23/04/2021
Millie Bobby Brown's POV.
— Tenho novidades. — Diz a voz mecânica de Sadie pelo celular.
— Hm, Noah terminou com Jack? — Brinquei. Pois é, logo após a viagem Noah anunciou o namoro. Fizemos chamada de vídeo com o tal Jack, que logo simpatizei, ele de fato se mostrou uma pessoa super de boa e divertida. Noah parece muito apaixonado.
— Credo, Millie! Não! É pior que isso. Um pouco. — Sua voz hesitou. Sentei em minha cama, onde antes estava deitada.
— Como assim? Você não parece triste.
— Não estou! Não é tão ruim... não tanto quanto sua notícia sobre o cabaço que já não existe mais. Que ele Deus o tenha. — Tentou descontrair. Ainda rio ao lembrar de sua reação quando contei o que tinha acontecido na viagem. Ela no início pareceu surpresa mas depois apenas disso coisas como "eu sabia que ele ia fazer isso com você", mas ficou bem empolgada em conversar sobre e me perguntar como tinha sido. Eu apenas sorria e respondia que tinha sido incrível. Noah não foi muito diferente, "você não é mais o nosso bebê", e "os planos de casar virgem foram por água abaixo". Engraçadinhos.
— Droga, Sadie! Fala! — Tentei não rir com seu último comentário.
— Não surta, Millie.. olha, acho melhor te falar pessoalmente.
— NEM FODENDO! Quer me matar de curiosidade, Sadie Sink? Noah já sabe?
— Já, contei pra ele hoje. Sabia que a reação dele seria menos pior que a sua. — Falou, cabisbaixa, sabendo que iria ter que me contar ali e agora. Suspirou.
— Anda.
— Eu realmente vou fazer o intercâmbio. Com a faculdade. Pra Londres. — Fiquei calada. — Mas antes, nas férias, minha mãe concordou em me deixar passar lá, na casa da minha tia Liz, lembra dela? Pra já conhecer melhor a cidade. Vou depois da formatura.
Estava absorvendo as informações. Sadie realmente iria. E nas férias.
— Mills? — Disse, hesitante.
— Estou aqui.
— Olha, Londres nem é tão longe de Liverpool, sabe? Quando você for pode passar aqui! E eu sempre vou visitar.
— Eu sei, Sads. — Não podia ser egoísta. Tinha que pensar nela e em seu futuro. E ela não parecia tão infeliz com aquilo. — Eu só.. vou sentir sua falta.
— Eu também, Brownie. — Ouvi sua voz embargar e senti vontade de chorar também.— Millie, o almoço está pronto. — Minha mãe abre a porta. Já tinha desligado a ligação com Sadie e estava deitada, com o livro de Orgulho e Preconceito em mãos. Minha mãe obviamente não sabia de nada. Lembro de Finn ter me acordado bem cedo, uma 05AM, provavelmente, e eu corri pro meu quarto. Ela não desconfiou. Eu me sentia mal. Não pelo ocorrido, mas por não poder contar, jurei que quando acontecesse, conversaria com a minha mãe e ela me perguntaria se eu usei proteção, se eu gostei, e pra marcarmos um médico, coisas que mães falam. Mas eu ainda não tinha ouvido nada e agora só podia sentir medo de quando eu contasse, ela me mataria por ter escondido até esse ponto.
— Já vou. — Sorri. Ela iria sair, mas gritei: — Mãe!
Ela se assustou e se virou pra mim de novo.
— Sim?
Abri a boca várias vezes, mas nada saiu.
— Escuta...
— MÃÃÃE! — Ava berra, a voz vinha do quarto dela. Minha mãe imediatamente se virou e foi em direção ao local. Não sem dizer rapidamente:
— Depois conversamos.
Não sei se me senti alívio ou raiva por ter perdido a chance. E a coragem.Estávamos agora na mesa, almoçando. O clima não estava dos melhores e eu nem mesmo sabia o motivo.
— Millie? — Minha mãe diz. Seu tom não era amigável. Levantei minha cabeça, que antes estava focada no prato, para ela. — Tenho algo a contar. — Permaneci calada, esperando, e não pude evitar ficar nervosa. Será que ela descobriu alguma coisa? Não pude ficar assim por tanto tempo, já que ela logo revelou: — Tia Anna está com câncer.
Franzi o cenho. Não havia muito o que dizer, não era tão próxima assim da minha tia Anna, irmã mais nova da minha avó, mas obviamente me sensibilizei. Ela é uma boa pessoa.
— Irei á Liverpool visitá-la mês que vem, já que o trabalho não permite que eu vá antes. Está no estádio dois, ela já começou os tratamentos.
Novamente, não tinha o que dizer.
— Isso é... horrível. Como ela está?
— Lidando bem. Ava vai dormir numa amiguinha hoje e eu vou ficar até mais tarde no trabalho. Mas vai dar tudo certo.
Ela sorriu. Diferente de mim, minha mãe já era mais apegada a ela. Espero realmente que corra tudo bem.A noite chegou e eu nem percebi. Fiquei a tarde inteira com fones nos ouvidos, com a janela aberta e observando o Sol se pôr.
