𝖼𝗁𝖺𝗉𝗍𝖾𝗋 𝖷𝖷𝖨𝖨

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Era segunda-feira, o retorno das aulas.
Estava em frente ao espelho, vendo se sentiria frio ou não com uma blusa de alcinhas vintage e uma calça preta, mesmo que seja um dia mais quente pro inverno. Decido ir assim mesmo.
Calço o all-star vermelho e passo a mão pelos meus cabelos, que por conta da chapinha estavam lisos escorridos.
Eu estava mais disposta que o normal, só por saber quem iria nos levar para a escola. Só de saber que eu tinha ele. Não sabia em que nível estávamos —provavelmente nós conhecendo, como gostam de dizer —, mas ele disse que estava apaixonado, o que me deixa confusa demais.
Mas não era hora daquilo, eu tinha que aproveitar.
Saio do quarto com a mochila no ombro e meu celular na mão eu desço as escadas.
Na mesa, como o comum, todos já estavam, menos ele.
Dou bom-dia a todos e me sento, começando a me servir. Não deu nem cinco minutos e ele aparece, tempo record, eu diria. Sorrio automaticamente mas disfarço logo, ele se senta ao meu lado, calado.
Os adultos o cumprimentam e ele resmunga.
Não demora para eu sentir sua mão de encontro com minha coxa, olho pra ele, que tinha um pequeno sorriso, já me olhava. Retribuo o sorriso disfarçadamente.

Quando acabo, me levanto, Finn já havia acabado e só estava me esperando.
— Vou indo, mãe.
— Finn, querido, já terminou? — Minha mãe o pergunta, já que ele continuava sentado. Então, a olha e se levanta.
— Já, já sim.
— Okay, vão com Deus.
— Tchau, crianças. — Eric complementa.
Aceno pra ele e nós saímos andando em direção a porta.
— Crianças... — Ouço Finn resmungar, tirando sarro da fala de seu pai. Rio baixinho.
Entramos no carro e ele imediatamente olha pra mim.
— Como você consegue ser tão fofa toda hora?!
— Eu não sou! — Respondo, fingindo estar ofendida.
— É, sim. — Ele brinca.
— Não, eu não sou!! — Começo a dar fracos tapas nele, que ri.
Uma hora, ele pega minhas mãos, me parando e me beija. Não consigo resistir e deixo.
Não aqui, é arriscado, eles podem nos ver, aqui não.
Tá, aqui é arriscado. — Paro o beijo para dizer.
Ele revira os olhos e liga o carro. Não consigo evitar de sorrir. Tão marrento...

Depois de muitas provocações e risadas, chegamos ao colégio e ele estaciona o carro, eu desço e logo depois ele faz o mesmo.
Entramos lado a lado e logo eu encontro Sadie e Noah no armário dela.
— Bom dia.... — Sadie diz, assim que nós vê, em um tom malicioso, que acabou ficando engraçado.
— Oi, Sadie. — Digo, animada e Noah me ataca num abraço, Sadie faz o mesmo.
— Eu tava morrendo de saudades, sua puta mirim! — Noah exclama, ainda me abraçando.
— Que querido, Noah! — Respondo a gargalhadas.
— Puta mirim pra valer agora, né...?— Sadie diz, se afastando. Arregalo os olhos, rindo.
— Oi, Finn! Quanto tempo... — Noah exclama, me largando e saltando em cima de Finn. — Todos merecem abraços.
Finn tinha uma expressão de como se não soubesse o que fazer, mas abraçou Noah de volta, num abraço meio desengonçado, pude ver ele sorrindo. Se fosse há um mês atrás, ele mataria Noah.
— Onde está Caleb, Sadie? — Pergunto.
— Ah, no ginásio com o time, eles estão resolvendo umas coisas. — Responde. — Ah.. mas não mude de assunto, temos muito o que conversar, né? — O ar malicioso volta. Reviro os olhos, rindo.
— Eu não estou sabendo de alguma coisa...? — Noah diz, depois de finalmente se soltar de Finn, que tinha um pequeno sorriso no rosto. Respiro fundo.
— Talvez...? — Olho o horário no celular. — Está quase na hora, eu e Sadie temos química agora, vejo vocês no intervalo. — Falo rapidamente, pegando na mão de Sadie.
— Ei! Não vai se safar, hein? — Noah exclama.
— No intervalo! — Exclamo de volta.
— Tchau também! — O cacheado diz, irônico. Lhe mando um beijo no ar e corro com Sadie para a sala.

