22/05/2021
Millie Bobby Brown's POV
Eram oito da manhã e eu não conseguia dormir mais. Os resultados não tinham chegado ainda e eu tenho certeza que fui reprovada. Ou ficarei em espera. Deus, tem algo pior que ficar em espera?! Não passar, Millie. Duh.
Abri meu celular pela décima quinta vez mesmo sabendo que nada novo iria surgir nele. Abro a galeria, não sei o porquê, foi automático já que não tinha mais nada pra fazer.
Começo a olhar as fotos. Selfies minhas. Rolo pra cima. Fotos minhas com Sadie. Rolo. Sadie e Noah. Rolo mais um pouco e selfies minhas com Finn. Finn. Ele não estava completamente normal esses dias, não estava diferente, mas eu já o conhecia demais e sabia que tinha algo, mas atualmente ando tão apreensiva por conta dos resultados que nem dormir tenho conseguido. Aliás, nem mesmo sabia pra onde Finn tinha feito teste, não cheguei a perguntar nem se ele já tinha recebido. Deus, como sou idiota.
Me levanto da cama, o quarto ainda estava escuro com as cortinas fechadas, as frestas mínimas de sol entravam, mostrando que obviamente já estava claro.
Ando até meu notebook e o abro, guio o mouse até a caixa de e-mails depois de ligá-lo. Me sento na cadeira da escrivaninha calmamente.
Dou literalmente um salto quando vejo os três e-mails mais recentes. Um era de Sadie, mas não foi esse que causou o pulo. As duas universidades tinham me contatado.
Me afasto do computador e respiro fundo.
Volto pra perto dele, bem perto, e abro o primeiro, de Beverly Hills.
Começo a ler.Srta. Brown, seu pedido foi aceitado, é com imenso prazer que lhe damos uma vaga na WCUI School of Medical Imaging and Nursing, de Beverly Hills.
Contamos com sua presença em agosto, 22nd. A lista de materiais vem em anexo com este e-mail assim com a localização exata.Atenciosamente,
WCUI.Gritei. Simplesmente gritei. Na hora abafei com a boca, eu fui aceita! Saí da cadeira e dei de pular. Dei pulinhos sem sair do lugar e comecei a rir. Voltei para a cadeira e abri o outro e-mail. Tinha a mesma estética. E dizia a mesma coisa.
Uma euforia me contagiou e eu comecei a pular na cama, fui aceita nas duas. Nas duas!
Interrompendo meu momento, alguém bate na porta, mal ouvi, apenas vi quando minha mãe a abriu. Finn atrás dela.
— Millie?!
— Mãe! Eu fui aceita, nas duas!
Um sorriso enorme tomou conta do rosto dela quando ela me abraçou.
— Estou tão orgulhosa de você!
Ficou um bom tempo olhando os e-mails e os analisando, Finn continuava ali na porta, tão quieto que era quase imperceptível, eu queria pular em seu pescoço e deus sabe o quando estava me segurando para não fazê-lo.
Kelly me dá um beijo na bochecha, falando que já iria garantir os materiais, e sai do quarto.
E aí ele entra.
— Parabéns, Mills.
— Obrigada. — Digo, sorrindo, e finalmente o abraço, sentindo seu tronco nu contra mim. Eu amava abraçar ele.
Fiquei um tempo assim, o abraçando, quando a felicidade ia saindo de mim, a euforia de ter conseguido provar pra mim mesma que conseguiria passar nas duas.
Nos separo e o olho no rosto. Minha expressão provavelmente já estava bem mais neutra que no momento que o abracei, por que ele perguntou:
— Tudo bem?
— Tudo ótimo! — Respondo. — Só que..
— Só que..?
— Me senti idiota, não precisava fazer tanta festa. — Não menti. Já estava tão dentro dele que não conseguia mais, me abrir era algo natural.
— Não tem porque. É o seu sonho, não é?
Sonho era uma palavra muito forte.
— Eu nunca disse que era o meu sonho. — Sorrio fraco.
Ele fica estático por um momento.
