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Andrew PoV

Agora eu sei como a Meredith se sente quando eu não atendo o telefone, eu tentei falar com ela o dia inteiro e nada, depois que a Bailey comentou comigo, com se eu soubesse, que o apartamento dela tinha sido inundado por um vazamento que eu tento falar com ela a cada momento livre que eu tenho e ela não atende, eu não vejo a hora de poder sair daqui e ver como ela está. Eu recebo uma mensagem com a simples informação

"Eu estou bem, explico depois"

Que eu imagino que tenho sido mandada pra várias pessoas, visto a pouca informação da mensagem e quantidade de pessoas que já me perguntaram se eu sei de alguma coisa, eu preciso ir embora, tudo deve estar uma loucura lá, mas eu não tenho mais como trocar plantões por pura falta de tempo pra repor, cada atendimento, exame ou consulta, eu olho a hora novamente

- Chega, Dr Deluca, vá ver como ela está

O Dr Webber diz, enquanto andamos por um corredor

- O que?
- A Meredith, eu sei sobre o apartamento e sei que você já estaria lá se pudesse, tanto que não para de olhar a hora, o dia inteiro, então vá logo e diga pra ela dar notícias
- Obrigado, Dr Webber, obrigado

Ele só acena e eu vou trocar de roupa pra chegar lá o mais rápido possível

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Eu ia apertar o botão do elevador quando vi que começou a descer, eu esperei mas jamais poderia imaginar o que eu veria quando as portas se abriram, Meredith e Nathan, se olhando e sorrindo, com caixas nas mãos, por alguns segundos, eu não tenho reação e nem ela, as portas do elevador ameaçam se fechar mas eu impeço

- Deixe-me ajudar, você está bem?

Eu pego a caixa da mão dela e uma das malas que está no chão

- Estou, é, estou

Eles saem do elevador

- Essas vão pro meu carro

Ela diz

- Já arrumou tudo?

Eu pergunto

- Ela teve ajuda

O Riggs responde, isso é um teste pra minha paciência, ela olha pra mim

- O prédio ofereceu um serviço de mudanças, eles fizeram tudo, eu só arrumei as coisas dos quartos, as coisas das crianças já estão no carro
- Então é melhor colocar essas no meu carro
- É, pode ser

Depois de colocar as caixas e as malas no meu carro

- Obrigada pela ajuda, Nathan

Ela diz pra ele e eu me seguro pra não revirar os olhos

- Imagina, foi um prazer e você já decidiu onde vai ficar?

É irritante até como ele fala, eu olho pra ela, como assim, onde vai ficar?

- Já

Ela responde e entrelaça nossas mãos

- Então tá bom, tchau Meredith, Deluca

O Nathan se despede e sai, eu olho pra ela

- Andrew...
- Vamos?

Eu pergunto sério, ela fecha os olhos por um segundo

- Vamos

Eu entro no meu carro e ela vai pro dela, mal saio da garagem e o telefone toca, é ela, eu conecto no carro e atendo

- Espero que esteja no viva-voz

Eu digo

- É claro, só pra eu saber o quão chateado você está?

Eu respiro fundo

- Quanto você acha?
- Andrew...

Ela suspira

- Essa não é uma conversa pra ter por telefone, muito menos dirigindo, Meredith
- Ok

Ela desliga, eu respiro fundo e sigo dirigindo.

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Eu estaciono e espero a Meredith chegar pra subir com as coisas, ela para ao lado do meu carro e, com certeza, não vai dar pra levar tudo de uma vez

- Eu volto pra pegar o que ficar

Eu digo e nós seguimos em silêncio, quando entramos no elevador, ela olha pra mim

- Você saiu cedo
- Webber me liberou, tá todo mundo preocupado com você
- Eu não sabia onde estava meu celular

Eu tento afastar os pensamentos da Meredith com Riggs e incomunicável, seguimos em silêncio até o elevador chegar no meu andar, eu saio e ela vem logo atrás com uma mala

- Andrew, as coisas vão ficar assim? Você tá com raiva e vai só me ignorar? Sério?
- Você pensou em ficar em outro lugar?
- Eu não ia a lugar nenhum com o Nathan e não gosto quando você insinua isso
- Eu não disse que você ia com ele, a pergunta foi se você ia pra outro lugar

Ela fica calada, eu balanço a cabeça e entro

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- O que é tudo isso?

A Bê pergunta assim que nos vê entrar com as malas

- A Mer vai ficar aqui em casa

Bê e Matt correm pra ela, super empolgados

- Eu ouvi direito?

A Nana vem da cozinha com um sorriso

- Teve um problema com o apartamento da Meredith e ela vai ficar aqui por algum tempo
- Que ótimo!

O sorriso dela é ainda maior, essa família inteira é apaixonado por ela, isso é inegável.

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- Tia, agora você vai estar aqui sempre?

O Matt pergunta quando ela vem do banho, senta no mesmo sofá que eu mas não outra ponta, longe, eu percebo mas não comento nada

- Não sempre, Matt, eu vou trabalhar e só chego à noite
- Ah, então vai ser igual
- Praticamente, mas eu vou estar aqui de manhã

Ela explica

- Antes da escola?

A Bê pergunta empolgada

- É
- Todo dia?
- Sempre que eu puder, as vezes, eu tenho que ficar no hospital, mas quase todo dia

Os dois gritam e ela sorri, mas eu percebo que o sorriso não chega aos olhos, ela tá muito quieta, eu não gosto dessa sensação, ela tá sentada, com as pernas dobradas no sofá e apoiada no braço, olhando pra eles, mas parece que tá longe, eu não resisto e me aproximo, coloco o braço ao redor dos ombros e a puxo pra mim, de leve

- Ta tudo bem?

Eu pergunto baixinho no ouvido dela

- Só to cansada

Ela encosta no meu ombro

- Vai deitar
- Você sabe que eu não vou

Eu sorrio, eu sei que ela não vai, eu beijo a cabeça dela e a gente fica ali, vendo as crianças brincarem com as coisas que vieram da casa dela.

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