[ 15 - Black Out]

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N/A: 😎✌🏻AINDA É QUARTA!!!
Só pra matar a curiosidade de vocês sobre como ficaram as coisas entre os dois 👀
Até as notas finais 💖








15 –

A maldição de Stan era seu sono leve. Mas também era uma espécie de dom.

Ele abriu os olhos como dois tiros quando ouviu seu nome sendo chamado na distância. Sentou-se na cama, olhando ao redor e sentindo a cabeça pesada como uma pedra. Ele tinha dúvidas, muitas dúvidas, mas não tinha tempo para conseguir respostas. Encarou Patty dormindo tranquila ao seu lado na cama, empurrou as cobertas e se levantou já tenso, caminhando até a porta de seu quarto e abrindo-a sem mais um segundo de atraso.

E lá estava, Donald Uris, em suas vestes formais, seu cabelo cacheado penteado para trás, os óculos ostentados sobre o nariz. A típica expressão fria que Stan já associava à seu pai.

- Bom dia Stanley. – ele disse frio tão logo a porta foi aberta, e Stan fez questão de sair do quarto e fechar a porta atrás de si, tentando esconder algo que nem sabia exatamente o que era.

- Bom dia, - disse prontamente, sentindo os ombros tensos. Uma pausa de silêncio se passou em que Donald encarava o filho mais baixo que si de forma profunda.

- Como foi o encontro ontem? – perguntou quase casual, e Stan achou um pouco estranho, mas não o suficiente para reclamar. Apenas o suficiente para se preparar para o pior.

- Foi... normal. Bom. – Disse evasivo, sequer deixando o pensamento de que não se lembrava de muita coisa se formar em seu cérebro, com medo de transparecer aos olhos e ser descoberto por seu pai.

- Você bebeu ontem Stanley? – Stan se viu em território estranho. Não sabia o que responder, mas a pergunta era um mau sinal.

- Uma... taça de vinho...seco... – Donald afirmou com a cabeça.

- Tem vômito na porta do passageiro do carro. – ele explicou, e Stan repentinamente se lembrou de um pouco mais, e afirmou com a cabeça, tentando soar no controle da situação.

- Sim, foi-

- Stanley. – Donald colocou uma das mãos pesadas sobre o ombro do filho, que deixou de falar imediatamente. – Você sabe melhor do que mentir para mim. Não ouse desgraçar meu nome e a honra do Vinho, como um maldito Gói. – Stan apenas lhe encarou, sem reação ao ouvir aquele termo; a maneira como se referia a qualquer um que não fosse Judeu. – Ou ainda pior, permitir que sua Mulher beba. Como uma prostituta.  – ele instruía da mesma forma que sempre fazia, com categoria, como se conhecesse o mundo como a palma de sua mão. Stan afirmou com a cabeça,

- N-não foi nada disso. – Stan começou, tenso, sentindo a mão do rabino pesada em seu ombro. – A Patricia passou mal por... uma reação alérgica. Jamais beberíamos ao ponto de...

- Stanley. – Ele ergueu um dedo irritado perante os olhos do filho. – Você sabe muito bem as regras. Você está abaixo Dele, e Patricia abaixo de você. Não se atreva a mentir para o rabino. – ele disse quase insinuador demais, Stan sentiu o estômago vazio se revirar. – Mas tenho fé de que você faz a coisa certa. – Escorregou a mão do ombro de Stan, atingindo sua cota de contato do dia. – Eu e sua mãe vamos resolver problemas da diretoria da Sinagoga. Tenho certeza que Patty pode cozinhar para vocês. – afirmou com categoria, e Stan apenas sorriu mínimo, aliviado. Não havia notícia melhor do que saber que seus pais ficariam fora de casa, ainda mais num dia de ressaca como aquele.

- Absolutamente. – Ele concordou, e o pai enfiou as mãos nos bolsos.

- Limpe aquela bagunça na porta do carro, não quero os vizinhos especulando. – foi taxativo, Stan afirmou sem sombra de dúvidas.

[ ℕ𝕖𝕚𝕓𝕠𝕝𝕥 𝕂𝕚𝕕𝕤 ] • 𝑺𝒕𝒆𝒏𝒃𝒓𝒐𝒖𝒈𝒉 •Onde histórias criam vida. Descubra agora