𝖼𝗁𝖺𝗉𝗍𝖾𝗋 𝖷𝖷𝖨𝖵

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— Eu quero ir pra casa. — Ouço Sadie dizer atrás de mim e de Finn, no qual eu estava deitada no peito. Troco um olhar rápido com ele, que também parecia confuso e me viro para trás, vendo Sadie andando rapidamente até onde estava sua bolsa, ela abaixa e mexe dentro, como se estivesse se certificando que estava tudo ali. Noah estava tão confuso quanto nós dois, ao outro lado da fogueira, mais afastado e ainda com o celular desbloqueado, agora olhava pra nós, como se perguntasse o que havia acontecido. Dou de ombros, como se não soubesse, eu realmente não fazia ideia. Olho pra Caleb, que parecia magoado e culpado, olhava para as mãos enquanto contraía os lábios.
Sadie já estava com a bolsa nos ombros e em pé, nos encarando, como se esperasse.
— Okay, eu vou de ônibus. — Diz, parecia realmente bem irritada.
Vejo Caleb respirar fundo enquanto fechava os olhos com força e se levantava da cadeira que estava. Parecia cansado e também irritado.
Sadie já estava se virando e saindo andando, quando eu grito:
— Sadie! Nós vamos! — Não sabia o motivo, só não ia deixar minha melhor amiga ir sozinha quando ela parecia tão brava.
Ela para e se vira, já a uns metros de nós, e coloca a mão na cintura, numa postura de impaciência.
Troco outro olhar com Finn e me levanto, assim como ele faz. Noah, também ainda confuso, se levanta.
— Gente, assim do nada...
— Noah. — Chamo logo a sua atenção e balanço a cabeça negativamente, como se pedisse pra ficar quieto.
Pegamos nossas coisas em silêncio, antes de chegarmos até Sadie ela já estava andando até a saída da praia.
Quando chegamos ao carro ela já estava encostada nele, ainda impaciente. Caleb tinha uma expressão impassível. Ele abre o carro e ela logo abre a porta do banco de trás.
— Vai na frente. — Sussurro para Noah. Ele assente.
Abro o outro lado da porta de trás e entro, logo depois Finn. Fico entre ele e Sadie.
Caleb termina de guardar as coisas no porta malas e entra no carro, rapidamente dando partida. Sadie ainda parecia irritada, então resolvo não tocar no assunto.

Algum tempo depois, olho pra Sadie, que agora parecia chateada. Ela olhava para a janela e tinha os olhos baixos. Pego em sua mão e ela olha pra mim. Pergunto com o olhar o que havia acontecido, ela apenas vira a cabeça de volta para a janela, cabisbaixa, mas tentava esconder. Continuo segurando a sua mão.

Chegamos na casa de Noah, ele se vira pra trás e se despede.
— Tchau, Sads. — Provavelmente percebeu que Sadie estava mal. Ela deu um simples sorriso e Noah saiu, depois de se despedir de Caleb, que parecia até pior que Sadie.

O carro continuava num silêncio perturbador. Olho pra Finn, que me olha de volta e posiciona a mão no interior da minha coxa. Encosto minha cabeça em seu ombro, minha mão ainda segurava a de minha melhor amiga, mas sentia que ela precisava de um pouco —não muito— de espaço naquele momento.

Chegamos na nossa casa e eu olho pra Sadie, apertando sua mão, ela aperta a minha de volta enquanto me dá um sorriso triste. Ela sabia que não conseguiria esconder de mim. Posiciono minha bolsa em meu ombro e me inclino para o banco da frente, alisando o braço de Caleb.
— Fica bem, Cale.
— Obrigado, Mills. — Sorri tristemente, como um agradecimento. Dou o mesmo sorriso enquanto pressiono minha bochecha em seu ombro, o confortando.
Volto para trás normalmente e Finn se despede de Caleb.
Encosto no braço de Sadie, que parecia extremamente melancólica agora. Ela me olha.
— Me liga, tá? — Falo. Ela me dá um sorriso mínimo e eu saio do carro, depois de Finn.

— Do nada, né? — Finn fala, no corredor que dividia nossos quartos. Já tínhamos falado com nossos pais, que se encontravam no primeiro andar, e ainda bem que não fizeram muitas perguntas. Pareciam bem felizes com nossa aproximação. Ah, se soubessem...
Pois é. Estou preocupada. Acha que eles vão se separar? — Pergunto, agora mais apreensiva.
— Relaxa, brigas acontecem.
Ele tem razão, eles não podem terminar.... podem?
— Acha que vai acontecer conosco? Desse tipo? — Brinca. Sorrio.
— Vendo que nós nos odiávamos, eu acho que vai ser pior. — Ele ri.
— Eu nunca te odiei, Millie.
— Ah, não? — Me aproximo ainda sorrindo. Ele nega com a cabeça, antes de beijar meus lábios, nossas línguas se encontram e dançavam.
Nos separo com um último selinho e olho pra ele. Nunca vou cansar de pensar o quão bonito o desgraçado era. Isso era meu mesmo?
Era?
Deixo esse pensamento de lado antes que fique paranóica, estávamos apenas... nos conhecendo. Pare de ser emocionada! Meu lado racional me dizia, mas o emocional... era tão filho da puta.
Sorrio, ele também, segurando em minha cintura. Me afasto lentamente e entro em meu quarto, logo depois escuto a porta de seu quarto fechando.
Procuro não pensar naquilo o máximo possível e apenas focar no momento bom que estava passando com ele. Sorrio.
E óbvio, a preocupação com Sadie e Caleb que não me deixava em paz.

my stepbrother | fillieOnde histórias criam vida. Descubra agora