[ 7 - Girlfriend ]

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N/A: * chega correndo toda esbaforida com uma mão cheia de brigadeiro*
GENTE DO CÉU eu queria postar mais cedo mas eu estava numa festinha dos sete anos do meu primo!! 🙃
Mas HOJE AINDA É SÁBADO tá calma deixa eu pensar
ah
⚠️ AVISO DE GATILHO ⚠️
ESSE CAPÍTULO ABORDA QUESTÕES DE SAÚDE MENTAL E AUTO FLAGELO.
Não é uma cena explícita, mas se o tópico lhe fizer mal ou trazer más-lembranças, vamos pulá-lo ok?
⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️
Pronto agora que tiramos isso do caminho, podemos continuar 💖






Era um final de tarde de um sábado tedioso. Stan não havia tirado seus pijamas, e já fazia um tempo que não os tirava. Havia faltado quinta e sexta no colégio, e alguns outros dias. Conseguiu convencer sua mãe que estava doente, quando na verdade apenas estava tendo dificuldade de sair da cama. Cabeça cheia, coração mais cheio ainda.

A última semana e meia tem sido a pior época da vida de Stanley (ou pelo menos a pior mais recente); ele não comia, não conseguia dormir, e quando dormia, tinha o tipo de pesadelo mais apavorante de todos: o pesadelo onde tudo estava bem e nada havia acontecido. Ouvia o celular tocando no meio da madrugada mesmo com o aparelho desligado, porque era o horário em que geralmente recebia ligações dele. Sentia-se oco por dentro, estranhamente cheio e vazio ao mesmo tempo. Vomitava mais do que comia, não conseguia olhar para suas redes sociais, e se prendeu numa alienação maluca de televisão por aquela semana. Assistia programas de auditório e reencarnações de crimes, programas de clínicas animais, qualquer coisa que mantivesse suas emoções presas dentro do peito. E apesar de tudo, tinha uma dificuldade imensa de chorar.

Quando ouviu a batida na porta de seu quarto, grunhiu. Se fosse sua mãe avisando-o sobre o jantar, teria que encarar aquele olhar preocupado dela enquanto dizia que não queria comer. Mas a porta foi aberta antes que Stan pudesse responder algo, mostrando que claramente não era sua mãe.

- Bom dia flor do dia!! – a voz feminina gritou, invadindo seu quarto como se fosse território público, e Stan se afundou nas cobertas. – Meu deus tem um vampiro morando aqui, abre um pouco essas janelas! – ela demandou, escancarando a janela do quarto para que a brisa do fim da tarde pudesse entrar. Os últimos raios da manhã trouxeram um pouco de luz para o cômodo escuro.

O quarto de Stan era um exemplo de simplicidade. Não tinha posters de bandas na parede, e sim quadros de arte. Um estante de livros organizados por ordem de cor, pássaros de cerâmica aqui e ali, tons claros. E Patty, a menina que fez questão de invadir o lugar, conseguiu ver algumas roupas jogadas no chão, o que era um Péssimo sinal para Stan Uris, que não conseguia tomar banho antes de dobrar as roupas que acabara de tirar.

Patty vestia um vestido branco com um decote em v, pedraria singela, cabelos arrumados com cachos caindo pelos ombros, maquiada e salto alto. Stan lhe encarou por uma fresta de olho por cima do travesseiro onde afundava o rosto.

Patty estava lá, com as mãos na cintura, encarando o lugar. Stan suspirou novamente.

- Não vou sair, Patty. – ele adiantou, e Patty rolou os olhos emoldurados por cílios postiços.

Ela se jogou na cama do amigo, sentando-se ao seu lado e tirando os saltos com os próprios pés, sabendo melhor do que colocar os sapatos sobre a cama de Stan. Mesmo que, naquele estado, ele talvez não fosse dizer nada.
- E pretende fazer o que? Ficar aqui trancado no quarto sofrendo sozinho? – ela perguntou quase insensível. – Vamos lá meu nenê, uma cerveja. Dançar um pouco, ver gente. Vai te fazer bem. – E Stan bufou novamente, irritado, apoiando-se nos cotovelos para encarar a garota sentada em sua cama. A expressão de Stan era rasa, irritada, como se mostrar seu rosto fosse resposta o suficiente.

[ ℕ𝕖𝕚𝕓𝕠𝕝𝕥 𝕂𝕚𝕕𝕤 ] • 𝑺𝒕𝒆𝒏𝒃𝒓𝒐𝒖𝒈𝒉 •Onde histórias criam vida. Descubra agora