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Andrew PoV
Alguns meses depois

- Sabe qual o problema de estar grávida de oito meses, Andrew? Pesa, dói as costas, meus pés parecem que vão explodir ao final de cada cirurgia, esse bebê pensa que meus órgãos são bolas de futebol e faz da minha bexiga uma cama elástica

A Meredith sai do banheiro, depois de levantar pela terceira vez, ela anda numa alteração de humor mais intensa que no início da gravidez, depois que eu entendi que qualquer coisa que eu diga é errada, eu adotei a política do sorria e acene

- Uhum

Eu digo com um meio sorriso

- É só isso que você tem a dizer?

Ela senta na cama e olha pra mim, é aquele momento tenso que eu tenho que dizer algo que não resulte em uma briga, que não faça ela chorar, nem rir porquê ela vai ter que ir ao banheiro e vai ficar irritada novamente

- Está mais perto do que nunca esteve, Amor

Eu digo e espero pela reação, nunca dá pra prever

- É, está bem perto

Ela suspira, deu certo, eu sorrio e faço carinho na barriga, Thommy não para, deve mesmo ser bem cansativo

- Ele nem nasceu e eu não durmo a noite, canta?

Ela me pede

- Claro

Ela deita de lado, se apoia nos travesseiros, eu a abraço e faço carinho na barriga dela enquanto canto baixinho, nós descobrimos, em uma brincadeira que quando eu canto, ele dorme ou pelo menos, se acalma, eu faço isso quase toda noite, além da próxima fase do projeto com a Amélia, ser residente do quarto ano já me permite fazer mais cirurgias sozinho, então eu sou chamado sempre que tem emergência, o que me faz chegar tarde de vez em quando, a Meredith não reclama, ela se preocupa se eu comi ou se estou mesmo pronto pra uma cirurgia importante, jamais me faz sentir culpado por não colocar as crianças na cama e junto com tudo isso, ela está terminando a segunda fase do Projeto dos Mini Fígados e muitos grandes hospitais, empresas e nomes famosos na medicina estão de olho no projeto que vai muito bem, me deixando muito orgulhoso, em alguns minutos, eu percebo que a Meredith está dormindo, eu continuo cantando baixinho até o final da música, dou um beijo nela quando termino e deito pra dormir também.

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Eu tenho um tempo livre, de manhã e vejo que a Meredith está operando, eu aproveito e vou pra galeria, sempre gostei de vê-la operar, seja na mesma sala ou da galeria e agora não é diferente, eu entro e fico assistindo em pé, vez ou outra, ela para, respira fundo, olha pra baixo e diz alguma coisa, eu ligo o comunicador e ouço

- Thomas, a Mamãe precisa terminar isso aqui

Ela volta a operar e em alguns minutos, para novamente

- Filho, eu juro que é só essa, mas eu preciso terminar

- Mer? Tudo bem?

Eu pergunto e ela olha pra mim

- Tudo ou quase, ele tá bem agitado

Eu sorrio e começo a cantar a música que canto a noite pra ele, a Meredith olha pra mim, balança a cabeça, espera um pouco e volta a operar, as pessoas na sala de cirurgia olham pra mim e voltam a olhar pra ela operando, eu posso notar pelo olhar dela, o sorriso, quando eu termino a música, meu pager me avisa de uma emergência

- Eu tenho que ir

Ela olha pra mim

- Ta bem, obrigada

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