Nunca Imaginei

159.

Andrew PoV

Eu entro e saio do quarto da Meredith, eu nem consigo respirar com tudo isso que aconteceu, a Dra Perez está em uma cirurgia e a Bailey foi buscar o ultrassom

- Andrew, para quieto

A Meredith pede, da cama, eu me aproximo dela

- Ta sentindo alguma coisa?
- Não, eu só quero que você pare de entrar e sair, o tempo todo

Ela mexe nas mãos e eu sei que ela está nervosa, eu estou tentando me acalmar mas eu ainda não consigo acreditar em tudo que a Ellis disse, a Bailey volta com a máquina de ultrassom e começa o exame, meu coração bate tão rápido que eu não consigo falar, eu sinto a Meredith apertar minha mão, então aquele som que a gente ama tomou conta do quarto, o coração do bebê batendo rápido

- Estão vendo, tá tudo bem, provavelmente, foi uma queda na pressão, mas logo a Dra Perez vem te ver

A Bailey diz, a Mer olha pra mim e eu posso ver nos olhos dela o quanto ela precisa chorar, depois de tudo isso

- Dra Bailey, você pode nos dar um minuto, por favor

Eu peço, sem desviar o olhar da Meredith

- Claro, me chamem, se precisarem

Ela sai do quarto e fecha a porta, eu a abraço e ela, finalmente, chora, eu me arrumo na cama, fecho os olhos e fico ali, abraçado com ela, aliviado pelo bebê que está bem, por ela estar bem e tentando controlar minha raiva de Ellis Grey, a Meredith não diz nada, só chora e isso parte meu coração, eu só queria poder afasta-la de tudo isso e nunca mais deixar a Ellis chegar perto dela e da nossa família.

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- Com licença

A Dra Perez entra no quarto devagar, a Meredith dormiu, eu levanto com cuidado e vou conversar com ela, lá fora

- Deluca, eu já vi o ultrassom, tá tudo bem, a pressão dela está um pouco baixa, ela enjoou hoje?
- Muito, desde ontem
- Ela me disse, vamos monitorar, tá bem? Eu soube que o desmaio foi... sob estresse

Eu respiro fundo

- É, foi
- Vamos fazer o possível pra evitar alto estresse, tá bem? Você prefere mantê-la aqui pelo resto do dia ou querem ir pra casa?

E eu sei que ela já sabe o que houve na emergência

- Provavelmente, ela vai querer ir pra casa, mas assim que ela acordar, eu te chamo
- Tudo bem
- Ela precisa de um atestado e um laudo informando que ela não pode ir a São Francisco, na próxima semana
- Claro, eu mando pra ela por e-mail, vê se ela come alguma coisa, tá?
- Obrigado

Ela sorri fraco e quando sai, eu posso ver os olhares das enfermeiras e residentes que estão por ali, em mim, serão dias difíceis, depois desse escândalo, eu volto pro quarto, fecho as persianas e a porta, deito com cuidado, ao lado da Meredith, ela se mexe mas não acorda, eu a abraço e fico ali, com muitos pensamentos rodando na minha cabeça

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- Andrew, tá acordado?

Ela me pergunta baixinho

- To
- A Dra Perez ainda não veio?
- Veio sim, ela já viu os exames e disse que foi uma queda de pressão, ela quer saber se você quer ficar aqui ou ir pra casa
- Eu deveria ficar, não é? É mais seguro, se acontecer alguma coisa
- Foi muito estresse, Mer, não foi nada relacionado a gravidez diretamente, você só precisa descansar, não precisa ficar aqui, eu vou com você
- Vai?
- É claro que vou
- Eu não acho que a Chefe vá te liberar
- E quero que a Chefe vá...
- Eita, olha a boca

Eu sorrio

- As crianças não estão aqui

Ela sorri

- É costume
- Você tá bem?
- Foram muitas coisas hoje, eu to tentando não pensar

E a porta se abre, Ellis Grey aparece, só pode ser brincadeira, eu levanto da cama

- Como é que você está?

Ela pergunta

- Não é da sua conta, saia

Eu respondo, ela e a Meredith olham pra mim, rápido, o Richard entra, seguido da Maggie

- Você sabe que eu sou a responsável médica dela e você não fica nesse quarto, se eu não quiser

A Ellis diz e cruza os braços com desdém

- Mas eu to bem e consciente, não preciso de um responsável médico, pode ir

A Meredith tenta manter a calma mas eu percebo que a voz dela está trêmula, a Ellis olha pra mim e finge que não ouviu a Meredith

- Você não pode falar comigo dessa forma
- Você não pode pode desrespeitar as pessoas e faz mesmo assim, a Meredith não pode se estressar, são ordens médicas, retire-se do quarto ou eu chamo a segurança pelo bem da paciente

Eu cruzo os braços e a encaro, ela parece perdida por alguns instantes, ninguém, fora a Meredith, nunca a confrontou assim

- Eu sou a mãe dela, tenho direito de saber como ela está
- Não, você não é mãe, pra isso precisa de amor e você sequer sabe o que isso significa, a Meredith é mãe, ela cuida, se preocupa, brinca, ela quer estar com eles e, principalmente, ela os ama, não adianta mais fingir porquê todo mundo já sabe como você pensa, Ellis, já deu

Ela sai do quarto feito um raio, o Webber olha pra cima e olha pra Meredith

- Você tá melhor?
- To sim

Ele acena e sai, a Maggie se aproxima da cama

- Mer, eu sinto muito
- Maggie, agora não, foi muita coisa hoje

Eu digo e a Meredith concorda

- Eu vou te ver depois, tá?

A Maggie diz e também sai do quarto, o silêncio toma conta, é sufocante, talvez, eu tenha pegado muito pesado

- Você ameaçou chamar a segurança pra Chefe do hospital

É a primeira coisa que a Meredith diz, eu olho pra ela e nós dois caímos na risada mas eu vejo que ela ainda tem lágrimas nos olhos, eu sento na cama e seguro a mão dela

- Pelo menos funcionou, você tá bem?
- Eu to chocada, obrigada

Eu a abraço

- Você pode me dar uma carta de referência? Provavelmente, amanhã eu estarei demitido
- Eu quero ver a justificativa dela pra demissão, ela não vai fazer isso, mas ela vai dificultar as coisas
- Se você estiver bem, pra mim, tá tudo bem

Ela suspira

- Vamos pra casa? Acho que é melhor, né?

Eu beijo o cabelo dela

- Também acho