— Como você só me conta isso tudo agora?! — Noah berra depois que eu lhe conto os últimos acontecimentos.
Estávamos nós quatro, eu, Noah ao meu lado, Sadie de frente pra mim e Caleb ao seu lado, de frente para Noah, já no refeitório.
— Não surta! Não tive tempo, desculpa! — Rio.
— Brown, da próxima vez que acontecer alguma coisa você vai direto me contar! Não acredito que essa água de salsicha ficou sabendo antes de mim! — Noah se refere a Sadie, que abre a boca, incrédula, eu e Caleb não nos seguramos e começamos a rir.
— Olha quem fala, né, viadinho disfarçado de hétero top. — Sadie brinca de volta, Noah arregala os olhos. Era óbvio que Sadie não falava de uma forma desrespeitosa, o próprio Noah se denominava como "viadinho", era quase carinhoso.
— Você mexeu com a pessoa errada, Sink. — Ele diz, num tom falso ameaçador. Sadie ergue as sobrancelhas numa expressão de "vai encarar"?
Eu e Caleb caíamos na gargalhada. Já estava achando estranho Finn ainda não ter chego e comecei a ficar preocupada, quando ele se senta ao meu lado vazio, o que Noah não ocupava.
— Por que demorou? — Pergunto.
— Tomei dentenção, vou ter que ficar até um pouco depois do horário, foi mal.
— O que você fez? — Pergunto novamente, um pouco mais severa. A atenção de todos na mesa já estava em nós.
— Acabei me atrasando ao entrar na aula de filosofia e respondi o professor. Vão ser só duas horas. Acho que você vai ter que ir sozinha pra casa hoje, se quiser eu te dou o dinheiro do ônibus.
— Não, tudo bem, eu te espero.
— Você não precisa me esperar, Millie. — Finn diz, calmo.
— Tá tudo bem, eu gosto de ficar depois do horário mesmo.
— Millie, eu e Caleb vamos para a casa dele hoje, nós podemos te deixar em casa, se quiser. — Sadie oferece e Caleb assente com a cabeça.
— O caminho é completamente contrário, Sads, não quero incomodar.
— Eu te ofereceria carona se não fosse de ônibus. — Noah fala brincalhão.
— Tá tudo bem! Eu posso ir sozinha, mas prefiro esperar!
— Hm, tudo bem. — Sadie diz e os outros dão de ombros. Logo eles voltam a conversar.
Sinto Finn alisar meu braço, depois sussurra em meu ouvido:
— Desculpa, tá?
Me viro pra ele.
— Não gosto que fique de detenção, mas tudo bem. — Sorrio. Ele revira os olhos, fazendo o mesmo.

