22/01/2021
Millie Bobby Brown's POV
— Vamos marcar de fazer algo esse fim de semana? Estão dizendo que vai fazer um calor infernal! — Sadie exclama depois de beber um pouco de seu suco, estávamos todos no refeitório.
— Estamos no meio do inverno, Sadie. É impossível fazer tão calor assim. — Digo. Finn ao meu lado, roubando minhas batatas, finjo não ver, já estava acostumada. Pois é. Se passaram duas semanas desde... tudo. Desde ele finalmente me dizer como se sentia e eu acho que nunca estive mais feliz. Agora eu sei o que realmente é felicidade. Antes tudo só estava... na zona de conforto, nem ruim, nem maravilhoso, eu apenas existia. Claro que os momentos com Sadie, Noah e Caleb me tornavam mais alegre, mas não é a mesma coisa. Agora eu realmente acordo feliz e disposta, de verdade, isso é estar apaixonado? Podem dizer que é "dependência", mas eu não acho que seja. Eu apenas acho que ter ele me torna mais feliz. Ter ele comigo.
— Nunca subestime a Califórnia, querida. — Sadie me responde. — Eu tava afim de uma praia...
— Você brilha no Sol. — Noah brinca, nós rimos e Sadie lhe estende o dedo.
— Já viu o Finn, Noah?
— Ei! — Finn diz, fingindo estar ofendido.
— Já, minha filha, é o próprio Edward Cullen. Mas você não está muito longe.
— Noah?! — O menino ao meu lado exclama, rindo.
— Inclusive gostoso igual. — Murmura Noah, eu arregalo os olhos. Todos riem e Finn gargalha ao meu lado.
— Bom dia?! — Olho para meu melhor amigo, que também ria.
— Só to dizendo! — Era a minha vez de gargalhar.
— Tá, gente, mas e a praia mesmo? — A ruiva volta no assunto. — Caleb leva todos nós.
— Claro, Sadie, eu topo levar eles, obrigado por perguntar antes! — Brinca Caleb, irônico.
— Calado, Caleb. — Sadie brinca de volta, rindo.
— Eu sempre topo, né. — Noah diz.
Olho pra Finn. Ele dá de ombros.
— Tudo bem por mim. — Fico surpresa, ele ia á praias?
— Okay, não vejo porque não.Mais tarde, estamos saindo da escola, lado a lado.
— Fiquei surpresa por ter aceitado. — Digo.
— Hum?
— A praia.
— Oh, por que?
— Sei lá, não parece ser muito do seu feitio. — Ele me olha.
— Não é por que eu uso preto que eu automaticamente odeio praia, Millie. — Solto uma risadinha.
— Eu sei! Mas... sei lá.
— Não, você tá certa, eu realmente nunca fui muito chegado, mas seus amigos são legais, e eu imaginei que você fosse aceitar.
— É, eu realmente gosto. — Sorrio ao lembrar do nosso dia na praia deserta, não ria daquele jeito há séculos. Passei a gostar mais de praia do que antes depois desse dia. Olho pra ele. Parece se lembrar também, pois sorri. — E... acho que eles já podem ser considerados seus amigos, também. Eles te adoram.
Consigo vê-lo sorrir.
— Você... acha?
— Eu tenho certeza. — Pego em seu braço. Ele pareceu ficar realmente feliz.Já era sábado, e nós esperávamos Caleb em frente a nossa casa, tínhamos combinado as duas e lá estávamos. O dia realmente estava quente demais pro inverno.
Passaram uns quinze minutos e vemos o carro de Caleb, em frente á nós, Sadie estava no banco da frente e ele, obviamente, dirigindo.
— Entrem, vadias! — Sadie grita, com a janela aberta.
Finn entra primeiro, ficando na janela e eu ao seu lado. Ainda iríamos passar na casa de Noah.
Conversamos as besteiras de sempre, sempre rindo, Finn estava animado, provavelmente com a ideia de ter novos amigos. Fiquei meio intrigada com isso, afinal que diferença faria mais três pessoas em sua vida? Ele já era rodeado de pessoas...
Chegamos a casa de Noah e o pegamos, ele se sentou ao meu outro lado, estava no meio.
O caminho até a praia foi meio distante, igual a quando eu e Finn fomos, não morávamos tão perto dela.
Ao chegarmos, ela não estava muito cheia, mas havia pessoas e principalmente adolescentes.
Caleb estaciona em uma das vagas e nós descemos, ajudamos a pegar as cadeiras e descemos até a areia, sentir meus pés encostando naqueles pequenos grãos macios e quentes era terapêutico.
Chegamos mais pra perto do mar e montamos tudo.
Noah já começava a tirar a blusa para se "jogar" — como ele mesmo disse — no mar.
— O protetor, Noah! — Sadie lembra, quando Noah finalmente está só de calção.
