Capítulo 05

750 105 93
                                    

Um banho, um banho era tudo o que eu precisava para relaxar. E assim, eu fiz.

Deixei a água quente varrer todo o meu cansaço, todo o estresse que passei durante o dia. Fechei os olhos e me permiti um pouco de paz, foi quando uma par de olhos me puxou para um pequeno devaneio.

Era um domingo, de sol. Ela usava um vestido florido, de alças. Cabelos soltos e um chapéu para proteger do sol. Eu também estava a caráter, short e camiseta. Momentos raros.

Estávamos dentro de um bote, em uma água cristalina. Ela adora quando eu a levava para andar de barco, e valia cada momento.

— Você já imaginou estar no oceano? —  Ela me perguntou, sorrindo, enquanto colocava os dedos na água.

— Deve ser assustador.—  Confirmei, Marie me lançou um olhar confuso, então continuei. — Olhar em seu redor e apenas ver água e mais água, nada de terra firme. Me parece assustador.

—Olhando por esse lado. — Ela disse quase que concordando comigo.

Ela se inclinou mais para beira do bote, tentando pegar uma flor.

— Cuidado, você pode cair. — Eu disse, antes de Marie realmente cair.

—Marie! —  Gritei, desesperado, olhando ao redor e nada dela voltar a superfície. — Marie!

Me lancei na água, pronto para resgata-lá e não achei. Quando retornei para puxar o ar, sua voz me chamou.

— Procurando por alguma coisa, Keanu? — Seu tom era de pura brincadeira, eu ri. Ela estava toda molhada e linda.

Ela espirrou água em mim e eu corri em sua direção, a pegando e beijando com toda minha alma, com todo meu amor. Eu amava essa mulher.

Ela colocou as pernas em volta do meu quadril, me pressionando pra ela. O beijo foi se tornando, mais e mais envolvente.

Inconscientemente, levei as minha mão em torno do meu membro, levemente pressionando.

Enquanto a memória do corpo quente de Marie me excitava.

—Keanu. —  Eu a ouvi ofegar em meus ouvidos, enquanto nos movimentávamos, rápido e forte. Seu gemido era o paraíso.

Minhas mãos acompanhavam a memória em volta do meu membro, subindo e descendo. Até que o momento teve fim, a água caia em mim, levando o que é a prova do meu devaneio sexual.

Terminei meu banho e coloquei um samba canção, e deitei na cama. Pronto para dormir um pouco.

E de novo, fui acordado com o pesadelo de sua morte. Ainda estava escuro, então deduzi que era de madrugada. Hoje seria mais uma noite de insônia, uma chateação.

Caminhei para a sala, ligando a TV, tentando encontrar algo na televisão que pudesse me trazer sono.

Acabei caindo em uma estação de Espiritismo, lógico eu era cético a isso. Nunca acreditei em nada, mas no momento talvez fosse algo que pudesse me trazer o sono de volta.

O assunto era Almas Passadas, reencarnação, eu não podia achar isso mais que uma baboseira.

E assim dizia "almas predestinadas a ficarem juntas, duas almas que tiveram uma relação de amor intenso em uma vida podem sentir-se atraídas nas próximas encarnações."

Parte de mim queria que fosse real, se por um momento eu pudesse tê-la em meus braços novamente. Mas como poderia? Isso não existe.

"No livro "Consolador" do guia espiritual de Chico Xavier, trata do conceito de almas gêmeas. Segundo ele, a expressão refere-se a duas almas ligadas pelo amor, pela simpatia e pela afinidade."

Marie era minha alma gêmea e ela se foi pra sempre.

"O encontro de almas afins depende da programação traçada por cada um que ocorre antes de reencarnar. Segundo o Espiritismo, antes de voltar à Terra, cada espírito faz um plano em que define o caminho evolutivo, e neste plano é lançada a possibilidade de encontrar ou não almas afins de vidas passadas. Caso este encontro esteja programado, ele certamente irá acontecer em algum momento da vida. As almas se encontram."

Eu não consegui conter a risada amarga antes de desligar a televisão. O retrato de Marie na mesa de centro me encarando, não consegui segurar o choro.

— Eu não acredito em nada disso, mas será, será mesmo Marie, que você esteja por aí?— Perguntei, encarando seu retrato no meio as lágrimas, soltei uma risada triste.

— É claro que não, isso não acontece.

— É claro que não, isso não acontece

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Nota da Autora

Esse certamente foi um capítulo difícil de escrever, por falar de uma determinada religião. Quero deixar claro para que todos entendam, Keanu é um cético que não acredita nisso, mas eu, autora, acredito e respeito a religião de cada um.

Se você for espirita, espero que não se sinta ofendido, e se por acaso eu ofendi, por favor me mande mensagem que me retratarei.

Além do Olhar [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora