério.
— Nunca mais mencione o meu pai de novo. — Digo, com dificuldade. Ele ainda me encara. — Vai pro inferno.
Digo e saio do quarto, derramando uma lágrima e limpando com as costas da mão.

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olá seres humanos, venho por este pedir perdão pela demora em postar este capítulo. a ideia era postar terça-feira ou quarta-feira passada mas não rolou. desculpa real.
beijos, espero que tenham gostado do capítulo e não me matem. :)

my stepbrother | fillieOnde histórias criam vida. Descubra agora