Nunca Imaginei

2.

Meredith PoV

Eu amo trabalhar, mas não nego o quanto é cansativo, eu estou saindo, exausta e ouço a voz do Alex
- Mer, espera
Eu paro sem virar pra trás e espero que ele me acompanhe
- Joe's hoje?
Ele pergunta enquanto andamos pro estacionamento
- Não to afim
- Ela só ia quando o Nathan ia
A Amélia provoca do outro lado
- Pode parar
Eu respondo séria
- Ele não volta mesmo?
O Alex pergunta
- Acho que não, ele aceitou a proposta na Alemanha, né?
- E pra você, assim, tudo bem?
Amélia me pergunta com uma pontinha de acusação na voz, ninguém entende porquê eu pareço tão bem com a partida no Nathan, nós estávamos juntos ou ficávamos juntos, não sei bem, mas nunca foi nada além disso, era bom, acho que prazeroso define melhor, então ele foi pra Alemanha e fim.
- Claro que sim, ele queria essa vaga há muito tempo
- Você não tá com saudade? Nem do sexo?
- Você fala demais, Amélia, tchau, gente

Eu vou pro meu carro e não vejo a hora de chegar em casa e finalmente poder dormir.

Andrew PoV

Não foi tão ruim para o primeiro dia, eu não sei o que eu esperava, a fama de medusa na Dra Grey associado a voltar depois de dois anos sem exercer medicina criou um monstro na minha cabeça e entrar em uma sala cirúrgica e realizar todo um procedimento sozinho me colocou de volta no jogo, com vontade de estar lá e de fazer o que eu sempre sonhei pra mim.

A Dra Grey não é assustadora, pelo menos não a Dra Meredith Grey, ela é séria e centrada, sem tempo pra perder com outras coisas que não sejam o paciente e o procedimento, é ainda mais incrível vê-la operar tão de perto, ela não gosta de erros e distrações, ela dá ordens rápidas e não espera nada menos que a excelência, é uma honra tê-la como mentora e ela é linda, ela fica tão séria olhando os exames, analisando, sem deixar que nada escape e quando uma mecha do cabelo dela soltou, tudo que eu queria era... ela é minha mentora, minha chefe, filha da minha chefe, ela é a Dra Meredith Grey, o que é que eu to pensando? E ele deve ter namorado... para, isso não é da sua conta

E depois de tanto brigar comigo mesmo, eu chego em casa.

- Papai!
Minha Beatrice corre pro meu colo, ela tá tão grande e desde que fez quatro anos, está tão independente
- Oi, minha princesa
Eu rodo ela no ar e o som da risada dela é um dos meus preferidos no mundo
- Você demorou horrores
Ela diz, se segurando no meu pescoço
- Não foi tanto assim
- É claro que foi, eu fui pra escola, voltei da escola, fui pra natação, voltei da natação e nada do senhor por aqui
Eu sorrio
- O papai explicou que agora, lá no hospital...
- Pode demorar mais pra chegar do que antes, é a Nana me lembrou disso
Ela me explica, muito séria e eu sorrio
- Isso mesmo, cadê seu irmão?
- No banho, depois de toda uma conversa infinita sobre banho

Ela diz, parecendo entediada, eu não sabia que poderia me apaixonar cada dia mais por alguém até que essa menina entrou na minha vida, eu coloco a Bê no chão e antes que eu chegue no corredor, o Matteo corre ao meu encontro
- Paaaaaai
Eu o levanto no ar e rodo, assim como eu fiz com a Bê, é um ritual, todos os dias e eu tenho sentido tanto o quanto eles cresceram
- Como foi o dia hoje, rapazinho?
- Chatíssimo
- E por quê?
- Eu já tomei três banhos hoje, eu já to mais limpo que os peixes
Eu dou risada e o abraço forte
- Assim me esmaga, pai
- A intenção é essa mesmo.
Eu o aperto mais e ele ri

Eu vou pra cozinha e Nana está lá
- Tudo bem hoje, Nana?
- Claro, menino, tudo certo

Eu sorrio e ela me dá um beijo na testa, a Nana cuidou de mim enquanto minha mãe trabalhava e se tornou uma segunda mãe pra mim, depois da morte da minha mãe e hoje, ela mora comigo, cuida das crianças e é como uma avó pra eles.

- A Carina disse que passa aqui amanhã
Eu digo pra ela
- Não diz nada, eles esperam e ela não vem, aquela menina só enrola
- Não vou dizer nada, não se preocupe
Ela sorri e volta a mexer o molho que ela tá fazendo.

===