O Vestido de Época

Capítulo 12

Hotel Barsac – 2016

Segunda, terça, quarta-feira e o restante da semana foram agitados para os hóspedes e proprietários de Barsac. Cada canto da casa foi preenchido com alegria, risadas, jogos em família e muito café com bate-papo para colocarem os assuntos em dia. Alguns tiveram que ir embora logo depois do baile, como Francesca e Benito, deixando um espaço imensurável de saudades em todos. O casal fez promessa de voltar muito em breve, já que a Itália não tinha uma distância longa da Inglaterra. Isabelle sabia que Benito era conectado cem por cento, então não tinha dúvida que manteria um contato fácil com eles. Francesca ficou de enviar-lhe várias receitas que seriam adaptadas ao novo cardápio de verão do hotel.

Clara, Arthur e Alice permaneceram poucos dias aproveitando o feriado prolongado do Brasil. Isabelle confessou querer mais a companhia divertida da amiga, mas compreendia que todos tivessem a agenda apertada de compromissos. Tinha ficado muito contente que conseguiram comparecer à festa e as meninas puderam brincar e conviver por alguns momentos juntas. Eram laços de amizade que continuavam fortes, mesmo que não fosse possível morar no mesmo país. O vínculo que as duas criaram na faculdade do Brasil não seria desfeito nunca e disso Isabelle estava convicta. Clara foi a primeira amiga a saber dos planos de Isabelle de mudar-se para Paris e seu projeto de seguir um novo caminho e, como sempre, a apoiou nessa trajetória desafiadora. E agora testemunhou a felicidade plena e a família linda que Isabelle conquistou. Clara também tinha amadurecido bastante nos últimos anos e parte desse processo foi graças ao casamento com Arthur. Ele era um pouco mais velho que a esposa, porém tinha uma determinação invejável para muitos. Gostava de começar o dia bem cedo, corria para exercitar-se e, duas vezes na semana, jogava tênis. Arthur era dono de uma rede de academia de ginástica que vinha expandindo seu sucesso para vários bairros da cidade de São Paulo, isso facilitava muito no cumprimento de suas metas. Ele tinha conseguido guiar Clara nesse caminho de disciplina e autocorreção. Ela agora gostava de malhar com o marido e seu corpo respondia maravilhosamente bem. Até chegou a comentar com Isabelle que estava satisfeita com os resultados obtidos e sentia-se muito mais disposta e saudável para encarar a maratona de horas na redação da revista.

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A maioria dos convidados partiu, e a vontade de Isabelle era jogar-se no sofá mais macio de sua sala e deixar o tempo passar com uma pilha de livros e revistas que tinha programado para ler, mas ainda não tinha conseguido. O seu mais novo livro adquirido na última ida à livraria era O Duque e Eu, de Julia Quinn, e ela estava ansiosa para devorá-lo de uma única vez. Contudo, em vez disso, prometera aos pais irem a Bretanha e Normandia para uma visita ao Monte Saint Michel e Saint-Malo para que eles pudessem estender as férias visitando mais algumas cidades da Europa. Christopher esforçou-se ao máximo nas últimas semanas para, nesse momento, estar com a família e poder ausentar-se dos negócios, deixando tudo a cargo do seu administrador.

E, então, no dia seguinte à partida dos amigos, a família Harner e os pais de Isabelle pegaram um voo cedo direto para Paris, onde alugaram um confortável carro e seguiram uma viagem de quase quatro horas até o destino programado. A beleza da estrada promoveu euforia dentro do automóvel, com histórias sobre a região e sua culinária. Não era somente Christopher que como motorista oficial mantinha o olhar atento, todos os outros contemplavam a vista e ajudavam conferindo as placas. Decidiram fazer uma parada para almoço na cidade de Caen, onde não se desviaram da rota. No meio da tarde, eles conseguiram chegar ao hotel que ficariam hospedados.

– É aqui nosso hotel, papai? – Julia foi a primeira a se pronunciar após o carro ser estacionado.

– Finalmente chegamos, querida. Que tal entrarmos logo no quarto e vermos se tem uma banheira de água quente para colocarmos espuma?