Capítulo 9

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Mais um dia se iniciava e com ele vinha a vontade de ficar na cama. Encarar a janela do meu quarto e ver o sol brilhando forte lá fora não era um bom incentivo para levantar, servia apenas para aumentar a vontade de ficar deitado no ar-condicionado.

Sim, eu era mais um burguesinho.

Ao esticar o braço e pegar o celular que estava no pequeno armário, eu percebo pelo relógio ali que eram 9:30 da manhã ainda.

Acordado cedo nas férias, realmente não era algo agradável.

Desbloqueio o celular e abro o twitter, olhando as notícias e novos memes da rede social até às dez horas. Então, para não escutar reclamações de meus pais, levanto da cama e vou ao banheiro.

~*~

- Bom dia, querido. Tem café na mesa ainda. Quando acabar, pode chamar Louis para te ajudar com a louça? Eu, seus pais e Gemma iremos à cidade. – Eu paro de coçar meus olhos e encaro vovó com um sorriso. Ela estava com um lindo vestido florido e parecia as próprias flores de tão linda que estava.

- Irão fazer o que na cidade?

- Ocupar seus pais para eles não encherem seu saco. Então, você pode ficar sossegado na presença de Louis.

- Vovó? – Pergunto, confuso, com os olhos arregalados.

Ela sabia de alguma coisa? Por favor, não, não, não, não!

- Não se preocupe, querido, estou apenas brincando, sim? Nós iremos novamente para a floricultura e depois no shopping da outra cidade. Você pode ir junto se quiser. – Na verdade, a ideia de passar o dia sozinho com Louis parecia melhor do que passar o dia com meus pais reclamando de tudo o que eu faço.

- Vocês vão demorar e não há nada que eu queira do shopping. Obrigado pelo convite, mas irei ficar em casa lendo algum livro. – Dou um beijo na bochecha de vovó e sigo em direção à mesa, morrendo de fome.

- Tudo bem então, voltaremos no final da tarde, certo? Qualquer coisa pode nos ligar.

- Nos ligar para o quê? – Ouço a voz de mamãe no outro cômodo e logo ela está no batente da porta, também arrumada.

- Caso ele precise de alguma coisa.

- Não há necessidade de usar o telefone, ele irá conosco.

- Não seja ridícula, Bárbara, Harry ficará bem em casa.

- Não fale comigo desta forma na frente dele, Anne. Harry é meu filho e eu decido o que é melhor para ele.

- Você não saberia nem o que é melhor para um papagaio, Bárbara.

- O que está acontecendo aqui? – Tiro a mão do rosto, que estava ali apenas para esconder o sorriso que dei ao que vovó falou para minha mãe, e fiquei sério ao escutar a voz do meu pai. Agora as coisas iriam ficar sérias.

- Sua mãe está pensando que manda mais em Harry do que nós.

- Mãe, já disse para não passar por cima das nossas decisões.

- Por favor, Simon, eu já criei três filhos e agora estou criando Gemma, você que deveria me escutar aqui. Harry nem ao menos tomou seu café e não está pronto, isso apenas nos atrasaria, deixe o rapaz em casa.

- Gemma não está pronta. – Eu suspiro, meu pai com certeza venceria essa.

Nada de passar o dia com Louis, sozinho e sem preocupação de sermos pegos.

Mas, o que vovó está falando de criar Gemma? O que meus tios estão fazendo?

- O que, tio?

- Gemma, querida, está pronta? – Vovó vira em direção a minha prima, sorrindo docemente para ela.

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