Quando ele foi, percebi que estava escuro e fui tomar banho.
Assim que terminei, liguei meu computador e coloquei algum filme da Disney. Não estava afim de ver nada na televisão.
Assisti A Bela e a Fera inteiro e dei play em Enrolados. Minha mãe chegou me trazendo uma caixa de pizza, onde continha uns três pedaços e disse que estava saindo para o trabalho. Me despedi e ela se foi.
Terminei a pizza e um filme, e quase no momento em que dei play em Avengers - Infinity War, alguém entrou.
Olhei para a porta aberta e para a sombra de alguém alto e cacheado, já sabia quem era.
Estava tudo escuro, tirando a luz do computador, então ele ligou o abajur do lado da minha cama e disse, sussurrando: "Boo."
Tive a visão dele sem camisa — de novo —, usando apenas uma bermuda. Nós estávamos muito mais grudados desde os últimos, estava estranhando o fato de ele não ter vindo mais cedo, mas depois da viagem, fiquei com tanto medo de que alguém tivesse nos visto que pedi pra que ele tomasse mais cuidado. Ele respeitou.
Finn me beijou fortemente. Cheguei pro lado pra que ele pudesse se deitar ao meu lado confortavelmente, ele fez e continuou me beijando por mais uns longos segundos que pareceram horas. Eu me perdia sempre quando de tratava dele.
— Onde está seu pai? — Perguntei após nos separarmos, vermelhos e ofegantes.
— Lá embaixo vendo filme. Ele não entra no meu quarto e acho que nem no seu, né?
Neguei, rindo. Só aí ele percebeu o que eu assistia e se deitou no meu peito, mais aconchegado, para ter melhor visão do filme.
Ficamos ali em silêncio por bons minutos.
— E a faculdade? Dois meses para a formatura, Brown.
Fiz careta.
— Vou fazer uns testes para Beverly Hills e Denver.
— Quais?
— WCUI e a do Colorado.
— Quer ser médica, Millie? — Disse, surpreso.
— Enfermeira. — Dei de ombros. — Acho que consigo passar com o meu currículo.
— Você acha?
Revirei os olhos.
— E você, Finn?
Ele suspirou.
— Sei lá. Eu gosto de música.
Cheguei a me sentar com o susto.
— Música?! Você?!
— É tão inacreditável assim?
— Isso é incrível! Por que nunca te vi cantar??
Agora ele tinha feito uma careta.
— Por favor não me obrigue a fazer isso.. — Disse em súplica, como se eu tivesse o poder de estalar os dedos como o Thanos e ele imediatamente começaria a cantar.
— Você não vai fugir disso. — Não fiquei surpresa com o fato dele querer fazer algo, ele podia fazer até medicina com seu currículo, se quisesse. Apesar de desinteressado, o desgraçado era extremamente inteligente.
Voltei a me deitar pois chegou na minha parte favorita do filme.
Quando Infinity War terminou, dei play em Endgame. Ficamos vendo o filme quietos na primeira uma hora e meia, quando perguntei:
— Você é team stark ou team cap?
— Tá óbvio que team stark. — Falou, metido.
— Ew!!
Ele pareceu indignado ao olhar pra mim.
— Como assim minha namorada não é team stark?? Ele se sacrificou!!
— Eu gosto dele! Mas prefiro os ideais do Steve!
— É, Millie, teremos que terminar.
Não conseguimos terminar a "discussão", porque outra se formava no andar de baixo. Não consegui ouvir muita coisa, apenas uns gritos e tons de ignorância, e, claro, a voz da minha mãe. E de Eric. Quando minha mãe tinha chego do trabalho?!
— COM QUEM VOCÊ ANDA ATÉ ESSA HORA?!
— TRABALHANDO, ERIC, PRA SUSTENTAR AS MINHAS FILHAS!!
Foi a parte que eu ouvi. Os gritos começaram a se misturar. E eu a me agoniar. Nunca mais tinha ouvido gritos daquele tipo desde que meu pai tinha ido embora. Eu tinha onze anos e não sabia que tinha pegado um trauma, só quando ouvi Finn reclamar por eu estar apertando sua mão muito forte.
— O que foi?
O olhei, de olhos arregalados.
— N-não gosto desses t-tipos de gritos.
Ele demorou a entender, parecia assimilando as coisas e quando entendeu, me abraçou de lado, colou seus lábios na minha têmpora.
— Shh. Fica calma, eu estou aqui.
Fechei meus olhos tentando não ouvir mais nada. E com ele ali funcionou bastante.
Naquela noite, cheguei a conclusão que não gostava daqueles tipos de gritos. Nem do que viria depois deles.____________________________________
capitulo curto, mas importante.
quem quiser uma fanfic curtinha e pra chorar, leiam minha outra "11 minutes"! talvez vocês gostem.
não se esqueçam de votar!! 💛
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my stepbrother | fillie
FanficOnde a vida de Millie Bobby Brown muda quando o namorado de sua mãe vem morar em sua casa com seu filho, Finn Wolfhard, um bad boy inconsequente. E seu maior desafio vai ser conviver com um menino que ela odiava. Ou pensava odiar.