Capítulo 2

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Assim que o avião pousou em solo inglês, Francesca e Benito Scapini ligaram para Isabelle avisando sobre a chegada. Alugaram um confortável carro com GPS e posicionaram as coordenadas até a propriedade do castelo Barsac. A viagem seria rápida, do Aeroporto Internacional de Leeds Bradford ao Condado de Derbyshire. Francesca fixava o olhar na paisagem nublada que se via da janela do carro, já Benito revezava entre a tela iluminada do aparelho de GPS e a estrada; seus ombros estavam tensos, ligeiramente para cima, próximos à orelha.

– Tente relaxar, querido – disse a mulher massageando os ombros do marido – estamos de férias, esqueceu?

– Claro que não, querida, mas precisa convir que essa chuva fina não transmite confiança.

– Então, diminua a velocidade! A estrada está tranquila e teremos tempo de sobra para chegar ao hotel. Além disso, estou encantada com essa paisagem de inverno.

A mulher movimentou-se no banco voltando sua atenção à vista. Quando o marido a observou, esboçou um pequeno sorriso de satisfação, realmente diminuiu a velocidade, assim ambos puderam desfrutar do passeio de carro sem imprevistos até o destino final.

Isabelle ouviu os pneus do carro deslizarem sobre as pequenas pedras ao ser estacionado bem em frente à propriedade. Barsac não era grande como um palácio, em outros tempos poderia ter feito parte de uma propriedade bem maior e, apesar da última geração dos Harner não esbanjar dinheiro, a casa sempre fora muito bem cuidada e tinha características singulares. A arquitetura externa era digna de elogios, projetada em estilo georgiano clássico, estava bem conservada considerando seus mais de 100 anos de existência. O castelo Barsac era um verdadeiro tesouro cercado de verde para todos os lados.

A anfitriã estava à porta para recepcioná-los quando Benito saiu do carro seguido de Francesca, que tomou conta da cena com seus movimentos ágeis e demonstrando nítida dispoção. A cor do cabelo dela era cobre-dourado e seus grandes olhos castanhos transmitiam delicadeza e simpatia. Isabelle sorriu ao recebê-la na porta e a italiana deu um largo sorriso em resposta. As duas, quase que ao mesmo tempo, correram para socorrer Benito que agora resmungava, claramente em italiano, ao resgatar a pesada mala de viagem de sua esposa. Isabelle puxou a alça da mala com força e os dois conseguiram trazer as bagagens para dentro do castelo. Benito estava com o rosto corado do esforço feito, mas mudara bruscamente sua fisionomia ao sorrir e agradecer a Isabelle pela ajuda. A forma física dele entregava a falta de exercícios em sua rotina.

– Sejam bem-vindos à Barsac – cumprimentou formalmente o casal. – Gostaria que os senhores se sentissem em casa ao hospedar-se em nossa propriedade – ela fez um gesto largo com as mãos para que eles entrassem antes dela.

– Obrigada! – agradeceu Francesca, beijando Isabelle em cumprimento.

Benito trocou um aperto de mão caloroso com Isabelle, entrou atrás da esposa e, em seguida, começou a admirar a decoração interna do castelo. Se por fora tinha um ar de glamour, por dentro a decoração era atemporal e mais familiar, com ornamentos relativamente discretos. A construção da propriedade iniciara-se no século XIX, mas Christopher havia reformado e restaurado boa parte dos ambientes internos antes que eles casassem, o que transmitia charme e beleza a cada espaço. O hall de entrada era muito bem composto por conta do piso em mármore e do corrimão dourado da escada. Um moderno elevador fora instalado e posicionado discretamente para facilitar o deslocar das malas até o andar superior.

O casal ficou encantado quando Isabelle contou-lhes um pouco da história do castelo e mencionou a existência de alguns outros na mesma região.

– O maior deles localizava-se a poucos quilômetros daqui – discursou.

O Vestido de ÉpocaWhere stories live. Discover now