Capítulo 38

314 51 26
                                    

Meu acento no voo de volta para o Reino Unido, mais uma vez era do lado da janela. A visão era muito bonita, haviam nuvem por todo o céu, os raios da manhã lutavam com elas por espaço. Os raios queriam trazer um pouco de calor para aquela cidade tão fria e de histórias tão incríveis, muitas delas tristes, de fato, mas ainda sim, incríveis.
Por um momento eu esqueci do frio na barriga que sentia toda vez que pisava em um desses aviões. Me forcei a focar apenas na beleza que da visão que ele  proporcionava, a imensidão azul do céu era fantástico. Eu fiz uma promessa a mim mesmo que um dia voltaria para a Polônia e visitaria seus outros pontos turísticos e desta vez, sem confusão.

A luz dos pequenos raios solares doíam um pouco nos meus olhos que estavam sensíveis devido a dor de cabeça, mas era impossível tirar meus olhos dali. Infelizmente, um pensamento negativo me atingiu. E se houvesse alguma falha com esse pássaro?
Rapidamente fechei a cortina beje da janela e repousei minha cabeça no acento. Queria relaxar um pouco até chegar no Aeroporto.

A sensação climática entre os países eram absurdamente diferentes, na Polônia, o frio era de congelar todo o nosso corpo. Senti essa diferença assim que pus meus pés no Reino Unido, o clima hoje estava ameno, nem quente, nem frio. Ideal para um passeio noturno no parque central.

Por ser noite, eu estranhei a quantidade de pessoas que haviam ainda naquele Aeroporto. A fila para pegar as bagagens estavam enormes, levaria um temp até chegar a minha vez. Meus pés estavam doendo de tanto esperar e as vozes ao meu redor não estava ajudando a melhorar meu humor, pelo contrário.

Finalmente a fila que parecia não andar nunca começou a diminuir, peguei minha bagagem e me sentei nas cadeiras esperando todos ficarem prontos. Ao meu lado, se sentou um dos meus alunos, começamos a conversar para matar o tempo.

Eu nunca fui o professor muito receptivo, mas depois de todas as decisões que tomei no último mês, dar abertura para um aluno conversar comigo não era de todo ruim e estava realmente agradável, ele tinha uma perspectiva do mundo completamente diferente da minha. O garoto, chamado Wallace Meikle, me agradeceu pelos três dias que passamos na Cracóvia. Ele me contou que não estava suportando ficar em casa, devido as brigas de seus pais. Eu me compadeci com a situação. Isso me fez lembrar dos meus pais, eles também se separam. Eu era novo, mas mesmo assim foi difícil lidar, então, eu sabia bem como Wallace estava se sentindo. Sendo completamente honesto, como uma figura do corpo docente, ofereci a ele apoio. Dizendo que se ele precisasse de alguém para conversar eu estaria com ele.

Nossa conversa foi interrompida com um grito agudo vindo da frente a esteira de coleta das bagagens. Com um instinto protetor me aproximei da aglomeração que estava a ser formada ali.

Identifiquei imediatamente uma Zoey desesperada, ela levava as mãos a cabeça, seus olhos estavam arregalados e encharcados por lágrimas. Mirna, tentava acalmar a amiga mas sem sucesso.

— Dói, isso dói demais, faz parar! Faz parar! — Ela dizia isso repetitivamente. Meu coração todo estava palpitante, a minha dor de cabeça nada se comparava ao tormento que Zoey estava passando. Seus olhos se encontraram aos meus, notei que seus movimentos ficaram moles, era desmaiaria. Apressei meus passos para a frente, afastando qualquer pessoa que tentava ver mais de perto o que estava acontecendo. Antes de Mirna conseguir segura-la, Zoey tombou para frente, caindo em meus braços.
Se eu demorasse mais alguns segundos ela cairia pelo chão. E vi, mais uma vez o pesadelo revivo, me ajoelhei no chão, com Zoey desacordada.  Limpei uma lágrima que escorria em sua bochecha rosada.

Ela estava viva.

— Keanu, você precisa leva-la para o hospital. — A voz de Margareth estava preocupada. Eu estava desorientado, não sabia o que fazer.

— Tem razão. —  Falei em sussurro. Me levantei com Zoey no colo, repetindo constante para ela que tudo ficaria bem.
—Vai ficar tudo bem, Zoe.

Corri com elas em meus braços até a saída do Aeroporto. A noite estava escura e havia apenas um táxi no local. Eu já não sentia minha dor de cabeça e nem o cansaço da viagem, toda a minha atenção estava em Zoey. Não me importava com mais nada, além da garota em meus braços. Apressei meus passos para o táxi a minha frente, ele já estava com um passageiro, antes da porta ser fechada, eu gritei a pleno pulmões.

—Espera! Ela está mal, é emergência!— Agradeci ao céus, ou quem quer que fosse o ser superior que estava jogando comigo, quando o passageiro olhou para mim.

Entrei com Zoey no colo e agradeci ao homem de cabelos castanhos tão escuro quanto o meu.

— Por favor, toque para o Hospital Rainha Elizabeth, com urgência. —  Disse o homem, eu agradeci mais uma vez. Minhas mãos tremiam, eu não sentia o peso do corpo de Zoey no meu colo, era irrelevante. Eu encarava seu rosto, seu peito subia e descia levemente. As bochechas permaneciam rosadas, seu rosto estava um pouco úmido devido as lágrimas que ela derramou durante o surto. Eu passava as minhas mãos pelos seus cabelos. Meu coração estava prestes a sair pela boca.

— Sua namorada ficará bem, logo estaremos no hospital. — Não dei importância ao pequeno erro que o homem cometeu. Eu apenas queria que ela abrisse os olhos. Soltei um suspiro pesado.

— Espero que sim. Não suportaria perde-la novamente.

 Não suportaria perde-la novamente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

                           

Além do Olhar [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora