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Meredith PoV

Eu não sabia que uma festa infantil poderia ser tão cansativa, eu estou exausta e ainda temos que arrumar tudo, as crianças ficaram tão felizes que tudo isso vale a pena, eles brincaram, se divertiram com os amigos ainda ganharam um exagero de presentes, claro que eles não queriam ir embora mas os olhinhos cansados contam outra história, vão dormir assim que chegarem em casa, a mala do meu carro já está cheia e o Andrew está tentando organizar as coisas pra conseguir fechar a mala do carro da Carina, Bê e Matt ajudam com as coisas já que o estacionamento e o local da festa ficam perto, Jo, Nana e Carina estão desarrumando as coisas na mesa e organizando em caixas, o Alex chega com mais uma, o Andrew olha pra mim e eu sorrio, haja caixa, meu celular toca e eu entro no carro pra ver quem é, o Matt chega correndo, para entre os dois carros e diz pra gente

- A Sam chamou a Bê pra se despedir e ela foi, eu não quis ir

Todo sangue sumiu do meu corpo e eu fico gelada

- Onde, Matt?

O Andrew pergunta e ele aponta pro outro lado do estacionamento, o Andrew sai correndo e um carro passa cantando pneu bem atras da gente, é ela, eu ligo o carro e dou ré, puxo a porta e o Alex entra pelo outro lado, eu arranco com o carro ainda com a porta aberta, seguindo a Sam, ela está um pouco na minha frente, eu sigo acelerando

- Você ta correndo demais

- Liga pra polícia

E mal sinto meu coração bater, só consigo pensar no quanto a Bê deve estar assustada, eu acelero ainda mais, os carros me atrapalham, eu buzino e desvio

- Meredith

Ela ta se afastando, eu troco a marcha e afundo o pé no acelerador

- Você vai matar a gente

- Cala a boca

O Alex se segura eu costuro entre os carros, ligo o alerta e seguro a buzina, eu não posso deixar as lágrimas atrapalharem agora, minha menina precisa de mim, ouço o Alex soltar a respiração alto quando eu passo entre dois carros onde não cabia um terceiro, eu estou chegando perto, eu vou alcançá-la e eu vou matar a Sam, assim que eu garantir que a Bê está segura, eu vejo um semáforo, meu celular toca incessantemente

- Se ficar vermelho, pula do carro e vai lá, eu vou ficar caso ela queira fugir

- Você não vai perseguir uma maluca sozinha

- Faz o que eu tô dizendo e atende esse celular antes que eu jogue pela janela

Eu ouço o Alex falar ao telefone mas não presto atenção, só dois carros separam a gente, eu aperto o volante, meu coração ta muito acelerado, meu único foco é o carro a minha frente, ta muito perto, então o sinal fica vermelho, é agora, ela tem que parar... 

Mas não para, ela avança o sinal e os segundos mais demorados da minha vida passam em câmera lenta, um carro grande acerta o carro da Sam que capota e roda, bem ali na minha frente, eu freio

- NÃO!

Eu saio do carro correndo, o barulho da batida retumbando nos meus ouvidos, as pessoas saindo dos carros, enquanto eu corro até lá, vidro e sangue se espalham pelo chão, o carro virado, eu não consigo respirar, dou a volta e encontro a imagem mais aterrorizante da minha vida, minha menina com metade do corpo pra fora do carro, coberta de sangue, o cabelo dela, cobre o rosto e mal dá pra identificar os solzinhos no vestido que ela gostou tanto, tão pequena, tão frágil e desacordada, eu não consigo, não dá, eu sinto meu corpo se despedaçando, eu não tenho forças pra me manter em pé, eu caio no chão em meio as lágrimas, eu não consigo respirar, o mundo está perdendo o foco, eu vejo o Alex tocar o pulso dela devagar

Nunca Imaginei Onde histórias criam vida. Descubra agora