— Tá, mãe! — Ele brinca. Sadie estende o protetor que acabara de pegar da bolsa e Noah o pega, abrindo e colocando um grande pingo na mão. Ele o espelha nas duas mãos e começa a passar no rosto com brutalidade. Sadie nega com a cabeça.
— Isso vale pra todos! — Ela diz. Assentimos.
Caleb é o próximo a tirar a camisa e deixar seu corpo definido a mostra. Olho pra Sadie, que ainda não tinha o olhado. Ele pega o protetor e começa a passar. Sadie finalmente o olha de cima abaixo e faz uma expressão maliciosa. Solto uma risada e ela olha pra mim.
— Já vi isso tudo e mais, querida. — Ambas rimos e Caleb nos olha, revirando os olhos.
— A mente de vocês é podre.
— Vocês vem ou não? — Noah diz.
— Podem ir indo. — Digo e ele e Caleb correm em direção ao mar.
Sadie começa a tirar seu short e eu faço o mesmo, logo depois tirando a blusa, como ela.
O biquíni de Sadie tinha um decote V e era vermelho, combinando com seu cabelo e fazendo contraste com sua pele alva. O meu era verde como um topper bem justo. Minha melhor amiga pega o protetor, logo depois me estendendo, o pego também e pingo na mão, logo depois lembrando de Finn, que estaria atrás de mim e me viro. Ele tinha a mão apoiada na cadeira e me olhava de cima abaixo, quando eu o olhei seu sorrisinho típico nasceu. Me arrepiei um pouco por seu olhar tão fixo em mim, mas não deixaria a marra de lado. Reviro os olhos, sem evitar sorrir. Estendo o protetor em sua direção e ele pega.
— Vai ficar com essa blusa até quando? — Provoco, percebendo que ele ainda está com a blusa preta.
— Quer tirar pra mim, Brown? — Ouço Sadie rir atrás de mim.
— Não perde uma, hein? — Digo, começando a espalhar o protetor.
— Vocês podem ir indo, vou daqui a pouco.
— Tem certeza? — Pergunto, ele assente com a cabeça.
Então, eu e Sadie fomos ao encontro dos meninos.
O mar estava calmo demais, e os meninos já estavam nadando mais pra longe. A água estava congelando, eu e Sadie entramos gemendo e rindo, até conseguirmos mergulhar e ela ficar melhor. Era refrescante agora. Fomos nadando até os meninos, que estavam brincando de quem ficava mais tempo embaixo d'água.
— Maduro! — Grito assim que chegamos. A água quase não me dava altura ali, batia no meu queixo, Sadie também estava com dificuldade, embora ela fosse mais alta e estivesse batendo em seu pescoço. Noah não estava muito diferente, já Caleb estava tranquilamente pleno, batia acima de seu peito.
— Quero ver se algum morre. — Sadie diz.
— Você não vive sem mim, Sadie. — Caleb responde. Sadie permanece calada.
Ficamos ali por um tempo, jogando conversa fora, já estava sentindo falta de um certo alguém.
— Gente, estou com dificuldade aqui. — Eu falo em relação a minha altura e em estar cansada de nadar.
— Disse a anã. —Noah zoa.
— O jogador de basquete também não é você, Noah! — Respondo.
Enfim nós nos aproximamos mais da praia onde a água ficava na minha cintura. Resolvemos nos sentar.
Já estava começando a ficar preocupada com a demora de Finn quando o vejo se aproximando.
Não consigo deixar de ficar impressionada com seu corpo, já havia o visto antes, mas ainda assim, era lindo.
— Limpa essa baba, Millie. — Sadie diz e eu finalmente acordo.
— Cala a boca.
Ele entra no mar e para ao meu lado, se esforçando para mergulhar ali.
— Jesus, Finn, vai cegar os outros com tamanha brancura! — Meu melhor amigo diz, rindo. Wolfhard lhe dá o dedo.— Traiu ou não traiu?
— A resposta é bem óbvia. — Respondo Finn. Estávamos sentados na toalha que deixamos por cima da areia. Sadie estava numa cadeira, ao lado de Caleb que também estava em uma, Noah estava em outra, no celular, aparentemente bastante empolgado. Um azul mais escurecido substituiu o azul quase turquesa que estava há instantes atrás. No horizonte nós conseguíamos ver o Sol se pondo.
— Me diz, então.
— Eles não tinham dado um tempo, falaram aquilo no calor do momento, e na primeira oportunidade ele vai lá e beija outra. — Respondo, firme. Ele continua me olhando, concentrado. — Dependendo da sua opinião sobre isso nosso.... essa... — Faço um sinal entre nós, indicando ambos. Finn estende uma sobrancelha. — isso... essa... coisa que temos, pode estar em risco. — Brinco.
— Essa "coisa"? — Ele não estava bravo, parecia estar se divertindo. Me pergunto o que ele pensa sobre nós, afinal, o que nós tínhamos?
