Capítulo 29

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Eu não havia descansado tão bem quanto eu desejava

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Eu não havia descansado tão bem quanto eu desejava. A noite foi conturbada, fiquei acordado até tarde preso no telefone ajeitando os últimos detalhes da viagem. Nosso voo sairia hoje, às sete horas da manhã.

Todo o meu quarto estava gelado, nem o aquecedor deu conta do clima frio que estava fazendo hoje. Me encarei no espelho do banheiro, meus olhos estavam profundos, com um leve avermelhado pela noite mal dormida. Eu estava completamente exausto, só esperava que isso não afetasse a viagem, eu teria que lidar com duas classes e também com Margareth.

Meu humor nos últimos dias também não estava dos melhores. Cinco dias, faziam cinco dias que eu não sabia nada de Zoey, nem de como ela estava ou onde ela estava. Será que ela tinha ido embora de volta para Oxford sem me dizer? Não, não acho que ela faria isso, afinal estávamos nos dando bem, não é?

Fiz estas perguntas para mim mesmo enquanto entrava na água quente. Deixei a mesma cair por todo o meu corpo, molhando meu cabelo e os pelos da barba que cresciam no meu rosto.

Zoey não havia me entregado a autorização antes de desaparecer, não acho que ela venha para está viagem. Eu queria vê-lá, mas uma parte de mim estava aliviado por isso, não teria que me preocupar em controlar meus sentimentos, eu precisaria estar com toda a minha atenção nos demais alunos e não em apenas um par de olhos com hetecromia.

Todos as passagens já estavam reservadas no Aeroporto, incluindo a de Zoey. Quando chegasse lá, teria que pedir para devolverem o dinheiro da passagem que seria destinada a ela, infelizmente.

Passado algum tempo, eu já estava pronto. Aparentemente, o banho me revigorou por completo, já não me sentia tão esgotado quanto quando eu tinha acordado.

Estava com uma roupa confortável, minha camisa social branca de sempre com suéter azul marinho por cima, deixando aparente a gola da camisa e as mangás levemente dobradas no início. Calça jeans casual, escura. E um casaco mais grosso da cor preta, não queria passar frio.

Minha mala já estava lá embaixo na cozinha, então desci para tomar meu café puro.

Estava ansioso para a viagem, fazia tempo que não viaja. Que não sentia o enjôo de estar em um avião. Eu gostava bastante de viajar, mas nunca gostava da parte de estar voando. Não me sentia cem por cento confortável dentro de uma máquina de voar.

Passei as mãos pelo meu cabelo, nervoso com a lembrança de estar dentro de um avião. Afastei essas lembranças e me pus e escrever um bilhete sobre a bancada da cozinha, caso Katy aparecesse.

Eu não lembro se a avisei sobre a viagem ou não.

"Estou em viagem com a Universidade St.Andrews, devo estar de volta em uns três dias. Qualquer problema com meu apartamento, ou luto, ligue para meu celular."

Quando finalizei, olhei para o relógio. Eu tinha que ir.  O Aeroporto não ficava tão perto de onde eu morava, portanto eu teria que me adiantar. Chamei um táxi, enquanto fechava a porta do apartamento.

Não demorou muito para que ele chegasse. O motorista era um cara bastante simpático e parecia nervoso por estar ali.

— É o meu primeiro dia nesse emprego. —  O homem me disse, me olhando pelo retrovisor. Lancei para ele um sorriso, na tentativa de tirar a sua apreensão, sem dizer nada voltei minha atenção para a janela do veículo. Me perdi por alguns momentos naqueles cabelos castanhos de seda. Eu estava com saudade da voz de Zoey, de conversar com ela sobre os mais diversos assuntos.

Não percebi quando fui deixado em frente ao Aeroporto. Agradeci e paguei o taxista. Tirei minha mala e caminhei para o lugar gigante. Os pisos eram de mármore branco, com leves manchas cinzas, se é que posso descrever assim. Janelas bem grandes de vidros, o ar condicionado aquecia o ambiente. Estava lotado,  considerando o horário que era.

No meio daquelas pessoas, avistei Margareth, seus cabelos estavam levemente caracolados nas pontas, o loiro parecia mais vivo. Ela levantou um cartaz escrito em vermelho bem vivo 'Alunos da Universidade St. Andrews', caminhei até ela, cumprimentando com um beijo no rosto. Eu me surpreendi pelo meu gesto, ainda mais quando notei que já havia alguns alunos ali, próximos a ela. Incluindo a melhor amiga de Zoey.  Me constrangi ao notar os risos que os alunos deram. 

— Bom dia, professa Margareth.—  Disse, apertando sua mão. 

— Bom dia,  está animado? — Ela me perguntou, me entrando o cartaz que segurava.

— Claro! — Disse, olhando para o cartaz. — Belo trabalho com os cartazes.—  Completei, sorrindo de lado.

— Não foi nada, de verdade.

O assunto entre nós morreu tão rápido quando os nossos alunos iam chegando e se aglomerando ao nosso redor. Eram ao total quarenta alunos que estariam ao nosso cuidado por três longos dias. Já estávamos ali em torno de alguns bons minutos.  Mergareth fez a contagem dos alunos, eu também ajudei, faltavam cinco alunos para chegarem, olhei para o relógio novamente, nosso voo sairia em quinze minutos. Era tempo desses cinco alunos chegarem, iria dar tempo, teria de dar. Tinha que dar tempo de Zoey chegar, ela tinha de vir.

E como se ela pudesse ouvir o meu chamado interior, Zoey apareceu. Ela vestia um calça apertada, uma cor que eu não sabia qual era, era um roxo puxado para o rosa, Marsala talvez? Eu não sabia. Uma blusa do Guns n' Roses cinza desbotado e uma bota, que a deixava mais alta.  Ela trazia uma bolsa grande pendurada pelo ombro. 

Zoey me viu, segurando o cartaz. Ela lançou um sorriso, acho que ela sabia que eu me sentia desconfortável com isso. Ela caminhou para mim, parecia decidida. 

— Bom dia Keanu. —  Disse, me entregando o pedaço de papel branco. Abri e lá estava, uma letra desengonçada de caneta preta. Donna B. Lancaster.

— Bom dia.—  Respondi colocando o bilhete nos meus bolsos. — O que houve com você? Sumiu. —  Disse, olhando em seus olhos. Ela desviou o olhar.

— Depois eu te conto. Não foi nada. — Eu estava curioso para saber o que ela, Zoey deu um sorriso tranquilo para a sua amiga, antes que ela fosse até Mirna, eu toquei em seu braço. Ela me olhou sem entender muito.

Limpei minha garganta antes de soltar seu braço.
— Estamos contentes em tê-lá de volta, senhorita Lancaster. —  Eu disse, minha voz estava tremula. Queria que ela entendesse nas entre linhas que era eu quem estava mais do que contente em tê-lá de volta.

Todos os alunos haviam chegado, Margareth distribuiu as passagens que ela havia resgatado assim que ela chegou no Aeroporto. Os números das poltronas estavam nas passagens, meu lugar era o 012. Quem estaria com a 013? 

 Quem estaria com a 013? 

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