Nunca Imaginei

26.

Andrew PoV

Eu vou pra casa cedo, estava com saudade das crianças, no dia que eu chego quando eles já estão dormindo e quando saio eles ainda não estão acordados, se eu não ouço a voz deles ou não sinto aqueles bracinhos me abraçando, parece que falta um pedaço de mim, eu passo rápido no mercado e logo estou em casa

- Oi

Eles correm pra mim e eu me ajoelho pra abraçá-los, eu os seguro, parece que faz dias que eu não os vejo

- Papai, eu tava com saudade

O Matt diz e eu o cubro com muitos beijos, depois eu olho pra Bê

- Eu prometi não foi?

Ela dá um sorriso lindo

- E você cumpriu
- É claro, meu amor

Ela me ligou dizendo que estava com saudade e que queria fazer o jantar comigo hoje, a Bê é apaixonada por cozinha e eu amo esses momentos que a gente tem, já que o Matt só fica nos primeiros dez minutos, depois de muitos beijos e abraços, eu levanto do chão e vou até a Nana

- Eu não sei o que eu faria sem você

Ela sorri e eu a abraço

- Você tá muito emocionado hoje, para de tentar me fazer chorar

Eu sorrio pra ela

- Eu só quero que você saiba que é realmente muito importante pra mim
- Ta acontecendo alguma coisa, Andrew?
- Não, não se preocupe, tá tudo bem

Eu vou pra cozinha e as crianças me acompanham, eu só não quero perder a oportunidade de dizer pra quem eu posso, o quanto são importantes pra mim.

Eu faço pizza com as crianças, a Nana diz que a única coisa que eu faço é uma terrível bagunça mas sai uma pizza no final, enquanto eu limpo, ela dá banho neles e coloca o pijama, nós jantamos e eu vou colocá-los na cama

- Vamos contar a história na sua cama hoje?

A Bê me pede, quando ela tá assim com um pijama de nuvens com sorrisos e essa carinha de sono, ela volta a ser meu bebê

- Mas depois eu levo pra cama de vocês, tá bom assim?

Os dois concordam e correm pra minha cama

- Andrew, tem certeza que vocês está bem?
- Tenho sim, eu vou sair mais tarde, tá?
Mas vou estar aqui de manhã
- Você sabe que pode passar a noite fora, eles não acordam mais há muito tempo
- Mas eu não gosto de deixar vocês a noite inteira sozinhos
- E ela não se importa?

Eu baixo a cabeça

- Não, ela não se importa
- Papaaaaai

Eu sorrio fraco e vou deitar com as crianças. Eu fico no meio, com cada um de um lado, deitados nos meus braços, enquanto eu leio o livro, como já passou da hora de dormir, em dez minutos, os dois estão dormindo, eu fecho o livro e fico ali curtindo a presença deles e aquele calor ao meu lado.

- Andrew, Andrew

Eu abro os olhos devagar, eu acabei pegando no sono e a Nana tá me chamando

- Você disse que ia sair

Droga, eu pisco pra focar no relógio, já são dez horas, eu vou me atrasar, eu saio da cama, levo as crianças e mando uma mensagem pra Meredith, avisando que eu estou indo.

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Meredith PoV

Eu chego no apartamento ainda com aquela sensação de nó na garganta, isso é sufocante, eu tomo um banho demorado, lavo o cabelo, tudo na intenção de que a hora passe rápido, ainda tenho quase duas horas pra esperar pelo Andrew, hoje tudo parece diferente, as palavras daquela ligação se repetindo na minha cabeça e a dúvida entre falar sobre isso ou não.

A hora vai se aproximando e eu estou ficando sem paciência, toda hora eu sinto meu celular vibrar e eu acho que é ele, avisando que não vem, mas não é nada, eu estou mesmo ficando impaciente, um pouco depois das dez, eu estou sentada no sofá, me sentindo a mais ridícula das mulheres e meu celular vibra com uma mensagem, agora, de verdade

"Eu to saindo de casa, desculpa o atraso"

Eu suspiro, eu sou uma idiota.

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A campainha toca, eu levanto do sofá e abro a porta, quase perco o fôlego, eu posso jurar que ele está ainda mais lindo, todo de preto, com o cabelo bagunçado e uma carinha de sono

- Desculpa o atraso

Ele dá um sorriso

- Entra

Ele passa por mim

- Tudo bem?

Eu fecho a porta e forço um sorriso

- Claro, você sabe que não tem uma obrigação em vir aqui né? Poderia só ter me avisado, Andrew

Até minha voz sai forçada, ele olha pra mim por alguns instantes, então sorri

- Eu sei

Ele se aproxima e me beija, as mãos dele entram pela minha blusa e abrem meu sutiã, eu me afasto e seguro as mãos dele

- Espera, vamos ver as cirurgias primeiro

Ele coloca as mãos na minha cintura

- Nós podemos fazer isso depois
- Até parece, vem, eu já vi quais são as cirurgias

Eu pego a mão dele e puxo até o sofá

- Isso é tão importante pra você assim?
- Claro que é

Ele olha pra mim, como se espera que eu diga mais alguma coisa

- Eu não quero ver Ellis Grey prejudicar alguém, sabe como é, o que puder fazer, eu vou fazer
- Ah, Ellis Grey
- O que?
- Nada, vamos ver o que eu vou encarar amanhã

Ele sorri fraco, eu ainda penso em responder mas não digo nada, abro o notebook e a campainha toca, nós dois nos olhamos, toca mais uma vez, então eu ouço

- Meredith!

Eu arregalo os olhos, é a minha mãe.