Capítulo 18

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olá para vocês, tudo bem? 

gostaria de avisar que esse capítulo CONTÉM GATILHO de violência e homofobia, então se te fizer mal, pule essa parte e me chame que eu dou uma resumidinha, mas não é nada que seja tão prejudicial a leitura. Enfim, preserve sua saúde e boa leitura :) 

>.<


Sempre achei um exagero todas as cenas em que a personagem principal aparecia acabada após ter o coração partido pelo seu par romântico. Mas, agora me olhando no espelho, após três dias trancado em meu quarto sem ver o rosto de Louis e recusando todas as formas de contato, começo a pensar o contrário. Há olheiras pretas abaixo dos meus olhos, resultado de noites maus dormidas, assim como meus olhos também se encontram vermelhos e um pouco inchados. Eu estou acabado, totalmente desiludido e inseguro, como sempre fui. 

Passo as mãos pelo cabelo, sentindo-os oleosos e suspiro, indeciso entre voltar a dormir ou ir tomar banho para tentar acabar com minha melancolia, ao menos por hoje.

Então, vou em direção ao meu guarda-roupas e pego uma calça jeans, um moletom preto, cueca e meias, decidido a sair dessa fazenda e impedir que minha mente fique divagando as coisas que fiz com Louis pelo lote.


~*~

- Harry, vai sair, querido? – Paro de seguir em direção a saída da casa ao escutar a voz carinhosa de vovó, então, vou ao seu encontro com um sorriso pequeno no rosto.


- Sim, estou pensando em ir até a cidade.


- Okay, querido. Você está melhor? – Seus olhos demonstram preocupação e eu sinto vontade de chorar de novo. Entretanto, tudo o que faço é concordar com a cabeça e me aconchegar em seus braços, desesperado por um abraço. – Eu sinto muito por essa situação, mas eu realmente acho que, quando você estiver pronto, deve ir conversar com ele. Querido, todos têm a sua versão da história que nós deveríamos escutar.


- Talvez, vovó, mas, eu ainda estou me sentindo horrível.


- Quando estiver pronto, ok? Vai ficar tudo bem, querido, confie na sua velha e sábia avó. – Solto um riso abafado e aperto ainda mais meus braços ao seu redor, torcendo internamente para que ela esteja certa. – Agora, vá passear um pouco, clarear a mente, pegue a chave da caminhonete e demore o quanto quiser.


- Obrigado, avise a Gemma, sim?


- Claro. – Me distancio e deixo um beijo em sua bochecha, voltando a seguir o caminho da entrada da casa, enquanto ela segue para a cozinha.

- Ei garoto, a onde você vai? – Ah pronto. Respiro fundo, parando de andar. Devagar, me viro para meu pai, podendo ver sua feição raivosa de costume.

- Sair.

- Para onde, Harry?

- Cidade, tem outro lugar para ir?

- Você vai atrás do empregadinho, não é? – Sua voz despeja desprezo e o frio na minha barriga, junto com o nervosismo, se tornam ainda maiores.

- Não seja estúpido, o que eu iria querer com ele? – Tento disfarçar, apertando minhas mãos em punhos para que ele não as veja tremendo.

- Estúpido. Realmente, deve ser isso o que você acha de mim, ainda em conjunto com idiota e cego. Mas, não sei se você percebeu, eu tenho dois olhos e um cérebro que funcionam muito bem. – Sua voz se tornou mais baixa, rouca e ameaçadora, me causando calafrios. A cada palavra, ele dava um passo para mais perto de mim, me encurralando entre ele e a porta da casa. – Eu juro que quando voltarmos para casa e eu colocar minhas mãos em você, vou te tornar um homem de verdade. Você vai se arrepender de tudo o que está fazendo nessa maldita fazenda! – Suas mãos vão para o meu pescoço, apertando-o fortemente. Arregalo os olhos e coloco minha mão em cima da sua, tentando fazê-lo me soltar. - Vai se arrepender dessas respostas malcriadas e espertas, de todo o tempo fugindo de mim e, principalmente, das suas aventuras de delinquente.

- Me sol-solta! – Imploro, sentindo o ar faltar em meus pulmões e meus olhos encherem de lágrimas.

- Oh Harry, Deus terá um longo trabalho para fazer com você, e eu vou amar apenas ajudá-lo a desviar você do caminho do pecado. – Com um sorriso perverso no rosto, ele solta meu pescoço e sai, deixando o ar entrar em meus pulmões novamente sem a pressão do seu olhar. Seco minhas lágrimas e rapidamente pego a chave do carro que está pendurada no chaveiro da parede.

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