— Entendi. — Me sento na cama, ele permanece de pé. — Qual é, então?
— Meu sonho? — Finn assente. — Hm, não sei, acho que gosto de viver numa zona de conforto.
— Uau. — Diz ele é finalmente se senta ao meu lado. — Você é mais sonhadora, Millie.
— Eu sei, Finn... — Choramingo. — mas nunca pensei em nada, só isso. Só queria muito trabalhar no ramo da saúde e consegui! Não ligo para a faculdade.
— Entendi! Entendi! — Ri.
Ficamos um tempo calados, tempo o suficiente para eu me lembrar de algo.
— Ah! Na real, me lembrei de um, não chega a ser um sonho, mas eu sempre quis ser independente. Morar sozinha, sabe? Quando eu era criança eu achava que faria faculdade morando sozinha. — Suspiro. — Mas infelizmente tenho uma mãe levemente superprotetora. — Finalizo e encaro as minhas mãos.
— Sinto muito, Mills.
— Tudo bem. — Sorrio. — E você? Fez o teste pra música? Passou?
Ele sorri fraco pra mim.
— Fiz. E, sim, passei.
Abro minha boca num "O" perfeito.
— E você nem pensou em me contar?! Desde quando você sabe? — Estou meio brava agora. Por que ele não me contaria?!
— Recebi essa semana. — Diz, simples.
— Onde é?
Agora é a vez dele respirar fundo.
— Fiz teste para uma aqui em LA e.. — Faz uma pausa e de repente eu fiquei com medo do que viria depois. — em Port Moody.
— Tipo... no Canadá..?
Ele faz que sim com a cabeça.
— Passei nas duas.
Meu sangue gela.
— E..?
— E o que?
Como "e o que?"?!
— Pra qual você vai?
Ele encara o chão e ali eu soube a resposta.
— F-finn... — Eu iria falar que estava tudo bem, que ele tinha que ver a mãe e que eu o apoiava — o que não condizia cem por cento já que meus olhos quase marejavam —, mas ele me interrompeu.
— Vou ficar aqui.
Nem consegui descrever a expressão que meu rosto tomou. Não era de alívio — por mais que eu sentisse mais do que gostaria —, foi de "o que porra você tá fazendo?!"
— C-como?! — Ele me encara como se não ligasse, como se tivesse deixado todo o trauma em relação aos seus pais de lado, e aquilo acalmou meu coração. Mas não o suficiente. — S-sua mãe..
— Minha mãe ainda está internada. E eu vou visitá-la nessas férias, queria te contar isso também. — Continuo o olhando, perplexa. Ele parece não ver isso. — Gostaria que você fosse comigo.
Eu não tinha o que dizer. Minha expressão perplexa tomou um sorrisinho rápido quando ele disse aquela frase.
— M-mas... por que?! Você disse que iria voltar pra lá quando fosse de maior, seu aniversário foi em dezembro, por que não voltou?
Ele novamente respira fundo.
— Porque eu achei um motivo pra ficar.
Afasto um pouco meu tronco pra trás. Era muito pra assimilar.
— Lá a única coisa que eu tenho é minha mãe. O que, sim, é muito, mas o que eu vou conseguir com ela internada? Aqui eu tenho amigos, tenho até uma família, tenho você.
Um sorriso toma conta de meus lábios enquanto eu pego em sua mão, acariciando-a.
— Tem certeza?
— Tenho, Millie. — Fala ele, rindo.
— Eu adoraria ir visitar a sua mãe.
Sorrimos enquanto nos encaramos, eu me sentia flutuando, parecia que todos os problemas tinham desaparecido.O grande dia tinha chegado e eu descobri que colocar uma beca era mais difícil que eu imaginava. Minha mãe amarrava a parte de trás em frente ao espelho do quarto e eu senti um dejá vù, segundos antes de Finn e Eric chegarem para se mudar, nos encontrávamos na mesma posição, ela um pouco atrás de mim, só que dessa vez praticamente nove meses tinham se passado e eu ia me formar. Era estranho pensar em quanto eu mudei nesse curto tempo. Tudo culpa de uma certa pessoinha que iluminava meus dias. Eu me encontrava muito mais feliz e o mais importante, me sentia mais forte. Não me via mais como a garotinha indefesa de meses atrás. Eu sentia que podia fazer qualquer coisa e ele me fez enxergar isso.
