𝖼𝗁𝖺𝗉𝗍𝖾𝗋 𝖵𝖨𝖨

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Um dia tinha se passado desde a nossa briga, nós não nos falávamos mais. Droga. Eu arruinei tudo, é tudo culpa minha. Ele era... estava sendo tão legal comigo e eu estraguei isso. Mas pensando melhor... eu não fiz nada de errado, claro, quebrei o porta-retratos mas foi sem querer, não tinha motivo pra ele surtar como surtou comigo, suas palavras realmente me machucaram demais. E eu não faço a menor ideia do porquê. Normalmente, se eu não gosto de alguém, palavras como aquelas não me afetariam tanto como me afetaram. Por que eu gostava dele. Gostava da companhia dele, das conversas, de seu humor sarcástico, merda, eu gostava dele.
Não contei a ninguém o que tinha acontecido, nem mesmo pra Sadie e Noah, não sei porque, eu apenas... não queria que tivesse acontecido, então não falei em voz alta. Parece ridículo mas faz sentido na minha cabeça.

Era a hora do jantar, estávamos todos a mesa, comendo calados, calados até demais. Minha mãe percebeu que algumas vezes eu e Finn trocávamos olhares, olhares que se pudessem matar, ambos estariam mortos. Então ela quebrou o silêncio:
— Então... como foi a escola?
— Normal. — Respondi. Finn permanecia calado. O silêncio se instalou de novo. Minha mãe olhava confusa pra nós.
— Eu ouvi uma gritaria ontem. — Droga, cala a boca, mãe! — Aconteceu alguma coisa? Ainda não tive a oportunidade de perguntar. — Não era pra ter perguntado, parabéns.
Fiquei quieta e ele também, mas minha mãe não se contentou com o nosso silêncio.
— E então...? — Nada, inferno. Não a respondi de novo, mas Finn o fez.
— Só uma intrometida quebrando minhas coisas. — Ouch? Olhei pra ele, surpresa e logo meu olhar mudou, eu o fuzilava e na minha mente o enforcava.
— Só um idiota dando chilique. — Rebato. Agora sim seu olhar em mim pode me matar. Nossos pais estavam confusos e calados, o que eu agradecia mentalmente.
— O idiota teve motivos para o "chilique" — Ele faz aspas com os dedos e agora seu tom era mais alto.
— A "intrometida" não foi intrometida e quebrou as suas coisas sem querer. Ou melhor, um porta-retrato. — Falo mais alto.
— Foda-se que era um porta-retrato, era meu! — Ele grita.
— Você literalmente fez um escândalo por causa de um porta-retratos que eu quebrei sem querer! — Grito de volta.
— Ei! Parem com isso! — Minha mãe fala, finalmente.
— Você não sabe o que caralhos aquele porta-retrato significava, ou melhor, o que a porra da foto significava. Você não me conhece, você não sabe de nada da minha vida, então fica na sua! — Ele se levanta, berrando e ignorando a minha mãe. E logo depois se retira, deixando nossos pais boquiabertos. Os encaro e faço o mesmo, já não tinha mais fome.
Fui para o meu quarto, e bati a porta. Nunca imaginei Finn fazendo aquilo, ele não parece ser do tipo que grita assim, mas me lembrei do dia em que cuidei dele, ele com certeza tinha brigado.
Resolvi tomar um banho para dormir logo, então vou para meu banheiro. Me dispo por completo e entro no chuveiro, a água quente acalma meus músculos tensos. Resolvi lavar meu cabelo.
Depois de terminar o banho, saio do chuveiro e me enrolo na toalha, tiro o excesso de água dos meus cabelos e vou para o meu quarto.
Procuro meu pijama mas não o encontro, estranho. Talvez eu tenha colocado em algum quarto errado. Ah merda. Por favor não no dele.
Saio do quarto, ainda enrolada na toalha e a porta de seu quarto estava fechada, ele provavelmente ainda estava lá dentro. Vou rapidamente para o quarto de Ava, vasculho em suas gavetas e não o acho. Meu coração erra uma batida. Então, vou para o quarto da minha mãe e de Eric, que provavelmente ainda estavam lá embaixo. Bato na porta mas ninguém a abre, então eu abro. Vou direto nas gavetas da minha mãe procurando o maldito pijama.
— Procurando algo? — Uma voz rouca e calma me assusta. Viro pra trás num pulo e era quem eu menos queria ver, claro. Obrigada, universo.
— Ahm... Eu... O que você faz aqui? — Estava nervosa, muito nervosa pelo fato de ele estar me vendo daquele jeito. Ele tinha uma expressão meio irritada, mas não parecia que queria brigar. E não parecia se importar por eu estar só de toalha na frente dele.
— Isso importa? O que você quer? — Agora ele olhava para o meu corpo, de cima abaixo. Coro. Se eu tivesse um buraco para me enfiar agora eu entraria.
— P-procurando meu pijama...
— Oh. — Ele diz simples ainda fitando meu corpo. Ele parece... gostar do que vê.
— Eu... não o encontrei então vou indo. — Digo, morrendo de vergonha e indo até a porta. Ele parece acordar do transe e tira o olhar do meu corpo.
Saio do quarto, querendo morrer. Vou ter que usar outro pijama hoje.

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nunca disse pra prestarem atenção nas datas, então prestem atenção nas datas :) esse capítulo não teve pq foi só um dia depois do último, então não achei necessário.
o que vocês estão achando da fic?

my stepbrother | fillieOnde histórias criam vida. Descubra agora