— Millie? — Ouço bem lá no fundo uma voz me chamando, não sou capaz de responder. — Millie! — A voz disse novamente, mais alto.
Consigo abrir meus olhos bem lentamente, dando de cara com a minha mãe, que me encarava.
— Já são dez horas! Até quando vai continuar acordando tarde assim?
Também queria saber, mãe.
Pisco umas vezes para me acostumar com a claridade do quarto, e percebo que minha cabeça doía. Faço uma expressão de dor e minha mãe percebe.
— Onde você foi ontem? O que aconteceu?? — Tento me sentar e a dor de cabeça aumenta, levo minha mão até ela, fazendo novamente a expressão de dor. — Millie, me responda!!
— Eu... calma. — Consigo dizer, não me lembrava de nada até então, até que minha memória "volta". Acredito que não me lembrava de exatamente tudo, pois lembro que bebi demais, mas o encontro foi um fracasso pra mim, eu cheguei em casa e Finn me colocou pra dormir. Ah, Finn... estava difícil esquece-lo. Parece que quanto mais eu tentasse, mais em vão era.
— E então? Millie, você bebeu? — Tinha esquecido da existência da minha mãe naquele quarto. A encaro por um tempo, quando finalmente respondo:
— Ontem foi péssimo, o menino é um idiota. E sim, talvez eu tenha bebido um pouco...
— Millie! — Minha mãe exclama. — Você... sério?
— Só um pouco, mãe, não tem motivo pra surto. — Mentira.
— Não iria surtar, só estou surpresa... não é do seu... feitio.
— Sei. — Ela não estava errada, mas recentemente se tornou um hobbie.
— Você está bem?
— Minha cabeça dói, só isso.
— Não só sobre isso, sobre o... encontro. Você disse que o menino era um idiota.
— É... mas eu nem gostava dele de qualquer maneira e já suspeitava de sua personalidade, isso foi só uma prova do que eu já sabia.
— Uh... quer... dormir mais? — Ela com certeza não sabia lidar com uma filha em ressaca.
— Seria bom, cheguei tarde ontem.
— Você... hum... se lembra de tudo?
— Acredito que tudo não, mas a maioria.
— Certo... vou deixar você e trazer comida e algum remédio. — Ela se levanta, indo em direção a porta. Estava calma demais, acho que não sabia o que fazer comigo naquele estado, óbvio, eu nunca fui de beber nem de sair e do dia pra noite começo a "ser" assim, devia ser confuso. — Que isso não se repita.
Ela diz e sai. Me deito novamente.Pouco tempo depois ela vem com uma bandeja, tinha panquecas e uma caneca com café, consegui ver um pequeno comprimido do lado. Me sento. Ela deixa a bandeja em cima da cama e me ajuda com o remédio, não que eu precisasse. Ela ficou lá comigo a todo momento até eu terminar de comer. Forcei as panquecas e quando terminei ela saiu com a bandeja.
Dormi por mais algumas horas, e acordo as duas da tarde, wow. Não estava acostumada a acordar tão tarde.
Não teria nada para fazer o dia todo, então abri as cortinas um pouco, o clima estava frio e nublado.
Ligo a TV e coloco Friends. Sempre bom pra animar o humor... eu precisava depois do encontro lixo e de todo o resto.
Depois de um tempo assistindo, ouço uma batida na porta.
— Entra.
Pensei que fosse minha mãe, mas não era. Ao abrir a porta, vi Finn. Me sentei de supetão.
— Oi, Millie.
— Oi?
Ele adentra mais o quarto e olha para a TV.
— Qual seu favorito?
— Como? — Ele estava brincando comigo?
— Em Friends. — Oh.
— Oh. Monica.
— Chandler. Coincidência, não?
Ele vai me deixar louca. Por que fazia isso se sabia que eu sentia algo que não era recíproco por ele? Cruel.
Minha raiva aumentou. Ignoro, voltando a olhar para a TV. O ouço suspirar.
— Desculpa. Precisamos conversar.
— Sobre? — Eu parecia não ligar, mas meu coração palpitava.
— Nós.
Meu coração palpitante quase saiu pela minha boca. Tentei manter a pose.
— ... nós?
Ele se aproximou e sentou na minha cama. Me posicionei, ficando mais ereta.
— Primeiramente, me perdoa. — Não consigo falar nada. — Me perdoa por ter te magoado, eu não queria... não mesmo.
Permaneço em silêncio.
— Tá tudo bem, você não é obrigado a sentir o mesmo.
— Aí é que está! Eu... eu... — Comecei a me agoniar.
— ... você...?
— Eu... sinto. — Merda. Era o que eu estava pensando?
— ... sente o que?
— O mesmo. — Arregalo os olhos, incapaz de dizer algo. Ele fica um tempo calado, até que prossegue: — Eu sinto o mesmo. Mas eu achava que não sentia... por que eu... nunca senti isso antes, entende? Eu não sei como isso tudo funciona...
— Tá tudo bem. — Murmuro ainda perplexa. Merda, ele sentia o mesmo.
— Só sei, Millie, que eu só penso em você, só te proteger importa e ver você sorrir. A única coisa que me faz feliz no momento é você... estar com você, a sua companhia. Eu também sei que antes de você eu era outro ser humano, agora eu sou... feliz.
Continuava perplexa, mas um pequeno sorriso se formava em meus lábios, eu não conseguia acreditar.
— Isso não pode ser só amizade ou irmandade, pode?
Nego sutilmente com a cabeça.
— Será que pode? — Brinco, sussurrando.
— Acho que não. Por que eu também tenho vontade de te beijar.
Dou uma risada abafada, ainda o encarando profundamente.
— Tem? — Pergunto, ainda num sussurro.
— Muita. Como se eu precisasse.
— E por quê não beija?
Ele sorri e eu mais ainda. Finn se aproxima, colocando a mão em meu rosto e o acariciando, seu rosto já perto demais do meu. Então ele sela nossos lábios.
Era o primeiro beijo em que nós estávamos felizes. Felizes por estarmos juntos.
— Me desculpa, por favor. — Ele fala em meus lábios.
— Tá tudo bem. — Sussurro.
— Me deixa cuidar de você.
— Deixo. — É o que eu mais quero. Voltamos a nos beijar.
Parecia que eu tinha esperado a eternidade, e o momento finalmente havia chegado.________________________________________
oi kk, a margarida apareceu.
alerta boiolice extrema!!
to em bloqueio criativo, então me perdoem se demorar pra sair os capítulos. :(
o momento finalmente chegou, né?? podem fazer a festa.
aliás, muito, muito obrigada pelos 1K de votos e pelas quase 10K de views, me deixa muito feliz, de verdade.
tem alguma dúvida sobre os personagens, capítulos e etc? podem comentar, eu amo os comentários de vocês hahah
se gostaram, não se esqueçam de votar!! 💛
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my stepbrother | fillie
FanficOnde a vida de Millie Bobby Brown muda quando o namorado de sua mãe vem morar em sua casa com seu filho, Finn Wolfhard, um bad boy inconsequente. E seu maior desafio vai ser conviver com um menino que ela odiava. Ou pensava odiar.