— Nunca vi esse anel, novo? — Ela repara em minha mão, na qual eu mexia em uma mecha de cabelo. Na aliança. Uau, mamãe, estava com ela há meses e você pergunta se "é nova"?
— Ah, sim, peguei emprestado de Sadie e esqueci de devolver. — Outra coisa que tinha desempenhado, aprendi a mentir.
— Oh, certo.Minha mãe terminou de amarrar a beca e deu um passo para trás pra me olhar melhor. Gostei de sua reação.
— Ah, Mills... estou tão orgulhosa, você cresceu tanto...
Sorri, sem graça. Kelly me abraça por trás assim como fez naquele dia e o que ela fez depois me fez comprovar que não era só eu que estava tendo um dejá vù.
— Acho que tem algo faltando nessa maquiagem, huh?
Ela me soltou pra pegar algo em minha penteadeira. Não tinha feito nada, apenas fiz a pele e passei bastante rímel. Abri um sorriso gigante quando ela estendeu o vidro de gloss.
A olhei e vi orgulho em seu olhar. Meu coração aqueceu. Apesar de tudo, eu a amava, muito.
Passei o gloss na boca e não me aguentei, me virei e a abracei.
— Minha menininha cresceu.... — Cresceu muito, mamãe...
— Eu te amo.
— Te amo mais.
A apertei forte.Agora esperava Finn descer para podermos ir. Ouvia Eric reclamar repetidamente de sua demora, eu já achava demais o fato de ele ir, pois já tinha me dito inúmeras vezes que não iria, que não gostava, e etc. Consegui o convencer, falando que Sadie iria embora no dia seguinte bem cedo e que não conseguiria se despedir. Era mentira, depois de seu pai ter confirmado sua presença na formatura, contei que a levaríamos no aeroporto. Ele não ficou bravo, pois eu também já tinha usado o argumento de que era um momento único e que sua mãe se orgulharia, assim como eu, não menti em nenhum momento. Acho que isso entrou na cabecinha dele.
— Finalmente!! — Eric quase gritou. Olhei para a escada e o vi descendo.
Ficava engraçado de beca, não menos atraente, só era uma roupa que eu nunca imaginei nele.
Finn me viu também, e seguramos o olhar.
Eu estava feliz, muito feliz. Me formava e com ele ao meu lado, com meus melhores amigos ao meu redor, com minha mãe e minha irmã, e até Eric que eu já considerava muito, eu não poderia estar melhor. Tudo estava muito bom pra ser verdade.
E parecia que eu me apaixonava mais a cada dia.
— Ótimo, vamos logo! — Minha mãe disse, empolgada e segurou a mão de Ava, a levando para fora. Eric a seguiu e nó fomos um pouco atrás dele.
— Como você consegue ficar tão linda nessa coisa? — Me pergunta.
— Te pergunto o mesmo, Wolfhard. — Sorrio. Ele não consegue segurar e ri anasalado.
E ali, escondida pelo pano exagerado da beca, ele segurou a minha mão.____________________________________
amo tanto a evolução da millie, e vocês??
última atualização do ano, quase um ano de MS e eu agradeço muito, por tudo, por cada comentário, por todo o carinho que vocês têm com isso aqui 😭❤️
perdoem o sentimentalismo, mas eu realmente não esperava que essa fanfic fosse crescer tanto, obrigada, de verdade
bom revéillon pra cada um de vcs, fiquem salvos e se cuidem ❤️
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my stepbrother | fillie
FanficOnde a vida de Millie Bobby Brown muda quando o namorado de sua mãe vem morar em sua casa com seu filho, Finn Wolfhard, um bad boy inconsequente. E seu maior desafio vai ser conviver com um menino que ela odiava. Ou pensava odiar.