Capítulo 12

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A noite chegou e com ela, o frio na barriga de pisar na casa em que pedi a mão de Marie em namoro, onde em um jantar a pedi em casamento. Eram tantas memórias,em tantos lugares.

Hoje eu fiz a barba que algum tempo não fazia, ajeitei o cabelo também e coloquei meu terno favorito.

De certa forma o encontro inesperado com Zoey me fez bem, aliviou meus demônios interior.

Com o espumante e as chaves em mãos, era hora de ver a família Olsen.

A típica entrada no jardim, era normal chegar na varanda e ver Marie sentada lendo algum livro. Mas agora, não tinha ninguém lá.

Toquei a campainha, e fui super bem recebido pela Sra. Olsen.

— Meu querido, como é bom vê-lo.

— Obrigada, Sra.Olsen. — Eu nunca conseguia chama-la pelo primeiro nome.

— Já disse tantas vezes para me chamar de apenas Suzan.

— Apenas não consigo — respiro. — Respeito demais a senhora para isso. —  Era sempre a desculpa que dava.

— Tudo bem, venha, todos já estão a mesa, estávamos apenas esperando você. Você sabe como o John é, todo apressado.

Eu apenas assenti com um sorriso cordial, enquanto ela me guiava para a enorme mesa de jantar.

John era o pai de Marie, ex soldado militar. Agora ele era, inofensivo. Até certo ponto.

— Boa noite a todos —  eu disse gentilmente, antes de me sentar.

As conversas com os Olsen eram sempre tão divertidas e leves, hoje tinha um ar de mistério. Principalmente pairando de Katy.

Fingi que não notei isso e apenas continuei interagindo com a família da minha esposa.

Ao final do jantar, Katy me chamou na varanda.

— Eu preciso conversar seriamente com você. — disse assim que passei pela porta, o ar gelado cortou meu rosto.

— Eu sei que vai achar que é loucura, eu também achei no início. — Lá vem bomba.

— Eu comecei a frequentar reuniões espíritas, e contei pra eles, que sentia minha irmã por perto. —  Eu me controlei para não revirar meus olhos, até porque, ela realmente estava alterada com isso.

— Lhes contei também da garota. Aquela sua aluna, os olhos dela. — Katy disse, e minha boca secou. — Eles acreditam que talvez seja mesmo a Marie, em outro corpo, mesma alma.

— Impossível! — Exasperei.
— Eles são enganosos, Katherine! Me surpreende você cair nisso.

— Não Keanu, você não entende. Você está cego de dor que não consegue ver além disso.

— Não. A dor nada tem haver com acreditar em reencarnação, pelo amor.  — Disse extremamente irritado. Eu não acreditava nisso, vida além da morte. Morreu, resta morto, se foi para sempre, infelizmente.

— Então como você me explica, o mesmo olhar, a mesma energia. Eu sei que você sentiu, não tente dizer que não. — Ela insistia.

Eu não podia negar, havia uma energia, além da explicação sempre que estou perto de Zoey. O mesmo sentimento quando estava com Marie, mas não deve ser nada além de um fetiche bobo.

— Katy, ela se foi! — Disse ríspido. — Não têm como Marie ter voltado como uma aluna, é impossível.

— Então vá em frente, cheque a data de nascimento de Zoey. Eu sei que você se lembra bem da data em que minha irmã se foi.

Ela disse totalmente alterada. Ela estava louca, alucinada.

— Eu sinto a alma da minha irmã naquela garota, Keanu —  Katy tinha a voz trêmula, como se fosse chorar em qualquer momento. — Eu tenho certeza que é a minha irmã. Eu sonhei com essa garota, antes do dia do restaurante.

Então, ela simplesmente jogou essa bomba. Não, eu não poderia de forma nenhuma acreditar nisso.

Eu apenas virei as costas, em negação.

— Keanu, não vire as costas pra mim. Você quer acreditar tanto quanto eu!

Era verdade, porém isso iria contra tudo o que eu acreditava. Não poderia ser verdade, não tinha como isso acontecer.
Era impossível, certo?
Então me lembrei, daquela conversa com Zoey. "Era aqui que eu sentia que precisava estar."

E me lembrei, brevemente "Almas Gêmeas se encontram"

Marie era minha alma gêmea. "Te amarei além da vida"

Isso é demais para minha cabeça. Não podia ser.

 Não podia ser

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