— É... isso. — Digo, inocente. Ele me olha por mais tempo, como se estivesse pensando. Eu também estava.
— Concordo com você.
— Sobre o que, nossa "coisa"?
— Não! — Ele ri. — Acho que o que o Ross fez foi errado. E depois enganar ela...
— Exato!
— Mas... eles foram bem claros com o "dando um tempo".
— Não enche.
Ele volta com o olhar profundo, como se estivesse me investigando.
— O quê?
— Hum, nada. — O cacheado olha pro chão.
— Fala! — Sacudo seu braço.
— Nada... é, só... você é linda.
Não esperava por isso. Rio e posso sentir minhas bochechas queimarem. Ele também ri, voltando a fitar meu rosto. O Sol alaranjado batia em nossos rostos, deixando suas sardas mais aparentes. Não posso evitar não tocar seu rosto.
— Você também é lindo.
— Eu sei. — Diz convencido. Como o de costume, eu reviro os olhos.
Seus cachos já tampavam suas orelhas de grandes, molhado ficava maior, embora agora já estivesse parcialmente seco.
Um fio escapava em meu rosto, ele o pega e coloca atrás da minha orelha, junto com meus cabelos úmidos e salgados. Por um momento eram só nós dois. Eu nunca pensei que fosse viver isso com alguém, e está sendo um dos melhores momentos da minha vida.
Só percebo que estávamos nos aproximando quando sinto seus lábios.
Foi um selinho demorado, mas nossos rostos permaneciam muito próximos, a ponto de sua testa estar praticamente encostada na minha. Sua mão continua na minha bochecha, acariciando e a minha em sua nuca. Fecho os olhos. Quando os abro, percebo que ele também havia fechado os seus.O Sol já havia ido, agora lindas estrelas pintavam o céu escuro, embora nem estivesse tarde. As brasas da fogueira deixavam tudo muito iluminado.
— Por que eu não segui minha intuição e trouxe álcool? — Noah fala.
Nós havíamos nos movidos para uma parte em que um pequeno pedaço de madeira habitava, conseguíamos sentar. O mar permanecia próximo. A quantidade de pessoas na praia — que já era pequena — havia dado uma boa diminuída.
Sadie estava sentada ainda numa cadeira vestindo um short, a iluminação do fogo batia em seus cabelos ruivos, os deixando ainda mais avermelhados. Caleb estava ainda ao seu lado, Noah na areia ainda com o celular em mãos, porém bem mais sociável e menos empolgado. Eu e Finn estávamos no pedaço de madeira, eu vestia sua blusa, por que? Nem eu sei a resposta, eu apenas peguei e vesti, ele pareceu gostar.
— Nós ainda podemos comprar, Noah. — Sadie responde.
— Onde, Sink? Caleb, me lembre de trazer da próxima vez.
— Tem um mini mercado ali em cima, animal. — A ruiva diz com rispidez.
Olho pra Finn, ele encarava o chão.
— Finn? — Chamo. Nada. — Ei? Terra chamando!
Ele finalmente me encara.
— Tá tudo bem?
— Tá, claro.
— Não acha que já conheço bem o suficiente pra saber quando está mentindo?
Suspira.
— Eu só... to... com medo.
— Uau, Finn Wolfhard sente medo? — Tento descontrair, ele não me olha. — Desculpa...
— Não, tudo bem. — Me aproximo. — To com medo de me apegar.
— Se apegar a o que?
— Você. — Me encara.
— Oh. — Pauso. — Por quê?
— Porque tudo que eu tive foi tirado. Minha casa, meus amigos, e todos que eu me aproximo acabam se machucando.
Apenas o olho. Ele deve ter sofrido tanto que só de pensar eu quero abraçá-lo.
— Você não vai me machucar, e nem me perder.
— Você não sabe.
— É, mas vai me machucar de fato se me deixar agora. — Me encara novamente. — E eu não vou a lugar nenhum, Finn.
Pego sua mão.
— Mas...
— Você pode, por favor, parar de pensar no "e se"? Olha pro agora, Finn. Você gosta de mim, não deixa sua preocupação e medo acabarem com isso. Não deixa isso acabar com a gente, por favor.
Ele encarava o chão, mas o sinto apertar minha mão. Então, me olha.
— Um pelo outro, okay? — Ele pondera, mas assente com a cabeça.
— Um pelo outro.
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me esforcei pra fazer um capítulo grandinho e cheio de boiolices, espero que tenham gostado
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my stepbrother | fillie
FanfictionOnde a vida de Millie Bobby Brown muda quando o namorado de sua mãe vem morar em sua casa com seu filho, Finn Wolfhard, um bad boy inconsequente. E seu maior desafio vai ser conviver com um menino que ela odiava. Ou pensava odiar.