Já estava há duas horas esperando Finn, sentada num banco ao ar livre, na parte de trás da escola. Era bom, o ar era fresco e puro, me sentia em paz em meio a todo aquele verde do gramado e de algumas —poucas— árvores.
Tinha Harry potter e o cálice de fogo nas mãos, apesar de já ter lido parecia que nunca ia me cansar.
— Millie? — A voz de Finn me desperta, olho pra trás e o vejo.
Me levanto e o sigo até o carro.
— O que ficou fazendo? — Pergunto, enquanto andava ao seu lado.
— Onde?
— Na dentenção?
— Oh, uma redação.
— E você fez?
— Fiz sobre algo banal. Ele aceitou, pelo menos. — Nego com a cabeça, com um sorriso nos lábios.
Já eram duas da tarde — havia avisado para minha mãe sobre a detenção, ela estava ciente da nossa demora, apesar de não ter gostado muito —, chegamos ao estacionamento praticamente deserto, tinham uns adolescentes bem afastados de nós e mais dois carros, além do de Finn, e no ginásio algumas líderes de torcida praticavam, entramos no carro e Finn o liga, saindo da escola.
Começo a observar seu rosto, sua expressão, ele era lindo demais. Não sei se pelo fato de agora eu estar com ele, nem sei de verdade o que tínhamos, mas saber o que ele sentia por mim, ele ficou ainda mais lindo.
A sua mão se encontrava na minha coxa enquanto a outra controlava o volante. Uma imensa vontade de beijá-lo me invadiu. Observei a rua em que estávamos, era uma estrada meio deserta, nós morávamos meio longe da escola, eram uns dez minutos de carro, —nada comparado a Noah, que tinha que pegar dois ônibus. —, então eu pensei, por que não?
— Para o carro. — Digo, com firmeza.
— Para...?
— Só para.
Ele me olha, duvidoso e encosta na beira da estrada.
— Então? — Não espero ele falar mais nada e selo nossos lábios. No início ele pareceu assustado pela rapidez do ato, mas depois obviamente retribuiu.
Eu não sei como esse menino me faz ficar tão fora de mim, ele me faz perder o controle de tudo. Ele despertava uma eu que eu não conhecia, por que de verdade? A Millie de semanas atrás nunca faria aquilo.
Suas mãos estavam no meu pescoço e as minhas em seus cachos, eu já arfava. Ele então, tirou uma das mãos de meu pescoço e arrastou o banco um pouco pra trás puxando a alavanca, e me puxou para seu colo. Meu deus, o que eu estou fazendo??
Eu sabia que alguém podia nos ver, eu sabia que estávamos no meio de uma estrada mas pela primeira vez eu não ligava. Eu não dava a mínima, eu simplesmente não conseguia parar.
Ele desce os beijos para o meu pescoço, ofegante assim como eu, e começou a apertar minha bunda.
E eu queria mais.
Mas daí eu lembrei de onde estávamos.
— Finn...
— Hm. — Ele responde contra meu pescoço. Deus, isso é torturante.
Estamos no meio da estrada.
— Eu gosto do perigo. — Não consigo evitar rir.
— Temos que... parar. — Arfo.
— Uhum. — Mas ele não para. Pelo contrário, chupa meu pescoço com mais força. Com certeza ficaria uma marca.
— Para... de me torturar... — Eu mal conseguia falar. Posso o sentir abrindo um sorriso.
Ele olha pra cima e volta a me beijar. Eu não teria resistido se ele não tivesse parado e me colocado de volta no banco. O observo segurar a alavanca e puxar o banco para frente novamente. Seu rosto estava vermelho por inteiro e seus lábios inchados. Imaginei que estaria igual.
— O que deu em você hoje, bebê?
Nego com a cabeça, rindo, como se não soubesse. Ainda estava ofegante e ele também, embora menos.
Acho que ele já passou por isso muitas vezes, já conseguia controlar a respiração melhor. Eu parecia que tinha corrido uma maratona.
Ele volta a ligar o carro e sua mão volta para minha coxa. Eu encosto a cabeça no banco e olho para a janela, quando o carro começa a andar. Um sorriso escava de meus lábios quando eu relembro o que acabou de acontecer. Eu não estive tão feliz assim há tanto tempo...
Não consigo evitar dirigir meu olhar pra ele, ainda sorrindo. Ele olha pra mim e também sorri, acariciando minha coxa de leve.

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bom dia, né?
fillie stans, como vcs estão se sentindo com os mimos atuais??
uma pergunta: vcs querem hot explícito? pq eu sei q tem crianças lendo e, sei lá.
o que acharam do cap?? votem!!
me perdoem a demora para att, por favor não desistam dessa fic, eu não do to me sentindo pressionada pra escrever como com o ead, está tendo provas e muitos trabalhos, eu não to tendo tempo pra quase nada :(

my stepbrother | fillieOnde histórias criam vida. Descubra agora